Sub-18 Portugal: os convocados para ir em busca do sonho na Polónia

Francisco IsaacMarço 21, 20188min0

Sub-18 Portugal: os convocados para ir em busca do sonho na Polónia

Francisco IsaacMarço 21, 20188min0
Os jovens internacionais portugueses vão tentar defender o título da 3ª melhor equipa europeia na Polónia. Os sub-18 de Portugal no Fair Play

E finalmente chega a Primavera e a Páscoa, o que significa para a maioria dos estudantes uma pausa nos estudos e uns dias de descanso no período/semestre. Contudo, para 26 atletas não vai ser assim, pois embarcam no dia 23 de Março rumo a Poznan (o primeiro jogo de Portugal será em Szamotuly) na Polónia para jogar no Campeonato da Europa de sub-18.

Rui Carvoeira, Francisco Branco, João Mirra e Nuno Aguiar, o quarteto técnico “chefiado” pelos dois primeiros, já finalizou a sua lista de convocados e agora espera uma resposta de afirmação, assertiva e de confiança por parte destes atletas logo no primeiro encontro frente à Rússia.

E quem são os nossos representantes que vão lutar por um lugar alto na classificação? Dos mais variados clubes nacionais e, até, internacionais contam-se os melhores nomes do campeonato sub-18 de Portugal. Fiquemos a conhecer os nomes e nos debrucemos na apresentação mais aprofundada de outros:

Foto: FPR

OS CONVOCADOS E DESTAQUES

Para os que desconhecem o posicionamento de cada nome, o Fair Play ajuda:

– na primeiralinha há o “francês” Sebastian Castanheira, Rafael Castro, Max Falcão (um dos activos mais interessantes deste elenco), João Nobre, João Fernandes e Pedro Braga;

– na secção das “torres” vão encontrar António Andrade (irmão de José Andrade, sub-20 que esteve no Rugby World Trophy), José Madeira e o sub-capitão Martim Bello (já se estreou na equipa principal do Cascais este ano);

– na serrafila encontram cinco nomes de gabarito com João Sousa, Francisco Silva, Alexandre Foneca, José Ulrich e Pedro Silva

– a formação está o capitão e sempre “intenso” Pedro Lucas e Joaquim Félix;

– no Mundo dos criativos têm Domingos Cabral (época extraordinário no escalão de sub-18 por Agronomia) e Gonçalo Barbosa;

– a centros temos Francisco Nobre, Raffaele Storti e o “físico” total Tomás Cabral;

– por fim no trio de trás vão encontrar António Cunha, Francisco Thomaz, Francisco Salgado, Manuel Vacas e Simão Bento;

Ou seja, têm um dos elencos mais interessantes e desafiadores dos últimos anos, com vários mágicos (desde Lucas a Vacas), atletas de alto vigor físico e capricho técnico (Tomás Cabral, João Sousa e José Ulrich enchem as medidas nestes parâmetros), trabalhadores natos nas fases estáticas (destaque para Castanheira que é um jogador que pode mudar o 5 da frente quando quer), entre outros.

Apresentamos dois jogadores a tomar atenção no jogo de abertura:

JOÃO SOUSA

Após uma época fora dos campos, João Tamagnini Sousa regressou em força e conseguiu conquistar um lugar que no início parecia improvável perante esse tempo sabático no rugby (que coincidiu com uma lesão). A verdade é que o asa de AEIS Agronomia apresenta argumentos muito fortes para fazer parte deste grupo de jogadores, a começar no impacto físico que coloca na placagem, a bravura no trabalho “curto” e a potência que evoca quando carrega a oval.

Vai compor uma 3ª linha de luxo ao lado de José Ulrich e Francisco Silva, nº8, sendo um dos aspectos a reter desta selecção sub-18. Tenham especial atenção à intensidade imposta por João Sousa nos rucks e no ir buscar adversários em fases consecutivas.

ANTÓNIO CUNHA

Ao bom jeito da escola do CF “Os Belenenses”, António Cunha é um daqueles pontas muito “chatos” de se ter pela frente: com um ritmo incansável, uma vontade de agarrar na bola e sair a jogar e um jogo ao pé de bom calibre, o atleta do Restelo vai fazer as delícias de quem gosta daqueles pontas que gosta de sonhar com truques macabros no ataque.

