Os 8 apurados para as decisões finais – Ronda 19 Super Rugby 2018
HIGHLANDERS TIRAM A ESPERANÇA AOS “REBELDES”
Sabem qual é a pior forma de ir ao “tapete”? Fazer um jogo incrível, marcar ensaios, equilibrar no domínio de terreno de jogo contra uma equipa neozelandesa e no fim perder… e deixar escapar o apuramento para a fase-final. Os Rebels, que tinham “só” de ganhar mas ficaram a uns escassos pontos de o conseguir ante os Highlanders, em Dunedin. Contudo, os quinze minutos finais do encontro foram letais para as pretensões da formação de Melbourne com Sopoaga a despedir-se em grande do seu público.
O encontro terminou num 43-37 e foram até os australianos a “fechar” com uma penalidade bem convertida por Jack Debreczeni, que entrou para o lugar do man of the match, Reece Hodge. O abertura (que jogou grande parte do ano a centro) marcou 28 pontos dos tais 37, algo extraordinário. Fez um jogo completo, onde a facilidade de lançar ataques a partir da posição dez criou sérios problemas à defesa da franquia neozelandesa, ressentindo-se em vários momentos.
Foi um jogo que ninguém queria (podia) perder, pois os Highlanders se consentissem uma derrota ficavam à mercê dos Jaguares (viriam a perder em Durban no final da tarde), enquanto que os Rebels desesperadamente precisavam de 4 pontos para se apurarem, estando os Sharks à espreita. Na primeira parte, a formação de Melbourne tentou explorar o par de centros dos Highlanders, aproveitando a ausência de Thompson… não deu, muito por culpa da excelente exibição de Walden (18 placagens) e do perfeito apoio de Josh Ioane nessa secção.
A certa altura, os Rebels estavam na frente com um resultado “confortável” de 34-22, quando faltavam só 17 minutos para o apito final… e aí chegou o desastre completo. Os Highlanders meteram gás no “pedal”, começaram a bater bem na defesa e a fazer uso do pontapé táctico e aproveitaram os desentendimentos de Maddocks com Koroibete (quatro placagens falhadas em nove!), abrindo-se o espaço suficiente para irem atrás da remontada.
Os Rebels foram cedendo terreno, perderam o controlo de jogo e toda a estratégia desapareceu quando surgiram as boas linhas de ataque dos Highlanders. O ensaio de Franklin foi a última machada à época dos Rebels que começou tão bem, para acabar de forma abrupta. O que custa um par de derrotas fáceis e evitáveis não é sr. Wessels?
LIONS…NO FIM É QUE CONTA!
Não há dúvida alguma que os Lions fizeram uma das piores épocas dos últimos anos no Super Rugby, com várias derrotas preocupantes, mau jogos, falta de velocidade e dinamismo no ataque. Todavia, e mesmo assim, terminaram em 1º lugar na sua conferência e daqui até ao fim (exceptuando se forem à final) vão jogar sempre em casa fruto de uma vitória fácil ante os Bulls de Pretória.
Warren Whiteley e Malcolm Marx não fizeram aqueles jogos fenomenais, até pela falta de forma que têm depois de duas lesões complicadas, mas foram suficientemente bons para guiar os vice-campeões do Super Rugby 2017 no caminho certo da vitória. O nº8 foi responsável por assistir Courtnall Skosan (outro regressado nas últimas semanas, depois de uns meses parado) num excelente offload que repôs os Lions na frente do resultado.
Os Bulls tiveram na frente do resultado até ao final da primeira parte, perdendo o controlo de jogo mal deixaram a avançada dos Lions acelerar e criar movimentos de perfuração constantes.
Defenderam com qualidade (das 165 tentativas de placagem completaram 144) no geral, mas ao dar posse de bola e possibilidades de acção ofensiva aos seus adversários, não tiveram resposta para as boas incursões da melhor franquia sul-africana pelo 3º ano consecutivo.
Foi uma exibição de gala e que traz esperança para os playoff’s para os Lions, que a certa altura da época foram derrotados por uma série de equipas e estiveram prestes a “largar” o 1º lugar da conferência sul-africana.
