Super Rugby Unlocked 2020: quem vai triunfar na África do Sul?

Francisco IsaacSetembro 29, 20207min0

Super Rugby Unlocked 2020: quem vai triunfar na África do Sul?

Francisco IsaacSetembro 29, 20207min0
Depois do Super Rugby Aotearoa e AU, é altura de começar o Super Rugby Unlocked, com sete franquias sul-africanas a disputar pelo título desta competição... e da Currie Cup! Explicamos como vai funcionar neste artigo. Pronto para descobrir?

Vamos para uma 3ª ronda de Super Rugby, agora com toque e som da África do Sul? A partir de 10 de Outubro até 21 de Novembro, sete franquias do País do Arco Íris vão batalhar pelo título de campeões do Super Rugby Unlocked, nome alocado a esta competição do país do continente africano. Depois do Super Rugby Aotearoa e AU terem conseguido atingir sucesso, tanto ao nível de interesse do público como de movimentar as suas franquias e jogadores no sentido correcto, é a oportunidade da África do Sul estimular a sua nata e potencializar as suas novas coqueluches, como arregimentar e preparar os seus melhores atletas para o The Rugby Championship 2020, que começa em início de Novembro na Austrália.

Mas bem, como vai funcionar o Super Rugby Unlocked? Quem são os participantes? E o que implica esta competição para o futuro do rugby sul-africano?

O COMO, QUANDO E QUEM

O Super Rugby Unlocked vai funcionar como campeonato regular, sem direito a fase a eliminar, sendo a duas voltas. A franquia que acumular mais pontos não será só campeã do Unlocked como também garante uma vantagem extraordinária para a competição seguinte, a Currie Cup 2020. Isto significa que o Unlocked e a Currie Cup estarão conectadas a 100% nesta temporada, impondo assim uma pressão extra às sete franquias participantes da competição regional sul-africana de Super Rugby, com um calendário então dividido em duas partes. Por isso, de 10 de Outubro a 21 de Novembro decorrerá este SR Unlocked, que será jogado ao longo de 7 semanas, enquanto a Currie Cup tem o seu início marcado para 28 de Novembro e vai até 23 de Janeiro de 2021 (meias-finais e final incluído já), oferecendo uma época nacional apetrechada, intensa e promissora tanto ao nível de qualidade de jogo como de reunir interesse do público.

As sete franquias participantes serão os habitués do Super Rugby geral, que são os Lions, Stormers, Bulls e Sharks, somando-se os “europeus” dos Cheetahs (participaram no PRO14 até à paragem forçada em Março e de relembrar que são os campeões em título da Currie Cup) e os novatos, Griquas e Pumas. Para quem estranhar a não inclusão dos Kings, a franquia que jogou nas últimas três temporadas no PRO14 viu as suas portas fecharem-se, tendo a sua administração encerrado toda a actividade e declarado insolvência, impondo assim um fim abrupto (mas algo esperado) a uma equipa pouco amada apesar de ter feito todos os esforços possíveis para ganhar algum estatuto na África do Sul.

O Super Rugby Unlocked vai assim possibilitar um regresso ao rugby a estas franquias que têm como objectivo dar tempo de jogo aos seus atletas, especialmente aqueles que poderão vir a fazer parte do grupo de trabalho dos Springboks, sendo que a selecção campeã do Mundo em 2019 baseará a maior parte do seu principal elenco nos activos a jogar na Europa, como Faf de Klerk, Cobus Reinach, Cheslin Kolbe, entre outros. Contudo, Sharks, Bulls, Stormers e Lions têm uma série de nomes que vão constar nas escolhas de Jacques Nienaber (o treinador de defesa dos ‘boks assumiu o lugar de seleccionador, ocupado até Novembro de 2019 por Rassie Erasmus que passa agora para uma comissão técnica superior da África do Sul), até porque Siya Kolisi, capitão dos Springboks, continua a jogar nos Stormers, enquanto Curwin Bosch e outras estrelas mantêm-se nas suas franquias de sempre.

A introdução do Super Rugby Unlocked permite à África do Sul analisar três situações: a validade de uma competição de franquias única e exclusivamente jogada por franquias da África do Sul, tendo capacidade de gerar uma receita minimamente interessante e que cubra parte dos custos e despesas do rugby sul-africano; perceber até que ponto é saudável e interessante para os adeptos ter esta ligação entre o Super Rugby e a Currie Cup, desenvolvendo um sistema completamente inédito que poderá fomentar um fluxo ainda maior de atletas e investidores para o rugby sul-africano; e se ao organizar uma competição mais regional poderá convencer os atletas a permanecer em território sul-africano, estancando parcialmente a hemorragia que sofreram nos últimos anos.