Com Simão Bento e Francisco Nobre, esta tríplice de dinamismos puros e animados, vamos ter os argumentos necessários para fugir a defesas mais pesadas no contacto.

Foto: Braga Cidade Europeia do Desporto

A PREPARAÇÃO E O PRIMEIRO ADVERSÁRIO

Nos últimos anos foram os vários atletas conhecidos que passaram por este escalão sub-18 desde Manuel Picão (que fez parte daquela equipa que viria a derrotar a Escócia, quando esta nação ainda militava nos campeonatos da Rugby Europe), Vasco Ribeiro, Jorge Abecassis, João Fezas Vital (capitão agora dos sub-20, já teve a mesma posição nos sub-18), entre outros que fizeram parte de selecções deste escalão que fizeram feitos incríveis para o rugby português.

Relembrar que em 2017, Portugal atingiu as meias-finais da competição tendo perdido com a França nesse encontro, terminando em 4º na geral, 3º no cômputo europeu (o Japão arrecadou a medalha de bronze já que era um Open Invitational). Em 2016 conquistaram a medalha de bronze, feito histórico, ante a Bélgica num Campeonato da Europa organizado pela Federação Portuguesa de Rugby.

Não existindo objectivos fundamentais de atingir, a equipa técnica Nacional quer sempre chegar o mais longe possível, exigindo o máximo dos seus atletas, desde fazer um trabalho exímio nos pormenores (uma das preocupações é os timings de ataque, a postura técnica na defesa e no apoio ao ataque) até ao trabalho mental onde se quer uma total concentração, uma bravura sem fim à distância e uma paixão total mas que não tolde a estratégia de jogo.

Nesse aspecto, a equipa de capitães tem a obrigação e o gosto de ter que liderar os seus colegas a “bom porto” nos momentos mais cruciais e dificeis de cada jogo. Pedro Lucas, o capitão, será auxiliado por João Sousa, Martim Bello e Tomás Cabral, tendo estes quatro o trabalho de puxar pelos seus companheiros de equipa, num Campeonato da Europa que não vai ser nada fácil desde o início.

Logo a começar apresenta-se a Rússia, selecção muito complicada do ponto vista físico e da agressividade no contacto. Em 2017 jogaram na divisão secundária da Rugby Europe, conquistando o 1º lugar após derrotar Ucrânia, Roménia e Holanda no caminho à subida. A nível técnico não apresentam grandes atributos, evidenciando-se os erros na transmissão e captação de bola, a falta de cultura no momento do offload ou a inacapacidade para ler ataques “anárquicos” do adversário.

Começaram a preparação a 15 de Janeiro, com atletas de vários pontos do país, sendo na sua maioria de Moscovo. Com os estágios realizados na Geórgia e, também, na Polónia, esta selecção russa tem o objectivo de abater Portugal já nos quartos-de-final. Será necessário aos jovens Lobos uma maturidade mental e um capricho técnico para levar de vencida a selecção campeão da divisão trophy de sub-18.

QUANDO JOGAMOS E COMO VAI SER O CAMPEONATO DA EUROPA

O encontro está marcado para as 11h30 (10h30 hora portuguesa) de dia 25 de Março e poderão acompanhar todo o encontro em: Portugal-Rússia. Será mais uma hora do rugby portuguÊs orgulhar-se dos seus atletas? Já o devem fazer, pois estes 26 vêm de um grupo de quase 50 atletas que se encontraram pela primeira vez em Maio/Junho de 2017 e têm vindo a trabalhar seriamente a cada novo mês.

A preparação decorreu em Braga e em Évora, com o jogo frente à Espanha a ser talvez o melhor teste possível que terminou numa boa vitória de Portugal. Esta selecção sub-18 passou por vários estágios, treinos duros em que o seu compromisso e dedicação foi levada ao extremo para criar um colectivo capaz, resistente e motivado em não só ganhar mas como deixar a sua marca.

O Campeonato da Europa de sub-18 vai de 25 de Março a 31 de Março, com a França e Geórgia a assumirem o favoritismo da prova, sendo que os “gauleses” serão o adversário de Portugal, em caso que os Lobos passem à meia-final da competição.

A preparação em Braga (Foto: Braga Cidade Europeia do Desporto)

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