O “sidestep” do CN1: Bairrada e Santarém mais perto da final-four!

Francisco IsaacMarço 3, 20208min0

O “sidestep” do CN1: Bairrada e Santarém mais perto da final-four!

Francisco IsaacMarço 3, 20208min0
A final four está cada vez mais próxima e o Santarém ganhou frente a um adversário directo na corrida pelas meias-finais! Os destaques da 14ª jornada do Campeonato Nacional 1 analisadas no Fair Play

A 14ª jornada teve a surpreendente escorregadela do CR São Miguel na visita ao campo do MRC Bairrada, para além do contínuo crescendo dos “cavaleiros” do RC Santarém que derrotaram e ultrapassaram os Jaguares na tabela classificativa com o sonho em chegar ao 4º lugar.

CAVALEIROS DOMAM OS JAGUARES NA LUTA PELO 4º LUGAR

Foi um jogo com um misto de pormenores/detalhes espectaculares e de carga pesada baseado em fases estáticas e trabalho contínuo de piques, mas que acabou com vitória de quem melhor controlou os ritmos e dinamismos de jogo, saindo o RC Santarém com os 4 pontos da vitória e ponto bónus ofensivo. Rafael Morales voltou a mostrar que está a caminhar para a forma ideal, ocupando novamente o papel de gestor e dinamizador da estratégia de jogo dos escalabitanos que têm mostrado um crescimento acelerado do seu elenco extremamente jovem mas cada vez mais experiente em aguentar os momentos importantes nos encontros do CN1.

Contra uma equipa explosiva e apaixonada por montar uma sequência de fases acelerada e baseada na velocidade de movimentos e inteligência técnica como são os atletas de Pedro Vital, foi necessário ao Santarém ser dominante na placagem com Manuel Carreira (o asa é daqueles canhões que magoa quando aplica o encaixe do ombro na cintura), Manuel Campilho e Rafael Morales a destacarem-se nesse apontamento que pavimentou o caminho para o controlo dos processos de jogo.

Mesmo com Guilherme Sampaio até inspirado nas suas acções com a oval em seu poder, a equipa da casa foi mais incisiva e fez melhor uso do seu colectivo encontrando o caminho para o ensaio por três vezes (o defesa Francisco Silva revelou-se um alvo difícil de parar quando conseguia encontrar espaço na defesa contrária), ficando a apenas um de conseguir o ponto de bónus ofensivo mas o objectivo se aproximarem do 4º lugar foi cumprido.

VITÓRIA NOS FESTEJOS DOS 45 ANOS DO BAIRRADA

A formação treinada por Luís Supico premiou os seus adeptos com uma grande vitória na recepção aos líderes do campeonato, o CR São Miguel, e que lhes permite solidificar a sua posição no 4º lugar do Campeonato Nacional 1. Foi um jogo de duas partes: os primeiros 40 minutos de equilíbrio territorial mas onde a eficácia da equipa da casa e a forma como forçaram os “bulldogs” a errar foi decisiva, amealhando 24 pontos; na segunda metade houve mais São Miguel, conseguindo os pupilos de Nuno Damasceno e Paulo Silva marcar dois ensaios nos 15 minutos após o regresso do intervalo, mas que não foram suficientes para conquistar uma reviravolta permitindo assim a aproximação do CR Évora e Caldas RC ao 1º lugar da classificação.

Gonçalo Costa foi determinante no fazer jogar e a impor um ritmo acelerado ao Bairrada, que explorou a alguma falta de pressão imposta pela defesa do emblema lisboeta, encontrando e explorando não só os espaços “descobertos” na linha defensiva contrária como também forçou erros aos seus adversários através de pontapés inteligentes e que criaram problemas constantes. A partir deste tipo de plataforma de jogo, a formação do Centro foi crescendo e atacando letalmente a área de validação construindo um resultado sólido e justo no primeiro tempo, aproveitando excelentemente bem os erros dos visitantes.

A formação do São Miguel ainda encontrou algum rumo na segunda parte, mas faltou mais paciência e frieza para perceber como conquistar a bola na defesa sem ser apanhado em falta, para além de ter tido pouca capacidade em explorar o jogo exterior de forma mais intensa, zona onde a equipa da casa poderia revelar maiores problemas em defender. Robert Delai (chegou aos 10 ensaios), Tomás Cardoso, André Lemos realizaram jogos acima da média, sem no entanto conseguir mostrar aquele brilhantismo individual e colectivo como aconteceu na jornada anterior diante do Caldas RC.

Luís Supico, treinador do MRC Bairrada, comentou a vitória da sua equipa,

Luís supico, uma grande vitória da Bairrada que dá um passo assertivo no chegar ao 4° lugar. Era esta a Bairrada que visualizavas desde o início da época?