TESTE PARA UM CALENDÁRIO REFORMULADO?

Olhando para o Super Rugby Unlocked e Currie Cup neste modelo actual, a ideia também passará por perceber se uma competição jogada em 4/5 meses tem capacidade para dar equilíbrio às estruturas da bola oval na África do Sul, encaixando com suavidade no calendário internacional, em especial com o japonês, já que o país asiático terá em 2021 uma Top League algo remodelada e que conseguirá tirar alguns dos melhores activos das franquias sul-africanas durante os meses de Fevereiro e Junho.

Ou seja, a África do Sul poderá no futuro jogar internamente entre Setembro e Fevereiro (alargamento do Super Rugby Unlocked ou da Currie Cup), não tendo grande actividade nos meses de Março a meados de Maio, seguindo-se a preparação para os internacionais de Verão a partir e Rugby Championship que irão decorrer entre Junho e Agosto/Setembro, completando assim uma hipótese nova de calendário local. Contudo, há ainda a possibilidade de virmos a ter um novo formato do Super Rugby, que será jogado numa primeira-fase a nível “regional” (Aotearoa, AU e Unlocked), seguindo-se uma segunda-fase com as 8 melhores franquias, duas da África do Sul, Austrália e Nova Zelândia e, possivelmente, mais duas do Japão.

De qualquer modo, o Super Rugby Unlocked surge como a solução perfeita para as franquias sul-africanas que precisam de repôr os seus activos dentro das quatro-linhas e reconquistar um público que está totalmente apaixonado pelos Springboks, mas nem por isso com as suas equipas supra-regionais.

Os últimos campeões da Currie Cup… os Cheetahs

E COMEÇAMOS COM UM SHOWDOWN TITÂNICO

A bola oval começa a rolar já no dia 3 de Outubro com um Super Rugby Showdown, um jogo entre os melhores jogadores da África do Sul que estarão divididos em duas equipas: Gold (treinada por Mzwandile Stick, apoiado pelo comissário de equipa, Rassie Erasmus) e Green (comandados por Deon David e ajudado pelo seleccionador dos Springboks, Jacques Nienaber). Os convocados por posição são:

Pilares: Frans Malherbe*, Thomas du Toit*, Steven Kitshoff*, Trevor Nyakane*, Lizo Gqoboka^, Ox Nche^, Marcel van der Merwe^, Ruan Dreyer^, Dylan Smith, Carlu Sadie, Gerhard Steenekamp, Luan de Bruin, Sti Sithole, Nathan McBeth, Mzamo Majola, Johannes Jonker, John-Hubert Meyer.

Talonadores: Bongi Mbonambi*, Scarra Ntubeni^, Dylan Richardson, Johan Grobbelaar, Schalk Erasmus, Fez Mbatha, Dan Jooste.

2ª Linha: Jason Jenkins^, Marvin Orie^, Oupa Mohoje^, JD Schickerling, Emile van Heerden, Le Roux Roets, Hyron Andrews, Ruben van Heerden, Salmaan Moerat, Sintu Manjezi, Walt Steenkamp, Reinhard Nothnagel, Ruan Vermaak, Ruben Schoeman.

3ª Linha: Siya Kolisi*, Duane Vermeulen*, Sikhumbuzo Notshe^, Arno Botha^, Marco van Staden^, Nizaam Carr^, Jaco Kriel^, Ernst van Rhyn, Celimpilo Gumede, Jaco Coetzee, James Venter, Junior Pokomela, Phepsi Buthelezi, Thembelani Bholi, Vincent Tshituka, Elrigh Louw, Jeandré Rudolph, Juarno Augustus, Muller Uys, Len Massyn.

Formações: Herschel Jantjies*, Embrose Papier^, Ivan van Zyl^, Jaden Hendrikse, Sanele Nohamba.

Aberturas: Elton Jantjies*, Damian Willemse*, Curwin Bosch^, George Whitehead, Kade Wolhuter, Manie Libbok.

Centros: Frans Steyn*, Lukhanyo Am*, Burger Odendaal, Jeremy Ward, Clinton Swart, Manuel Rass, Marius Louw, Rikus Pretorius, Wandisile Simelane, Werner Kok, Dan du Plessis, Ruhan Nel.

Três-de-Trás: Warrick Gelant*, Travis Ismaiel^, Cornal Hendricks^, Courtnall Skosan^, Rabz Maxwane, Rosko Specman, Seabelo Senatla, Sergeal Petersen, Yaw Penxe, David Kriel, Gianni Lombard, Malcolm Jaer.

*que fez parte do elenco que jogou no Mundial de Rugby em 2019

^internacional pela África do Sul

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