SR AU 9ª Jor: Waratahs ganham mas Rebels ainda podem sonhar!

Francisco IsaacAgosto 29, 20206min0

SR AU 9ª Jor: Waratahs ganham mas Rebels ainda podem sonhar!

Francisco IsaacAgosto 29, 20206min0
Emocionante até ao apito final, foi o encontro encontro entre Rebels e Waratahs, que acabou com a vitória da franquia de Nova Gales do Sul, que consegue sobreviver mais uma semana... a análise da 9ª jornada do Super Rugby AU chega ao Fair Play

Emocionante, épico e… tudo por decidir em quem vai estar na fase-final do Super Rugby AU, pois os Waratahs derrotaram os Rebels e deixaram a decisão final para a última ronda, dependendo agora se a Western Force conseguirá aguentar uns aflitos Rebels! Por seu lado, os Brumbies confirmaram que vão estar na final em meados de Setembro depois de uma vitória bem conseguida, mas que só aconteceu na segunda-parte na recepção à Western Force.

UP’S: TÓNICO WHITE PODE VALER TÍTULO AOS BRUMBIES E O PACK DOS TAHS QUE QUIS A BOLA NA MÃO

Os Brumbies entraram francamente mal para o seu penúltimo jogo da fase regular do Super Rugby AU, dando espaço de manobra e confiança à Western Force para tentar a sua sorte que acabou com estes a adiantarem-se no resultado quando ainda não estavam cumpridos dez minutos de jogo. Uma atitude pesarosa e lenta tanto no que toca às movimentações das linhas atrasadas (valeramThomas Banks e Bayley Kuenzle) ou na saída das fases estáticas ou espontâneas, permitindo à Western Force sonhar com uma surpresa no campo dos Brumbies.

Porém, aos 48 minutos entrou em campo o dínamo que mudou o encontro por completo: Nic White! O formação jogou o seu segundo neste regresso à Austrália e foi ele a chave para os Brumbies cavalgarem no sentido da vitória, adornando o ataque com uma série de apontamentos geniais que criaram problemas totalmente indefensáveis para a franquia de Perth, virando o sentido de jogo a seu bel-prazer, impondo uma velocidade intensa e acicantando os seus colegas a assumir as despesas de dominar o encontro, e nesses 30 minutos finais assistiu-se exactamente isso.

Os Brumbies viriam a fazer três ensaios, todos com directa influência do formação dos Wallabies, ultrapassando o possível susto e a garantir uma vitória que lhes oferecer desde já a ida até à final do Super Rugby AU (o 1º lugar da fase regular passa para a final, enquanto o 2º e 3º jogam uma meia-final para decidir o segundo finalista), final essa que vai ser decidida por quem tem não só o estilo de jogo mais eficiente e equilibrado mas também pelas soluções que dispõe dentro do elenco, duas situações minimamente controladas pelos Brumbies neste momento.

Com jogadores como Nic White (conseguirá ser titular nos dois jogos finais da competição?) a sair do banco para fazer a diferença, a verdade é que uma situação crítica e perigosa pode sofrer uma reviravolta e voltar ao equilíbrio e domínio, sem esquecer a influência de nomes como Thomas Banks (excelente exibição), Will Miller, Pete Samu ou Irae Simone.

Na mesma lõgica, os Waratahs garantiram uma vitória fundamental para as aspirações em chegar à fase final do Super Rugby AU graças à influência directa de jogadores como Michael Hooper, Jack Dempsey, Harry Johnson-Holmes (enorme exibição do pilar internacional australiano, que tanto no trabalho defensivo ou de ataque foi espectacular) e Ned Hanigan, empurrando a equipa em direcção de uma vitória essencial que não lhes garante ainda o apuramento para a meia-final frente aos Queensland Reds.

O bloco de 8 avançados moveu-se com um passo sempre assertivo, tentando impor um certo domínio territorial e nas fases-estáticas que lhes valeu uma primeira-parte de relativo controlo, obtendo os pontos suficientes para obter uma vantagem importante.

