O “sidestep” do CN1: Évora é líder invencível e jogo louco no Minho!

Francisco IsaacDezembro 10, 20198min0

O “sidestep” do CN1: Évora é líder invencível e jogo louco no Minho!

Francisco IsaacDezembro 10, 20198min0
Braga e Guimarães ofereceram o jogo mais emotivo da 8ª jornada do Campeonato Nacional 1, enchendo o Minho com ensaios, pontos e muito mais! Toda a análise no Fair Play

Fim-de-semana marcado pelos dérbis e a continuação da invencibilidade do CR Évora no topo da classificação, com destaque também para a primeira vitória do Rugby Clube de Elvas no Campeonato Nacional 1 2019/2020!

A análise aos jogos, protagonistas e muito mais no nosso “sidestep” semanal!

E SÃO OS EBORENSES A MANTER A INVENCIBILIDADE!

Miguel Avó e Francisco Borges tinham prometido uma equipa compacta e devoradora de obstáculos e foi exactamente isso que aconteceu no encontro entre duas equipas invencíveis até à 8ª jornada. Os eborenses foram dominadores na defesa, mostrando uma coordenação bem trabalhada do seu par de centros e das reacções rápidas e exímias dos seus asas (incansáveis no breakdown, com António Fonseca a ser um perito nos turnovers), contrariando com excelência a maior velocidade das linhas atrasadas do CR São Miguel.

Os “bulldogs” que até entraram melhor no jogo, não foram capazes de aplicar uma atitude paciente nos momentos críticos do jogo, tentando apressar o ataque quando era necessário o oposto, somando-se ainda algumas más decisões dos portadores de bola. Contudo, e apesar do resultado final de 20-03 a favor da equipa da casa, os lisboetas mostraram uma atitude defensiva agressiva, levando a que parte do encontro fosse jogado entre os 40 metros das duas equipas.

O Évora sai com a vantagem e fica no 1º lugar quase de forma isolada, necessitando só derrotar ou empatar com o Caldas RC para subir ao “trono” de campeão de Inverno do CN1. Miguel Avó analisou o jogo e explicou em que bases assentou esta vitória dos eborenses,

Miguel, o Évora foi preponderante e derrotou o São Miguel por esclarecedores 20-03. Como foi montada esta vossa vitória?

O resultado alcançado esta jornada é apenas fruto do trabalho e persistência dos nossos atletas. Temos vindo a desenvolver várias competências que julgamos ser importantes para o crescimento da equipa e neste jogo foi visível um enorme compromisso em grande parte dessas competências, nomeadamente a defesa

Sentes que ainda podem melhorar? E se sim, em que aspectos?

Acreditamos que com o avançar da temporada estaremos cada vez melhor e mais afinados, caso os atletas mantenham o seu foco e compromisso! As melhorias estarão sempre relacionadas com um domínio cada vez mais eficiente do modelo de organização ofensiva e defensiva da equipa e tentar que cada jogador dê sempre o melhor de si.

90 PONTOS NO JOGO LOUCO DA JORNADA!

Dois hattrickers, reviravoltas inesperadas e intercepções espectaculares… foram estes só alguns dos destaques do primeiro dérbi do Minho de sempre no Campeonato Nacional que terminou em 49-4 (a favor do Guimarães RUFC)e mencionamos alguns pormenores! Samuel Lemos regressou aos relvados e foi autor de três ensaios, todos eles munidos daquela explosão e velocidade ímpar que fazem-no de um dos pontas mais perigosos desta divisão.

Paulo Machado, o centro do Guimarães RUFC, acompanhou o seu colega de equipa e também fez três toques de meta, mostrando toda uma agressividade no contacto que no primeiro momento é difícil de parar. Os vimaranenses sabem bem o que querem construir ofensivamente, encetando por um jogo simples mas que garante benefícios quando bem executado.

Contudo, do outro lado do campo surgiram Luís Ferreira e Tomás Fontes, dois dos jogadores mais inconformados dos bracarenses… o nº8 fez dois ensaios e chega assim ao topo da tabela dos melhores marcadores deste campeonato, enquanto que o abertura continua a ser o maior marcador de pontos dos “gladiadores” e foi o autor de uma intercepção de alto gabarito na 2ª parte. Os bracarenses falharam algo na defesa, mas na segunda metade do jogo mostraram ter as qualidades básicas para garantir mais pontos no CN1.

Um jogo emocionante que mostrou o melhor (e também erros) de ambos os lados, neste Campeonato Nacional 1 com 90 pontos no total.

