O “Breakdown” do CN1: deu Évora no Clássico do Alentejo!
O Fair Play fará um acompanhamento semanal ao Campeonato Nacional 1, divisão onde habitam CRAV, Guimarães RUFC, RC Santarém, Caldas RC, RC Lousã, CR São Miguel, SL Benfica Rugby, Rugby Vila da Moita, RC Montemor e CR Évora. A liga já está em funcionamento mas só agora é que conseguimos fazer um acompanhamento sustentado ao CN1.
Os melhores momentos, ensaios, equipas e factos desta divisão!
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Está feito o 2º resultado mais surpreendente do CN1 2018/2019, com uma vitória do reforçado Clube de Rugby de Évora ante o super-favorito à subida, RC Montemor. Jogo muito duro e físico para os lados de Montemor, naquele que é um dos maiores Clássicos do rugby português. À partida para o encontro, os mouflons estavam com mais 12 pontos em comparação com os seus vizinhos e mediante os últimos resultados esperavam ainda aumentar essa divisão.
Mas, o Évora colocou em campo o seu melhor em termos de defesa e contra-ataque, com uma reacção bem rápida à avançada pesada mas móvel do Montemor. Frederico Couto assumiu e bem o protagonismo durante os 80 minutos, com uma série de boas participações defensivas e entrou logo a marcar, com uma excelente palmada a resultar no ensaio.
A resposta da equipa da casa veio pela força física de Thankgod Okafor, que quebra-a-linha no meio-campo e segue isolado até à área de ensaio sem que ninguem o conseguisse agarrar. José Leal da Costa não consegue converter dois pontos que no final das contas seriam preciosos.
Só que, a alguma displicência no trabalho no breakdown possibilitou ao Évora conquistar uma penalidade dentro dos últimos metros do Montemor… bola captada nas alturas, maul dinâmico formado e ensaio… Manuel Murteira converte e novamente são os visitantes a ditar as “regras” do jogo.
O Montemor tentou através de Pedro Jaleco sair para boas acções de ataque, mas faltou sempre um apoio mais célere para possibilitar chegar à área de ensaio. Mesmo assim, no meio de uma recuperação de bola num ruck por José Roque (o internacional português está a realizar um início de época espectacular), os mouflons inventaram um ensaio, com Luan Almeida a encaixar mais 5 pontos na sua conta pessoal.
O Évora foi sempre mais compacto na defesa, mais trabalhador nos rucks e minucioso na forma como estabelecia os seus processos tanto ofensivos como defensivos, ao contrário do Montemor que tentou apressar sempre a movimentação rápida no ataque descurando um pouco o tal apoio que já fez diferença em jogos anteriores.
Mesmo com um ensaio de rasgo individual de Pedro Jaleco (que empatou o Clássico em 17-17) foi o Évora a fechar da melhor forma o resultado… Manuel Murteira apontou aos postes depois de uma falta por fora-de-jogo, chutou e… a bola passou. 20-17 e até ao final ainda tiveram a oportunidade de mais três pontos, desperdiçada desta vez pelo centro eborense.
O Montemor caiu pela primeira neste campeonato, num resultado que foi sempre muito bem discutido, ganho pela equipa que aproveitou todos os espaços e momentos para fazer pontos. O Évora já vai em duas vitórias consecutivas em dois jogos e poderá chegar ao top-3 no Natal.
LÍDERES ISOLADOS, NUM JOGO DE VÁRIOS MOMENTOS
CR São Miguel e RC Lousã foram até ao último minuto para decidir quem saia do INATEL com a vitória, que acabou por sorrir à formação visitante graças a um ensaio marcado aos 25 minutos da primeira-parte pelo médio-de-abertura Luca Merolle.
A Lousã foi dominadora durante certos períodos de jogo, com o talonador Vance Elliot a realizar uns 80 minutos espectaculares, com uma série de portagens de bola de qualidade e até duas quebras-de-linha, para além de uma série de placagens bem direccionadas.