Durante “largas” jornadas, os avançados dos ‘tahs pareciam um corpo disfuncional com graves problemas em conseguir aparecer no jogo corrido, ficando demasiado expectantes, imersos numa apatia nociva para dar outra dimensão à franquia de Sydney, surgindo agora em força, compactos e com outra solidez em todas as medidas. O ensaio de Jack Dempsey foi um claro exemplo de como o pack dos Waratahs quis surpreender, com o terceira-linha a sair disparado pelo eixo do ruck quando ninguém assim o esperava, com uma postura mais agilizada e dinâmica, algo que foi impossível de defender para uns “adormecidos” Melbourne Rebels. Contudo, ficam a depender de um resultado menos bom da franquia de Melbourne, que joga todas as suas fichas contra a Western Force…

O ensaio de Jack Dempsey (00:50)

DOWN’S: REBELS ADORMECERAM QUANDO NÃO PODIAM

Era o jogo da época dos homens de David Wessels e, apesar de terem realizado uma segunda-parte de qualidade, acabaram por quase deitar tudo a perder, com uma derrota que não era totalmente esperada até porque mostravam um crescimento sistemático nas últimas jornadas, sendo apanhados desprevenidos em diferentes jogadas no encontro ante os Waratahs.

Seja o ensaio de Jack Dempsey ou aquela jogada através do alinhamento que permitiu Jake Gordon a sair disparado pelo meio do alinhamento, foram algumas demonstrações de como os Rebels “adormeceram” e relaxaram na atitude defensiva nos momentos críticos, com claras descompensações defensivas ou tácticas a surgir especialmente a meio da primeira-parte e início da segunda. A placagem até revelou-se eficaz e altamente dominante, com uns espectaculares 93% de eficácia, mas expuseram a linha de defesa em demasia nos pontapés, oferecendo oportunidades aos Waratahs para respirar e até criar oportunidades para marcar ensaios.

Aquele pontapé final de Max Deegan (realizou até um jogo de qualidade) bloqueado foi outra demonstração da apatia e do adormecer da franquia que melhor rugby joga nas linhas atrasadas, mas que cai constanemente no erro da inexperiência, falta de resposta quando estão sob pressão e no risco excessivo, quando podiam optar por estagnar e desacelerar a velocidade da bola.

OS ASES DA JORNADA: TOM BANKS, FERGUS LEE-WARNER, MARIKA KOROIBETE E HARRY JOHNSON-HOLMES

O defesa completou 115 metros com a oval em seu poder, foi responsável por um dos ensaios, somando ainda três quebras-de-linha e seis defesas batidos, ocupando os espaços nas costas da equipa com visão e segurança, pulsando um jogo ao pé já mais completo do que até aqui tinha demonstrado.

O asa dos Western Force é uma das referências desta franquia de Perth e realizou um penúltimo grande jogo na competição, seja pelas 15 placagens encaixadas (zero falhadas e duas delas acabaram em turnovers), o ensaio e os 4 tackle busts que registou frente aos Brumbies.

Dois ensaios, vários tackle busts, três defesas batidos e uma quebra-de-linha, Marika Koroibete continua a ser uma das melhores armas de ataque (e até defesa) dos Melbourne Rebels, conseguindo sempre impor uma intensidade física decisiva.

O pilar dos Waratahs conseguiu ser um problema para os Melbourne Rebels durante todo o encontro, seja a forma voraz como se atirou ao breakdown (dois turnovers e uma penalidade conquistada), o trabalho junto aos rucks ou o trabalho exaustivo e de excelência na formação-ordenada e alinhamento.

OS NÚMEROS DA JORNADA

Mais pontos marcados: Matt To’omua (Rebels) – 17 pontos
Mais ensaios marcados: Isi Naisarani (Rebels) – 2
Mais quebras-de-linha: Tom Banks (Brumbies) – 3
Mais placagens: Fergus Lee-Warner (Force) – 15 (15 efectivas)
Mais turnovers: Henry Stowers (Force) e Harry Johnson-Holmes (Waratahs) – 2
Mais defesas batidos: Tom Banks (Brumbies) – 5
Melhor da Jornada: Nic White (Brumbies)

A boa assistência de White passados 3 minutos de ter entrado (2:49)


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