5 estrelas que vão brilhar nas nas Seis Nações 2021

Francisco IsaacJaneiro 20, 20216min0

5 estrelas que vão brilhar nas nas Seis Nações 2021

Francisco IsaacJaneiro 20, 20216min0
Finn Russell? Garry Ringrose? Que estrelas podem brilhar nestas Seis Nações? Escolhemos 5 jogadores que vão ser referências em 2021

Fevereiro marca o retorno das Seis Nações e a edição de 2021 vai ter alguns pormenores interessantes de acompanhar, como o retorno de Finn Russell ao torneio (voltou em Outubro de 2020, frente ao País de Gales mas só aguentou 30 minutos em campo), a candidatura plena da França (a última vez que ganharam foi em 2010) e o surgimento de novas coqueluches na Itália, caso de Paolo Garbisi um dos jogadores destacados neste artigo. Escolhemos 5 jogadores que vão ser estrelas nas campanhas das suas selecções e explicamos a importância de cada um.

FINN RUSSELL (ESCÓCIA)

Há poucas coisas certas na vida, e com certeza que Finn Russell não é uma delas pois o médio-de-abertura tanto consegue realizar uma exibição magistral, carregada de detalhes técnicos deliciosos e decisões tácticas que podem revolucionar por inteiro um jogo, como é capaz de ser a origem de todos os males, seja na postura defensiva ou em seguir por opções pouco seguras em momentos críticos. Contudo, e não sendo o jogador mais consistente, pode ser a chave para a Escócia voltar a subir um nível em termos de qualidade de jogo e de agressividade técnica, trazendo uma imprevisibilidade fundamental para colocar pressão e preocupação nos seus adversários, especialmente em equipas focadas em fazer uma defesa alta e que arrisquem em optar pelo blitz.

Aos 28 anos, Finn Russell é decididamente um dos nº10’s que mais gosto dá ver jogar, com uma genialidade-demente própria dos maiores fantasistas, que podem fracturar por completo com um jogo e alterar a passada e ritmo, polvilhando elementos especiais como o side-step ou a panóplia de pontapés letais e que são problemáticos para a larga maioria dos adversários, e o 10 é uma das estrelas principais nesses parâmetros.

LIAM WILLIAMS (PAÍS DE GALES)

Não tem tido sorte nos últimos dois, muito devido a lesões e a mazelas que têm condenado o emblemático defesa a não atingir a sua melhor forma, deixando sempre aquela promessa de que poderia ter sido parte do top-5 dos melhores jogadores dos últimos anos, caso tivesse mantido a consistência física. 2021 pode ser o ano em que Liam Williams volte ao patamar de anos como 2017 e 2018, massacrando os seus adversários directos graças a um poder de explosão e aceleração extraordinário, onde a transição exemplar do jogo ao pé de longo para curto – e vice-versa – possibilita criar oportunidades para o ataque do País de Gales, adicionando ainda o profundo conhecimento táctico que torna-o uma das maiores ameaças nestas Seis Nações.

Com Leigh Halfpenny na convocatória, o ponta/defesa dos Scarlets deverá cair para uma das pontas, lutando assim contra George North (poderá surgir como centro, algo que já aconteceu em Novembro passado), Louis Rees-Zammit, Josh Adams e Hallam Amos, sendo que para o melhor País de Gales é necessário ter o melhor Liam Williams. Conseguirá ser o polivalente 3/4’s uma das estrelas dos galeses em 2021?

MARO ITOJE (INGLATERRA)

Decididamente é um dos melhores jogadores da actualidade e é uma das peças-chave da Inglaterra de Eddie Jones, com um impacto que vai para além de ganhar a oval nos alinhamentos ou de aplicar uma placagem letal, já que é pela agressividade mental, a resiliência física, o conhecimento do jogo, a capacidade em conquistar turnovers e a valência técnica no ataque, que Maro Itoje assume total protagonismo nesta Inglaterra, sendo cada vez mais o líder da Rosa.

Faz parte do bloco de jogadores que ajudaram a recuperar uma Inglaterra em queda, colocando-se como uma das unidades mais decisivas na movimentação táctica, transmitindo ordens e comandos que vão dando equilíbrio e confiança aos seus colegas, sem esquecer a sua influência nas fases-estáticas ou espontâneas, em que se impõe constantemente e de forma inabalável, com dados minimamente assustadores no que toca à eficácia na placagem (94%), conquistas dos alinhamentos adversários (9) e turnovers (7) nas Seis Nações de 2020.  Vai voltar a ser uma das unidades fulcrais da estratégia de Eddie Jones e assumidamente vai ser um dos melhores da competição de 2021.

ANTOINE DUPONT (FRANÇA)

Será Antoine Dupont o melhor jogador do Hemisfério Norte neste momento? Possivelmente, pois consegue transformar uma equipa normal em algo transcendente, empurrando os seus colegas para um patamar elevado pela via da sua capacidade técnica seja no passe ou na movimentação da oval nas suas mãos, na passada elétrica e na visão de jogo virtuosa, deliciando qualquer treinador (Eddie Jones já elogiou várias vezes o formação do Toulouse) e adepto, independentemente se é da “casa” ou não.

Para 2021, o nº9 terá de manter a mesma forma física e qualidade de jogo de modo a garantir que a França seja candidata ao título das Seis Nações, mas perante o que temos visto nos últimos meses é  impossível que Dupont não tenha a mesma influência do que em 2020, uma vez que continua em crescendo, imperando no Top14 com total força e inteligência que enriquece totalmente a modalidade, sendo uma das estrelas do momento.

O peso do pequeno génio na França, permite que a manobra táctica desenhada por Fabien Galthié obtenha um carácter de constante ameaça, virada para abraçar o risco no ataque e defesa, onde Dupont é a peça que faz toda a máquina girar e veremos melhor esse pormenor nesta edição das Seis Nações.

GARRY RINGROSE (IRLANDA)

Se Liam Williams foi “alvo” de algumas lesões, o que dizer de Garry Ringrose, o centro da Irlanda? A ausência do camisola 13 foi sentida durante a maior parte da campanha da Irlanda nas Seis Nações 2020 e Autumn Nations Cup, perdendo um dos jogadores que melhor executa o plano de jogo e que mais facilmente consegue descortinar soluções de ataque, dando outra velocidade e expansão à estratégia de Andy Farrell, como se pôde ver em alguns jogos dos dois últimos anos.

Rapidez, placagem assertiva, inteligência, impacto, dinamismo constante e um capricho para surpreender quando menos se espera, são tudo qualidades do cardápio de Garry Ringrose, esperando-se que aos 25 anos consiga ultrapassar as lesões e começar a elevar a selecção irlandesa para o patamar que necessita, pondo fim assim a constantes mexidas no par de centros do Trevo e assumir-se como uma das estrelas do Hemisfério Norte.


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