A Lousã mostrou-se fisicamente mais “agressiva”, somando excelentes iniciativas do seu meio-campo mas que acabaram em avants ou perdas de bola no contacto, muito devido à postura dos jogadores do São Miguel na hora de defender curto. Pierre Ebah foi sempre o lousanense que mais tentou mexer nos ritmos de jogo, com uma série de acções com a bola rápidas e já paradas in extremis.
Todavia, o 7-0 a favorecer os visitantes foi curto especialmente na parte final do encontro, altura em que o São Miguel acreditou num possível empate. Primeiro uma série de insistências nos 22 metros, através de uma intercepção de André Lemos, com o defesa a correr mais de 70 metros para ser parado mesmo à entrada dos últimos 10 metros; depois uma jogada de belo efeito de João Duarte, não teve o acompanhamento necessário para ganhar outra dimensão; e por fim, um maul dinâmico que ficou a centímetros da linha de ensaio.
A Lousã saiu com a vitória pela margem mínima de um ensaio convertido, num encontro que teve bons momentos, boas placagens e um resultado sempre bem disputado.
RV MOITA E GUIMARÃES RUFC SÃO ÚLTIMOS, MAS DÃO ESPECTÁCULO
Se o Clássico do Alentejo e o Dérbi do Oeste ocuparam as “capas de jornal”, a luta entre últimos foi também foco de interesse, pois uma vitória do Rugby Vila da Moita ou Guimarães Rugby Union Football Clube resultaria numa fuga ao lugar de lanterna-vermelha. Curiosamente, a formação da margem sul só levou 18 jogadores para o encontro e este factor deveu-se à onda de lesões que o plantel de Fernando Silva tem sido alvo.
Porém, no final do jogo a sorte – e a maior capacidade de rasgo – pertenceu aos visitantes, para desespero dos vimaranenses que agora ocupam a última posição. De pouco valeu a exibição valorosa de Paulo Machado, o centro que marcou dois ensaios, completou mais de 10 placagens e ainda somou outros pormenores de belo efeito.
Do outro lado, esteve o MVP da jornada, o ponta João Martins que terminou o jogo com três ensaios, um deles de belo efeito a rubricar uma exibição de alta qualidade que ajudou ao resultado final. As linhas atrasadas do Moita mexeram bem nas dinâmicas e ritmos de jogo, abrindo falhas na linha de defesa da equipa da casa. Mesmo assim houve inteligência e engenho pela avançada vimaranense em lutar pela posse de bola e terreno de jogo.
O Guimarães foi respondendo como pôde, só que os erros e faltas no chão permitiram ao médio-abertura do Moita, Pedro Silva, converter duas penalidades decisivas, elevando o resultado para 32-20. Paulo Machado ainda mergulhou para o 25-32, mas o jogo já estava para lá dos 80 minutos
ÁGUIA DE SERVIÇOS MÍNIMOS A NORTE
Depois de uma exibição de gala frente ao Caldas Rugby Clube, o SL Benfica tremeu em Arcos de Valdevez frente à equipa local… um 24-15 conta um resultado muito disputado e que até podia ter corrido pior para as “águias”, não fosse a maior experiência dos seus jogadores garantir a vitória por uma diferença de 9 pontos.
Vários erros com a bola nas mãos, alguma apatia na comunicação entre unidades de ataque e a falta de intensidade sem certos momentos do encontro, foram retirando capacidade ofensiva aos lisboetas e, por outro lado, deram argumentos ao CRAV para acreditar numa reviravolta.
Com Viriato Teixeira de regresso às opções de Renato Rodrigues, os arcuenses carregaram no bloco de avançados, ombreando com raça e dureza, algo que o Benfica não esperava por. Todavia, Matt Ritani, Francisco Bessa, Rui Santos e Diogo Conceição fizeram valer a sua experiência e liderança, guiando a formação de Francisco Aguiar no sentido certo.
A vitória lança o SL Benfica no encalce do RC Montemor que escorregou em casa ante o CR Évora… estão separados agora por apenas 7 pontos.
VIDEO A COLOCAR EM BREVE
RC Santarém, por sua vez, conquistou a sua segunda vitória consecutiva no CN1 ultrapassando o Caldas RC na classificação, seguindo agora no 6º lugar.