Power Ranking – o verdadeiro ranking para o Rugby?

Fair PlaySetembro 15, 20195min0

Power Ranking – o verdadeiro ranking para o Rugby?

Fair PlaySetembro 15, 20195min0
Será que o ranking da World Rugby é verídico e bem feito? Ou talvez tem algumas falhas? Victor Ramalho e o Portal do Rugby construíram o Power Ranking! Concordas com eles?

Artigo que saiu primeiramente no Portal do Rugby: Power Ranking

Você certamente já se viu reclamando do Ranking Mundial. Ele tem um método que na minha opinião é bastante coerente e sólido e eu particularmente gosto do Ranking do World Rugby.

Entretanto, como todo Ranking, ele pode ter ajustes. Portanto, o que seria o Power Ranking? Seria um Ranking feito com o intuito de expressar uma relação de forças de momento – que seja diferente de uma tabela de classificação ou de um ranqueamento oficial. O conceito é usado no futebol e nos esportes americanos à exaustão, mas no rugby a ideia ainda não se difundiu.

Eis o meu Power Ranking de momento:

Explicação

Por mais que a Nova Zelândia não tenha tido até aqui o melhor ano, a sua posição como número 1 ainda não foi consistentemente colocada em cheque e isso só será feito na Copa do Mundo. Os All Blacks ainda têm o melhor elenco do mundo e os números dos seus atletas ao longo do Super Rugby provam isso. O empate com a África do Sul ainda não prova consistentemente a superioridade dos Springboks, sobretudo quando analisamos o desempenho individual de cada atleta ao longo da temporada, mas certamente o feito (seguido pelo título do Rugby Championship) coloca os sul-africanos no segundo lugar.

Abaixo, estão os europeus. Com a exceção da Irlanda, nenhum deles venceu os All Blacks recentemente, ainda que os ingleses tenham flertado com isso em 2018. Ao se comparar as 3 potências da Europa, Gales deveria ficar no topo, pelo título do Six Nations. Porém, inverti a ordem e coloquei a Inglaterra acima e a Irlanda na sequência, como resultado do que foi visto nos amistosos pré Mundial.

Na sequência, entre França e Austrália, deixei os australianos acima dos franceses, naquilo que pode ser o ordenamento mais polêmico. Os Wallabies derrotaram os All Blacks neste ano! Isso certamente já basta para colocar a Austrália acima, mas apenas por isso. O restante dos jogos australianos não foi inspirador e a França melhorou significativamente. Os franceses são talvez os maiores candidatos a surpreenderem e podem inclusive sonhar com as semifinais do Mundial, mas não conquistaram ainda em 2019 uma vitória que justifique ficarem acima no Power Ranking.

A Escócia, por sua vez, teve um ano superior ao da Argentina, ao passo que Fiji impressionou mais que a Itália recentemente. O Japão venceu Fiji neste ano, mas tratava-se de um elenco fijiano longe do ideal, com Fiji tendo um elenco que viveu temporada muito superior ao japonês no rugby de clubes. Na sequência, não há dúvidas de que a Itália ainda está acima da Geórgia (pela vitória em 2018 sobre os georgianos e pela forma dos Lelos contra contra a Escócia nos amistosos). Parte do elenco italiano ainda viveu bom momento no PRO14 com o Benetton, mas o desempenho da seleção ainda preocupa.

Apesar de Tonga estar acima de Samoa no Ranking, o desempenho neste ano de Samoa foi melhor e ambas ainda podem ser colocadas acima dos Estados Unidos. Os Eagles venceram Samoa em 2019, mas em jogo que teve try samoano erroneamente anulado, sendo que esse mesmo time americano não fez um Americas Rugby Championship vistoso e está devendo uma comprovação de seu status.

Os uruguaios evoluíram e vem na sequência, mas os resultados de 2019 tanto do Rugby Europe Championship (“Six Nations B) como da World Rugby Nations Cup (jogada em junho no Uruguai) provam que há um equilíbrio absoluto entre Uruguai, Espanha, Romênia, Canadá, Rússia e Namíbia. Pelo Americas Rugby Championship e pela boa temporada de atletas dos Teros na Major League Rugby, o Uruguai ainda está acima dos canadenses, mas a Espanha e a Namíbia vencerem o Uruguai em Montevidéu neste ano, ao passo que os espanhóis também derrotaram russos e romenos, enquanto os romenos venceram os russos e os russos derrotaram os namibianos.

Pelas derrotas apertadas contra Espanha e Romênia e pela vitória sobre o Canadá (ainda que desfalcado), o Brasil hoje pode ser tranquilamente considerado a 23ª força do mundo, sobretudo com o declínio alemão. Portugal, que tem uma geração fortíssima no M20, derrotou a Alemanha, enquanto os belgas nada impressionaram recentemente, justificando a ordem de força escolhida após o Brasil.

Hong Kong foi derrotado pela Alemanha (que vivia em crise) no ano passado, mas mostrou competitividade, ao passo que o Chile ainda vem sofrendo no Americas Rugby Championship – mas, pelo menos, dificultou o último jogo contra o Brasil e teve bom desempenho contra os romenos.

A Holanda joga apenas o “Six Nations C” (tendo, ao menos, feito jogo duro contra os portugueses, o que justifica sua posição no Top 30) e nunca joga contra times de outros continentes. É justamente esse o maior problema para se montar um Ranking fiel para o restante dos países: abaixo do Top 30 (e por vezes mesmo dentro dele), os países não jogam contra equipes de outros continentes nunca, dificultando a comparação. Por essa razão, o Quênia foi colocado em 30º (por ter jogado em 2018 fora da África), enquanto equipes como Suíça e Coreia do Sul só jogaram em seus continentes e sofreram derrotas por placares largos para os times acima.

E então, fez sentido o Power Ranking?

Compare com o atual Ranking do World Rugby:

Foto: World Rugby

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