Estamos muito perto, sem dúvida: quando se começa a trabalhar nos pormenores (dos nossos erros) como estamos a fazer agora é sempre bom sinal e, neste momento, conseguimos treinar e adaptarmo-nos consoante o adversário, sem nunca esquecer a base. Isto é fundamental para mantermos os níveis elevados.

Faltam 4 jogos… Em que campos é que não podem perder pontos ?

elizmente não podemos perder pontos, em nenhum jogo; digo isto desta maneira porque ao menos mantém-nos focados até ao fim da qualificação para as meias, mas esta pressão pode ser nociva, ainda por mais por sabermos que Santarém e Jaguares vão lutar até à última jornada, vão fazer a parte deles. Do nosso lado há que acreditar que é possível e trabalharmos muitíssimo: afinal de contas, na primeira volta e em 20 pontos possíveis com as equipas com que falta jogar ganhámos metade disso. Não será suficiente se fizermos igual, não tenho dúvidas. Única vantagem é que já estávamos à espera, num campeonato onde todos podem ganhar a todos – teremos emoção até ao fim!

CALDAS IMPRIME RUGBY TOTAL EM ELVAS

Depois de uma derrota decepcionante na visita ao campo do CR São Miguel, o Caldas RC voltou a mostrar os seus melhores atributos com uma vitória por 50-03 no Estádio Municipal de Elvas. A equipa local teve dificuldades em montar uma segunda cortina defensiva suficientemente lesta para parar com o maior virtuosismo e genialidade dos “pelicanos” encabeçada por Diogo Vasconcelos, Jonathan Nolan e, o estreante, Afonso Pecegueiro. O atleta de 18 anos foi responsável por 15 pontos no jogo de estreia, mostrando qualidade no que toca não só ao jogo ao pé (converteu 7 pontapés de um total de 8 tentativas) mas também da versatilidade em manobrar a oval, o que conferiu outra dinâmica a uma linha de 3/4’s que gosta de “inventar” combinações diferentes e que abrem a defesa adversária.

Sem Oscar D’Amato no XV inicial (ainda a recuperar de uma lesão sofrida, mas sempre predisposto a dar uma ajuda aos seus colegas de equipa), Patricio Lamboglia lançou algumas novidades no elenco que não deixaram de realizar boas prestações, somando-se ainda a excelente exibição de Filipe Gil (chegou aos 16 toques de meta, ocupando isoladamente o 1º lugar na tabela de melhor marcadores de ensaios) e, como já dissemos, Diogo Vasconcelos com ambos a oferecer a experiência necessária para manter os mesmos índices de qualidade no jogo contínuo.

Os elvenses ainda apresentaram bons momentos no contacto, seja na placagem ou nas entradas curtas, mas faltou mais dinamismo e confiança para conseguirem dar uma resposta de melhor qualidade perante uma formação tão bem apetrechada como é o Caldas RC, ficando agora isolados no penúltimo lugar da classificação.

ÉVORA DESLUMBRA NA 2ª PARTE E MOITA CONFIRMA A MANUTENÇÃO

Os eborenses de Miguel Avó continuam na senda das vitórias, derrubando o Guimarães RUFC por 52-07, um resultado construído principalmente na segunda metade do encontro. A equipa local fez 42 pontos (6 ensaios convertidos) depois de ter estado a ganhar apenas por uma diferença de 3 na primeira parte, com Manuel Murteira, Manuel Direitinho e António Fonseca a roubarem as atenções.

Já no Campo do Gaio o Rugby Vila da Moita tem praticamente a manutenção assegurada, depois de derrotar por esclarecedores 34-05 o Braga Rugby, num jogo em que os bracarenses podiam ter feito mais pontos só que faltou experiência e paciência para gerir a posse de bola com mais cuidado. Esta derrota mantém a formação bracarense no último lugar a 4 e 9 pontos do RC Elvas e RV Moita, respectivamente, faltando poucas jornadas para se completar a fase regular.

O “LINEBREAKER” DA SEMANA

António Fonseca (CR Évora), Afonso Pecegueiro (Caldas RC) e Rafael Morales (RC Santarém). O nº8 foi autor de um hattrick e tem se assumido como um portador de bola difícil de parar na primeira placagem, apresentando um conhecimento profundo de como trabalhar nas fases estáticas; o 3/4’s de 18 anos não olho para o seu BI e assumiu as despesas de ditar ordem nas movimentações das linhas atrasadas do Caldas RC, sem esquecer os excelentes pontapés com que brindou a sua equipa; e o internacional Tupí continua a mostrar que é um dos melhores jogadores do Campeonato Nacional 1, orquestrando bem a forma de jogar dos “cavaleiros”.

TRY FINISHERS E POINT SCORERS


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