Turismo-Desportivo: uma porta viável para o desporto e rugby português?

Francisco IsaacMarço 21, 201910min0

Turismo-Desportivo: uma porta viável para o desporto e rugby português?

Francisco IsaacMarço 21, 201910min0
O turismo-desportivo é uma das novas vertentes de riqueza a nível mundial... e em Portugal já está a ser implementado? Descobre como a Sports Ventures tem trabalho este tema em território nacional!

Turismo e Desporto, combinam? Será que é possível criar um mix entre lazer, descanso e conhecer novos cenários/locais com intensidade física, participação em torneios e divertir-se dentro das quatro-linhas (ou ringues)?

A nível mundial a resposta para estas duas questões seria sempre a mesma: sim. Hoje em dia a aposta é claramente neste conceito que preenche os requisitos de não só equipas desportivas com vista para preparação o início de época, como de grupos, largas comitivas, escolas e academias, entre outros que procurem uma experiência diferente, de não só jogar futebol, basquetebol ou rugby como de viver a comunidade ou país que visitam.

UM CONCEITO QUE VALE A PENA APOSTAR? A EXPERIÊNCIA DA SPORTS VENTURES

Este tem sido o foco de empresas como a Sports Ventures, de oferecer uma experiência desportiva com contornos turísticos, de apresentar uma dinâmica completamente diferente às equipas/comitivas/academias visitantes que vai muito para além de ir a Portugal, jogar uns quantos jogos e voltar para casa. O foco é vender um produto que o território Nacional trabalhou bem, apesar da correlação entre turismo e desporto ainda não estar num ponto de máxima exploração.

Lembrar que Portugal é dos países mais seguros não só da Europa como do Mundo (em 2017 foi considerado pelo Global Peace Index como o 3º país mais seguro para se viver), oferecendo uma tranquilidade e um ritmo de vida bem acessível para a maioria dos possíveis migrantes. Pode ser considerada como uma localização ideal para os turistas que vêm à procura não só dos traços históricos, como da gastronomia (a multiplicidade de opções e culturas oferece uma selecção diversa aos interessados), ausência de stress, boa acessibilidade (Lisboa e Porto têm os aeroportos dentro da cidade, se compararmos com Madrid, Barcelona, Paris ou Londres, sendo fácil chegar ao centro da cidade, para além das auto-estradas e boas vias de circulação de Norte a Sul e nas Ilhas).

Mas a nível desportivo é capaz de ombrear com países como a Turquia ou Inglaterra que recebem mais de um milhar de equipas por ano para realizarem estágios de pré/pós-época? Novamente, a resposta é positiva e produzimos um exemplo bem oval de 2018: o Algarve 7’s.

O evento organizado pela Sports Ventures em parceria com a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António teve uma afluência de mais de 42 equipas, todas com um mínimo de 15 pessoas envolvidas, para além dos visitantes diários que acompanhavam estas formações, criando uma massa humana nesta localidade algarvia.

Mas como o Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António existem mais 13 localizações que podem receber este número de 30 equipas ou até mais, abrindo assim um Mundo de possibilidades para o turismo-desportivo-rugbistico português que pode ajudar não só na divulgação dos espaços (e os detentores destes mesmos espaços como aconteceu com a AEIS Agronomia, clube que cedeu os seus três campos para os Junior 7’s em 2018 e 2019), como no desenvolvimento da cultura desportiva, na rentabilização dos campos e clubes e na criação de uma outra dimensão de promoção da modalidade em Portugal.

Lisboa Junior 7s 2020

A própria Sports Ventures é bastante clara não só no porquê da aposta no turismo-desportivo mas na forma como oferecem este serviço,

“Existem em Portugal agências de viagens bem conhecidas especializadas em turismo desportivo para espectadores, agências que vendem pacotes para assistir a eventos “sold out” tais como o FIFA World Cup ou UEFA European Championships, entre outros.

Mas a aposta da empresa vai noutro sentido e está focada no serviço recetivo de turistas que vêm conhecer o nosso País para praticar desporto. É aqui que reside o seu principal foco, a aposta num serviço de excelência, na venda de um produto e assistência “all inclusive”, incluindo um conhecimento profundo sobre desporto que lhes permite oferecer uma proposta impossível de “replicar” na internet.”.

Ou seja, uma equipa de rugby inglesa que quer fechar a época com um tour relaxado mas com algumas pinceladas competitivas ou um clube que queira vir preparar a próxima época de uma forma intensa mas com momentos de lazer, encontram neste tipo de turismo-desportivo a resposta às suas necessidades. Portugal é neste momento (e nos anos vindouros) um “diamante” em termos de oferta, apresentando uma larga malha desportiva que o torna apetecível para estes possíveis turistas que não vêm à procura só de um espaço ao sol, mas de manterem uma ligação ao desporto que praticam em casa.

O Algarve 7’s e o Junior 7’s foram claras provas que este turismo-desportivo aplicado ao rugby resulta, para além da própria Sports Ventures ter conseguido trazer equipas de outras modalidades a experimentar este tipo de turismo com bastante sucesso, diga-se. Curiosamente, a própria empresa tem levado também portugueses a fazer tours de turismo-desportivo fora-de-portas como aconteceu com a final da Heyneken Cup em 2018 (a Liga dos Campeões do Rugby), numa demonstração que este é o novo segmento a apostar no futuro.

Outro exemplo, que ajuda também a provar a multidisciplinaridade da Sports Ventures, é o Gazprom Football for Friendship, que vai para a sua 7ª edição. Mas do que se trata este evento? A Gazprom (main sponsor da UEFA Champions League), como parte da sua activação de marca neste evento organiza anualmente um mega torneio de futebol juvenil internacional com a participação de 64 países.