SURPRESA NA ESTREIA DO CAMPO DO ELVAS

O Rugby Clube de Elvas estreou o seu novo reduto e nada melhor que começar com uma vitória, garantida frente aos surpreendentes Jaguares, que acabaram por sair com uma derrota do Alentejo de forma até inesperada. Os elvenses apresentaram outro equilíbrio no jogo corrido, notando-se uma evolução total desde o 1º jogo oficial até este e há que destacar Francisco Paralta e João Bandeiras. O asa marcou sempre bem as saídas da linha de defesa, preenchendo o campo como podia, sendo que tanto na placagem ou no contra-ruck foi um dos atletas de maior qualidade dentro do terreno de jogo. Já o formação João Bandeiras continua a polvilhar bom rugby dentro das quatro-linhas, seja pelos factores técnicos (sidestep letal) ou pela forma como consegue analisar os pontos mais frágeis da equipa adversária.

Os Jaguares tiveram a vitória nas mãos depois de terem saído para o intervalo na frente por 12-10, onde Belo Vieira, Júnior Barbosa e Guilherme Sampaio mostraram qualidades bem apetrechadas, oferecendo aquela capacidade de rasgo e imprevisibilidade que marca esta equipa dirigida por Pedro Vital. Contudo, e depois de uma primeira parte emocionante, o jogo tornou-se caótico e anárquico na segunda metade com ambas as formações a caírem no rendimento físico e qualidade técnica.

A vitória acabou por sorrir ao Elvas, já que Tomás Silva converteu a penalidade que fechou o marcador em 13-12.

DÉRBI DO OESTE AO PONTAPÉ E O EMPATE ENTRE “MOITAS”

Rafael Morales e Oscar D’Amato decidiram pegar no cone e mostrar quem tinha o pé mais afinado, com o atleta do Caldas Rugby Clube a ser autor de 17 pontos dos 22 marcados pelos “pelicanos”. A formação das Caldas-da-Rainha voltou a rubricar uma exibição estável, inteligente e fria, impedindo  que o ataque adversário encontrasse espaço para chegar à área de validação. Faltou mais experiência e outro sentido de calma aos “cavaleiros”, que procuram construir um grupo forte, que dê alegrias no futuro próximo.

No Campo do Gaio, Rugby Vila da Moita e MRC Bairrada ofereceram um jogo intenso, emotivo e animado, terminando num justo (sempre discutível) empate… houve espaço para drops (GonçaloCosta a marcar o primeiro deste CN1 2019/2020), ensaios quase de praça-a-praça e placagens de alto nível, dando um sentido interessante a um encontro entre duas equipas que procuram a manutenção.

Diogo Rodrigues, um dos pilares mais experientes do CN1, explicou a evolução do Bairrada nesta temporada,

Empate no sempre difícil campo do Rugby Vila da Moita, mas o MRC Bairrada está francamente melhor. Como explicas este crescimento da equipa?

Este crescimento deve-se fundamentalmente ao empenho da equipa em adaptar-se ao plano de jogo proposto por Luís Supico e Marcelo Alves. Esta nova ideia assenta na disciplina e pressão defensiva com um ataque móvel que tenta promover a circulação de bola a toda a largura do campo. Os jogadores estão a divertir-se a jogar e isso é fundamental para nós.

Quais são as vossas maiores dificuldades de momento? E uma virtude?

Não consigo apontar uma dificuldade concreta nossa que todas as equipas não tenham neste momento. A equipa tem uma média de idades muito baixa com alguns jogadores mais experientes e está empenhada em crescer. Este misto juntamente com a disciplina individual serão fundamentais. A maior dificuldade poderá ser manter esta consistência perante este calendário tão exaustivo na 1ª fase do Campeonato. A maior virtude é que todos os jogadores estão empenhados em ajudar o clube a melhorar. Temos capacidade, boas instalações e pessoas capacitadas para nos ajudar. Só depende de nós.

O “LINEBREAKER” DA SEMANA

Duarte Leal da Costa (CR Évora), Samuel Lemos (Guimarães RUFC) e Oscar D’Amato (Caldas RC). O centro eborense não fez uma exibição extraordinária, mas impôs uma postura e trabalho defensivo de gama alta, forçando o ataque do CR São Miguel a cometer erros na linha de corrida. O ponta dos Bravos de Guimarães voltou com três ensaios no “bolso”, prometendo castigar as defesas contrárias nesta temporada. E, por fim, o centro dos “pelicanos” pegou na batuta de chutador com relativa facilidade, conseguindo semana após semana subir na lista de melhores marcadores.

TRY FINISHERS E POINT SCORERS


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É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


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