Women’s RE Championship 2025: réplica de gigante ante campeãs
Uma derrota por 07-19, mas uma derrota frente às campeãs em título e a única selecção do universo Rugby Europe apurada para o Campeonato do Mundo de Rugby 2025, ficando aqui a análise ao primeiro jogo deste Women’s RE Championship 2025.
MVP: CATARINA RIBEIRO (CENTRO)
Puro ímpeto. É uma das melhores formas para descrever a performance de Catarina Ribeiro frente a Espanha, com a centro do Sport Rugby a ter sido um constante problema para a Espanha, não só pelas várias acções com a oval em seu poder, mas também pela agressividade que impôs em cada placagem, o que resultou em duas reconquistas de bola para as Lobas. A injeção de pura adrenalina era notória e eletrificou a equipa portuguesa em momentos em que a Espanha parecia estar perto de mais um ensaio, importante para o resultado final de 07-19. As linhas de corrida, a capacidade para mudar de velocidade no meio de placagens, a força com que empurrou adversárias para trás e o desejo de conquistar a linha-de-vantagem transmitiram confiança e poder à linha de 3/4s das Lobas neste jogo de abertura do Women’s RE Championship 2025.
Deixo aqui alguns dos dados estatísticos de maior impacto: 14 portagens de bola (2ª); 40 metros de conquista; 7 linhas-de-vantagem conquistadas (1ª); duas quebras-de-linha (1º com mais quatro atletas); seis defesas batidos (2ª); e 7 placagens (100% eficácia). Notas de destaque para Adelina Costa (lamentamos pela lesão da 3ª linha, que entrou com tudo neste encontro), Clarisse Augusto (a ‘pequena’ formação foi espetacular em todas acções com e sem bola), Daniela Correia e Carlota Torres.
MELHOR PONTO: UMA DEFESA À LOBAS
50 placagens efectivas, 4 falhadas, 7 turnovers no breakdown e 3 turnovers no contacto, a defesa da equipa treinada por João Moura foi sensacional em toda-a-linha, causando sucessivos problemas a uma equipa que vai marcar presença no próximo Campeonato do Mundo! Portugal nunca perdeu confiança e o rumo, mantendo uma postura de enorme inflexibilidade para se vergar perante o ataque supostamente mais polido da Espanha, fechando espaços, asfixiando o espaço de manobra de Amalia Argudo que raramente conseguiu transmitir com qualidade a oval nos seus centros. Esta super atitude defensiva soprou oxigénio à formação portuguesa mesmo quando a Espanha controlou a oval por largos períodos de tempo. Outro ponto extremamente positivo foi a disciplina no chão, escolhendo bem os momentos para assaltar o breakdown contrário e recuperar a posse de bola. Excelência defensiva que manteve a equipa dentro do resultado e a demonstrar que as Lobas estão em claro crescimento desde a estreia do programa de XV em 2022.
🇵🇹 v 🇪🇸 @PortugalRugby close the gap after this Elsa Santos's try against Spain in this Iberian derby! pic.twitter.com/bYthkNLhsq
— Rugby Europe (@rugby_europe) March 29, 2025
PONTO A MELHORAR: APROVEITAR OPORTUNIDADES QUANDO ESTAS SURGEM
Portugal, ao contrário do que se esperava, terminou o encontro com mais posse de bola e conseguiu mesmo marcar um ensaio, tendo até tido outras oportunidades para marcar mais pontos, faltando um pouco de calma e presença de espírito para perceber como e quando infligir novo dano à formação contrária. Sim, a Espanha terminou o encontro com mais erros no que toca à posse de bola, mas isso não invalida a ideia de que Portugal podia ter construído outro resultado caso algumas das acções tivessem sido melhor trabalhadas.
A entrada de Clarisse Augusto foi fundamental para as Lobas partirem para o assalto ofensivo, com a formação do ASM Romagnat a ter instalado um jogo de passe e corrida intenso e dinâmico, puxando pelas suas companheiras de equipa e que acabou até por resultar no tal ensaio de Elsa Santos. Os suplentes da equipa portuguesa ofereceram a vitamina certa no momento em que a equipa precisava e isso é um aspecto também importante para perceber que este Portugal está em claro crescimento.