COMO PARAR OS CRUSADERS?
Para a pergunta proposta… não há resposta. Estão imparáveis neste Super Rugby e os 54 pontos dados aos Blues (nem os Sunwolves perderam por tanto…) devem servir de anúncio a todos aqueles que estão a disputar o playoff de apuramento de campeão da competição. Com todos jogadores disponíveis, é altura dos cruzados de Christchurch seguirem pelo caminho do bicampeonato.
Mas realmente o que se passou em casa dos Crusaders para o encontro terminar num 54-17 final? Durante os primeiros 40 minutos foi bem dividido, em que os comandados de Tana Umaga aguentaram a maior expressão atacante promovida por Richie Mo’unga (nova época de alto nível do abertura) e Israel Dagg. Finalmente, o defesa/ponta dos All Blacks apareceu em “campo” com uma série de assistências e detalhes que rasgaram os três-quartos dos Blues.
George Bridge voltou a ser formidável (está em 2º lugar dos melhores marcadores do Super Rugby, com 14 ensaios a um de Taqele Naiyaravoro) destacando-se no momento certo para aparecer e fazer os pontos necessários, Matt Todd e Jordan Taufua placaram tudo o que se mexia e o colectivo no geral ia resolvendo o jogo a cada nova jogada e combinação.
O ponto negativo foi a perda de duas formações ordenadas em que os Blues carregaram e até somaram um ensaio de penalidade, algo muito “estranho” de acontecer com os Crusaders, a 3ª melhor equipa neste aspecto na competição (93% de sucesso no geral). Os Blues ainda tentaram dar outra imagem de uma época pobre e novamente de fraca qualidade, com o duplo ensaio de Melani Nani… insuficiente perante a concentração defensiva e resposta rápida dos Crusaders no breakdown.
Será que estão no caminho do bicampeonato?
HURRICANES SALVAM A HONRA…E OS QUARTOS EM CASA
Primeira parte muito cinzenta dos Hurricanes, onde estiveram prestes a entregar a vantagem de jogar os quartos-de-final em casa aos Chiefs, algo que podia mudar muito o resultado da próxima semana de Super Rugby. 21-00 nos primeiros 40 minutos foram uma espécie de sério aviso para o fracasso defensivo da formação de Wellington que esteve muitos furos abaixo do seu melhor.
Até Beauden Barrett falhou, entregando um ensaio de borla a Brad Webber, com um passe mal desenhado para Sam Lousi… foi um horror show por parte de uma das melhores equipas do Super Rugby dos últimos anos, especialmente a manobrar a oval e a arranjar soluções na linha de vantagem. Wes Goosen teve de jogar a centro e talvez aí esteja um dos principais problemas dos ‘Canes: a falta dos centros titulares.
Matt Proctor e Vince Aso estão lesionados, o que retira expressão ofensiva e qualidade defensiva a uma equipa que parece estar muito mole para os “monstrinhos” de Colin Cooper… 21-00 e Damian McKenzie, Charlie Ngatai, Nathan Harris, Sam Cane, Luke Jacobson, não jogaram, o que alimenta mais a “trama”.
Os Chiefs voltaram a ser mortíferos na linha de vantagem, rápidos a explorar o espaço e formidáveis a arrancar a bola no ruck, com turnovers preciosos que deixaram os Hurricanes desesperados. A 2ª parte foi diferente, com os Chiefs a precipitarem-se no ataque, com pontapés mal medidos que os ‘canes aproveitaram para montar o seu jogo e começar a ir à linha de ensaio.
O 28-24 acabou por ser um mal menor para a formação de Wellington e uma forma de motivar os Chiefs para os quartos-de-final… é possível ganhar em Wellington?
PLAYOFF (20 A 22 DE JULHO)
Hurricanes-Chiefs
Crusaders-Sharks
Waratahs-Highlanders
Lions Jaguares
DESTAQUES
MVP da Ronda: Reece Hodge (Rebels)
Jogo da Ronda: Highlanders-Rebels
Placador da Ronda: Phillip Van der Walt (Sharks)
Agitador da Ronda: George Bridge (Crusaders)
Vilão da Ronda: Ed Quirk (Sunwolves)