Para a edição deste ano em Madrid a Gazprom contratou a Sports Ventures como agência organizadora local para este evento que terá a duração de uma semana e inclui treinos e um torneio para todas as equipas na academia Ciudad del Futbol da RFEF.

Para acolher esta massa de atletas, foi necessária arrendar quatro hotéis para acomodar os mais de mil atletas e jornalistas, decorrendo ainda a organização de um congresso sobre futebol no centro de Madrid com a participação de inúmeras celebridades do futebol mundial. Um evento desportivo com um impacto directo através do turismo na economia local de mais de 3 milhões de Euros, outra prova da rentabilidade e valorização do turismo-desportivo para a economia local e nacional.

Empresas como esta têm movimentado várias equipas de futebol, rugby e basquetebol para os atletas praticarem o seu desporto fora-de-portas, com destaques para as equipas de basket como Georgia State, Rhode Island ou UN Charlotte (Cedric Maxwell, ex-Boston Celtics, LA Clippers e Houston Rockets passou por esta equipa universitária).

Foto: Gazprom Football for Friendship 2

PORTUGAL E TURISMO-DESPORTIVO LIGAM?

Se têm dúvidas em relação ao crescimento ou validade do turismo-desportivo vejam-se os números da própria Organização Mundial de Turismo: do bolo total de turistas, 10% já representam turistas-desportivos, sendo que as estimativas feitas até Dezembro de 2018 rondavam os 800 biliões de dólares. Austrália (55%), Turquia (35%) ou Irlanda (15%) são países que têm feito bom uso dos seus espaços, cultura e multiplicidade desportiva para convencer potenciais interessados a visitarem-los de forma constante.

Nota para o facto deste tipo de turismo não ser tão “repetitivo” ou “esgotante” com o normal, pois o individuo ou indivíduos que ingressam no turismo-desportivo embarcam viagem para fazer parte do torneio de rugby X que lhes vai permitir também conhecer melhor o destino e usufruir de uma excelente experiência. O torneio oferece o melhor que há para oferecer, criando uma ligação de confiança por parte do cliente com a organização.

Foi o que aconteceu com as Escolas da Irlanda no passado (nos últimos 3/4 anos vieram sempre a Portugal jogar contra a selecção sub-18, mas 2019 já não aconteceu por motivos desconhecidos por nós) ou selecções de diversos países que encontram em Portugal toda uma oferta ampla que facilita a escolha pelo espaço nacional.

Desde o MIUT (esgotou em minutos o número de participantes, a maioria vem na 4ª à noite para a Ilha da Madeira e aprecia toda a oferta deste espaço até o dia do evento), Algarve 7’s (fazendo as contas, mais de 500 participantes estiveram envolvidos no torneio, não contabilizando aqui famílias, amigos e visitantes que apareceram no Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António em Junho de 2018), a outros eventos desportivos, Portugal tem se afirmado como uma marca inteligente, nova e interessante para o mercado internacional.

É importante sublinhar outra ideia central e fundamental ao turismo-desportivo, que passa pela boa utilização dos equipamentos e estruturas desportivas que as Câmaras Municipais (e não só) detêm. Ao “oferecer” as instalações para a realização destes eventos e competições, as estruturas municipais estão a rentabilizar todos estes equipamentos, que não só recebem a vinda de atletas-turistas internacionais, como absorvem toda a massa humana em seu redor.

E esta observação não é teórica, uma vez que o Algarve 7’s é a melhor prova que funciona esta parceria entre Câmaras Municipais e empresas dedicadas ao turismo-desportivo, com os hotéis, restaurantes e outras superfícies comerciais a usufruírem de todo este ritmo diferente, que altera o quotidiano de uma vila ou cidade, dando outra dimensão ao turismo português.

Ou seja, é um investimento altamente positivo, com olhos não só para o lucro económico, mas para o dinamizar de estruturas que por vezes estão paradas e sem fluxo humano. A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (e falamos só aqui no caso do Algarve 7’s) apostou firmemente neste evento e ficou satisfeita ao ponto de renovar para 2019 e 2020.

O impacto do apoio camarário tem sido fulcral para o desenvolvimento deste novo tipo de visitar e viajar, procurando cada vez mais ter o desporto como um braço-direito na hora de promover o conselho, desenvolver a cultura desportiva local e mexer todas as actividades em volta deste espectáculo.

Quantas equipas embarcaram numa aventura dentro ou fora-de-portas com os seus colegas de balneário para não só participar nuns jogos, mas também viver toda uma experiência em redor do desporto que cria um impacto mental total? O rugby tem sido um dos precursores deste tipo de eventos, não esquecendo o Figueira Beach Rugby, que em 9 anos tornou-se um dos maiores (senão o maior) torneio da especialidade de areia, com claro destaque para a toda a oferta que a zona da Figueira oferece aos visitantes.

A expressão do turismo vivida com o desporto é um dos caminhos a tomar para o desporto português e a própria Sports Ventures prometeu que em 2020 vai realizar um torneio desportivo de grandes proporções com uma estimativa de 2 mil participantes, apesar de não ter divulgado mais pormenores deixando assim uma grande expectativa para o que virá aí!

Se tens dúvidas em relação ao impacto deste “novo” conceito, convidamos a participares no Algarve 7’s, seja como jogador, adepto, voluntário ou simples curioso do maior evento de 7’s da Península Ibérica!

Algarve 7s 2019

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS