Springboks: A diferença vem do banco

Fair PlaySetembro 13, 20194min0

Springboks: A diferença vem do banco

Fair PlaySetembro 13, 20194min0
Um dos claros favoritos ao título mundial, os Springboks de Rassie Erasmus têm soluções para vender e oferecer neste Mundial, com o segredo a poder vir a sair do banco! A análise de Frederico Melim aos 'boks

Com os favoritos deste ano para o Mundial do Japão 2019, vamos analisar as 5 razões principais que diferenciam o banco dos Springboks do Resto do Mundo neste Mundial no Japão e como pode ser o fator decisivo na conquista do mesmo.

  • A Versatilidade dos 2as e 3as linhas

Pieter-Steph du Toit, considerado por muitos como o melhor asa fechado do Mundo neste momento, possui uma habilidade natural de jogar tanto a 2a como a 3a linha, graças à sua capacidade física e atlética muito acima do normal (2m e 123kgs tornando-se o Springbok mais pesado).

Isto permite uma flexibilidade muito grande na escolha do banco com dois 3as linhas como Francois Louw – jogador frontal, agressivo e mestre do turnover e Kwagga Smith – possui o factor X com o seu historial de 7s aliado a grande mobilidade e velocidade que o tornam essencial como ponte de ligação com os ¾. Ambos são jogadores de impacto que podem fazer a toda a diferença na 2ª parte de qualquer jogo mais apertado, sendo que Louw devido à sua versatilidade também pode cobrir todas as 3 posições na traseira da mêlée assim como Smith, ambos testados e comprovados nos seus clubes.

  • O factor Herschel Jantjies

O jovem prodígio, e imrão mais novo de Elton Jantjes, tem revolucionado os jogos em que participou em 2019 para a equipa liderada por Rassie Erasmus. Ano passado Faf de Klerk jogou quase todos os minutos de todos os jogos pelos Springboks devido à falta de um suplente à altura e da confiança do treinador que pudesse fechar um jogo se necessário.

Com Jantjies, encontraram uma opção que não só tem muito talento e Factor X, mas também se excede nos jogos grandes como provado este ano a nível internacional depois de dizimar os Australianos em Ellis Park e sendo fundamental no empate que valeu o Rugby Championship 2019 contra os All Blacks em Wellington. De pequena estatura mas de grande coração, o futuro da camisola 9 dos Springboks é risinhos e está muito bem entregue.

  • 2 Primeiras Linhas sólidas

O departamento com maior escolha, experiência e qualidade permite uma rotação e frescura durante todo o Mundial para Rassie Erasmus que pode ser decisivo nos jogos mais importantes.

A loosehead temos Steven Kitshoff quem tem sido usado na maior parte dos jogos como um super suplente devido ao seu excelente handling, dinamismo em jogo aberto e workrate nos rucks. A tighthead temos Trevor Nyakane que tem provado que pode ser titular devido ao impacto que tem trazido do banco de suplentes com o seu trabalho incansável no jogo fechado aliado ao poderio nas melées.

Os dois talonadores, Malcolm Marx e Bongi Mbonambi, complementam-se muito bem com muita disponibilidade para percorrer todo o campo e com uma grande melhoria na eficácia nas touches, sendo que Mbonambi brilhou neste Rugby Championship com a oportunidade pela introdução lenta de Marx vindo de lesão, e quem muitos consideram o Melhor do Mundo. Não esquecer o fantástico Schalk Brits que diz adeus aos relvados depois do Japão e cuja versatilidade é única e inigualável além do seu carisma e otimismo no seio da Equipa.

  • Frans Steyn e Elton Jantjies: Artistas diferentes para qualquer situação

Só existe um lugar disponível para acomodar um destes playmakers no banco de suplentes. Ambos trazem qualidades distintas que poder ter um grande impacto nos últimos 15mn de qualquer jogo. Steyn foi o escolhido para o banco em todos os jogos dos Springboks deste ano devido à sua versatilidade em toda a linha atrasada, longíssimo alcance nas penalidades e experiência de Campeão do Mundo em 2007.

Um exemplo foi a sua contribuição contra a Austrália com entradas devastadoras e chutos longos a terem um impacto profundo. Jantjies é um jogador que pode adicionar mais ímpeto e velocidade ao jogo Sul Africano, prova disso foi a 2ª parte que realizou contra os All Blacks em Wellington 2018, ressuscitando todo o jogo das linhas atrasadas, tendo sido fundamental no resultado final.

  • Jesse Kriel, o Sr.23

O poderoso homem dos Vodacom Bulls, devido à sua experiência, pode jogar confortavelmente tanto a 13 como a 15. Em várias ocasiões, contudo, também cobriu a ponta quando necessário. Se combinarmos a sua versatilidade com a sua explosão de velocidade, temos a definição perfeita de um jogador de impacto. Um jogador do seu calibre necessita ainda de se provar numa prova como este Mundial, pois os ultimos 20mn de um jogo de Mundial oferece oportunidades que necessitam ser aproveitadas para demonstrar que pode ser opção a titular e isto será algo que certamente Rassie Erasmus irá exigir de Kriel, em que deposita muitas esperanças e expectativas.


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