RWC19: 5 momentos da fase-de-grupos para nunca mais esquecer

Francisco IsaacOutubro 22, 20196min0

RWC19: 5 momentos da fase-de-grupos para nunca mais esquecer

Francisco IsaacOutubro 22, 20196min0
Já só faltam 8 jogos para terminar o RWC 2019, restando os quartos, meias e final desta memorável edição da maior competição de rugby do Mundo. 5 destaques escolhidos por nós como os mais relevantes!

A fase-de-grupos do Campeonato do Mundo 2019 foi prolifera em momentos icónicos, pormenores únicos e acontecimentos inéditos que vão para sempre marcar esta 9ª edição da maior prova da bola oval. Numa tentativa de descobrir uma mão-cheia de grandes momentos, escolhemos aqueles que foram alvo de grande discussão, deixando de lado as polémicas, os problemas naturais e outras notas menos positivas deste RWC!

Deixa nos comentários as tuas propostas para os momentos mais relevantes do RWC 2019!

JAPÃO FAZ HISTÓRIA À CONTA DE MAIS UM GIGANTE

O um gigante poderia ser dois, uma vez que tanto a Irlanda como a Escócia caíram perante o brilhantismo da equipa da “casa”, marcando para sempre este Campeonato do Mundo 2019. É difícil escolher qual dos jogos será recordado como o mais memorável, uma vez que ambos têm os seus aspectos heróicos. Frente à Escócia acabaram a defender com tudo o que tinham em cima da linha da linha-de-ensaio, conseguindo resgatar a oval quando os escoceses montavam uma última tentativa para marcar pontos.

Mas o que se passou contra a Irlanda será digno de ficar escrito nos melhores pergaminhos da História do Desporto, pois não só o Japão virou o jogo como ainda procurou dominar o encontro por completo, arremessando a suposta nº1/2 do ranking mundial para uma posição de relativa insignificância, e a imagem de Joey Carbery a pontapear a oval para fora das quatro-linhas com a pressa de acabar o encontro revela muito do que se passou.

Seja essa imagem do ataque japonês a forçar a entrada na área de ensaio uma e outra vez ou os festejos contínuos quando o árbitro põe fim ao encontro, o Japão-Irlanda terá de ser relembrado como a confirmação de que os Brave Blossoms são um selecção de Tier 1…e que estão aqui para ficar!

SANTIAGO ARATA ARRANCA PARA O INÍCIO DO SONHO DOS TEROS FRENTE ÀS FIJI

O ensaio de Santiago Arata frente às Ilhas Fiji é outro dos momentos mais marcantes desta 9ª edição do Campeonato do Mundo, uma vez que o Uruguai conseguiria nesse encontro conquistar uma improvável vitória. Foi das exibições mais apaixonantes e emotivas dos Teros em Mundiais, lutando em todas as áreas do jogo, asfixiando os típicos offloads fijianos, não desistindo mesmo que falhassem uma placagem, indo buscar o adversário alguns metros mais à frente e a assumir um compromisso total a nível físico e táctico, evitando constantemente a chegada do cansaço.

Contudo, o momento mais icónico é a recuperação de German Kessler que com um passe sublime do chão mete a oval nas mãos de Santiago Arata… o formação só teve de bater o pé uma, duas e três vezes até meter toda a oposição fijiana deitada no chão… ensaio, lágrimas e novamente concentrados para a missão que ainda tinham em mãos. Porém, todavia, contudo, mas, o que quiserem usar de conjunções, o momento em que Arata começa a dar corda aos pés será recordado como um dos melhores detalhes deste Uruguai.

TRÊS MINUTOS À ALL BLACKS…

Muito se falou que os All Blacks padeciam de vários problemas (e continuam a padecer) antes do primeiro jogo do Mundial de Rugby e que iriam perder frente aos Springboks. Várias perguntas surgiram antes do encontro: o eixo Mo’unga-Barrett resulta? Ardie Savea combinava bem como nº6? Laulala tem a capacidade para vestir a camisola que foi durante uma centena de jogos de Owen Franks? A verdade é que após o jogo com a África do Sul, algumas das dúvidas dissiparam-se, a maioria dos críticos desapareceram e os All Blacks deram um passo em força em direcção ao 1º lugar do grupo.

Nesse encontro que marcou o início do Mundial, tudo (ou praticamente tudo) ficou confirmado quando os bicampeões em título fizeram dois ensaios em 180 segundos, mostrando todo aquele virtuosismo letal que pode de um momento para o outro surgir no jogo. Se o ensaio de George Bridge é o que se espera de um ataque multidisciplinar dos neozelandeses, o de Scott Barrett foi de um luxo total, com várias unidades ofensivas a “brincar” com a oval até gerarem uma brecha para ir até à área de ensaio dos sul-africanos. Brilhante, sorte ou um misto de ambos?

BOFFELLI E O PONTAPÉ QUE DEFINIU A VIDA DOS PUMAS NO MUNDIAL

A Argentina foi a decepção da competição, ocupando o lugar da Inglaterra de 2015, e a isto se deveu ao caos ofensivo da estratégia de Mario Ledesma ou as várias deficiências nos movimentos da cortina defensiva dos Pumas, que foram oferecendo oportunidades aos seus adversários. Contra os Les Bleus existiram duas Argentinas, a primeira que não conseguiu se impor frente à França, recuando constantemente no terreno e sendo vítimas do virtuosismo técnico da linhas de 3/4’s dos franceses, e uma segunda que começou a impor um ritmo próprio e excitante, movendo-se no sentido de garantir uma reviravolta que podia ter chegado aos 78 minutos de jogo.

Uma falta inexplicável de Gäel Fickou nos seus 40 metros encostado à esquerda, possibilitou aos Pumas apontar aos postes… Boffelli foi chamado à responsabilidade, ajeitou a bola, respirou fundo e deu um pontapé na bola que inicialmente parecia ir na direcção certa… porém, passou ao lado por uns centímetros e impossibilitou o passar para a frente da Argentina.

Os Pumas de Ledesma foram exactamente como esse pontapé de Boffelli: quase. Quase nos quartos-de-final, quase bem fisicamente, quase bem tacticamente e quase bem defensivamente. Mas em Campeonatos do Mundo, o “quase” significa quase sempre derrota.

O MELHOR JOGO DO MUNDIAL E UM CLÁSSICO PARA TODO-O-SEMPRE: O PAÍS DE GALES VS FIJI

Poucas palavras podem ser proferidas sobre um dos jogos mais emocionantes, excêntricos, loucos e frenéticos de sempre em mundiais, com ambas as equipas a distribuir offloads (18 no total), quebras-de-linha (19), defesas batidos (os fijianos fintaram 32 jogadores durante todo o encontro, enquanto o País de Gales conseguiu “somente” 19), congeminando um total de 849 metros conquistados e 7 ensaios.

É aquele jogo que deve ser vítima de download, gravado em diversas pastas, revisto uma série de vezes para nunca mais esquecermos o melhor que o rugby tem para oferecer… sejam as placagens de Semi Radradra (George North ainda está à espera de voltar a respirar) ou as intercepções de Gareth Davies.


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