Francisco IsaacPortugal vs Países Baixos: algumas notas para a 2ª jornada do WREC 2024
Está quase a chegar a hora da estreia das Lobas no Women’s Rugby Europe Championship 2024 e avançamos para algumas notas sobre o encontro, naquela que será a 2ª jornada do WREC 2024.
CONVOCATÓRIA MUNIDA DE “ARMAS”
Doze atletas vêm do estrangeiro, nove de França, duas de Espanha e uma de Inglaterra, sendo uma equipa bem mais internacional que a Suécia, Países Baixos ou mesmo a Espanha. Isto não significa que Portugal se apresenta como favorita a ganhar um jogo nesta sua estreia no Women’s Rugby Europe Championship 2024, já que isso implica muito mais do que atletas a actuarem no estrangeiro. Porém, ter várias jogadoras a jogar quer na Premiership, Liga Iberdrola ou Élite 1/2 pode dar aquele empurrão que aproximará a equipa de uma vitória ou pelo menos de uma grande prestação, algo importante para o futuro do rugby feminino nacional.
Com Isabel Ozório e Adelina Costa de volta, para além de Beatriz Oliveira, Inês Marques e Mariana Marques (grande temporada ao serviço das Valkyries Normandie RC), sem esquecer as adições da sprinter Inês Spínola, a selecção comandada por João Moura terá capacidade para surpreender os adeptos nacionais e o público internacional também.
Depois da conclusão do campeonato nacional português que terminou com uma vitória incontestável do SL Benfica, as jogadoras escolhidas terão agora tempo para se focarem a 100% nas próximas semanas. Será importante agora perceber quem vai arrancar uma convocação para já este primeiro jogo, já que a lista de convocadas ascende as 38 unidades, um número que há uns anos atrás poucos acreditariam ser possível.
O QUE ESPERAR DOS PAÍSES BAIXOS
Já no artigo anterior aludimos quem são algumas das principais jogadoras neerlandesas, mas agora vamos à forma como jogam. A avançada não só tenta dominar toda as fases-estáticas, como se apresenta especialmente móvel e ágil, apanhando desprevenidas todas as adversárias que achem o contrário. A mentalidade vencedora e irredutível são outros dois pormenores que tornam o primeiro adversário de Portugal numa ameaça constante, não desistindo de nenhuma fase, portagem de bola ou placagem.
E, finalmente, a inteligência endiabrada que têm vindo à afinar nos últimos dois anos. As neerlandesas em 2023 já possuíam a maioria dos argumentos anteriores que mencionámos, mas faltava-lhes capacidade de leitura de jogo e presença táctica para controlar o fluxo de jogo e saber desacelerar a velocidade da bola quando necessário. Agora em 2024 parece que já estão a dominar este aspecto e, caso as Lobas caíam no erro de oferecer a iniciativa e primazia de jogo às neerlandesas, então poderemos ter uma tarde longa pela frente. Sylke Haverkorn, a seleccionadora dos Países Baixos, é vista como um dos talentos do rugby mundial, que tem sido capaz de moldar o conjunto neerlandês para uma equipa competente, física e perigosa.
POTENCIAL XV
Portugal poderá começar com este XV e com o seguinte banco de suplentes: Elsa Santos (SC Porto), Inês Marques (Valkyries Normandie) e Sara Magalhães (CA Brive); Ana Freire Oliveira (Sporting CP) e Marion Mazer (Vitry); Maria Morant (CRAT), Sara Moreira (Sale Sharks) e Adelina Costa (Pink Rockets); Leonor Amaral (Sporting CP) e Isabel Ozório (Pink Rockets); Maria João Costa (SL Benfica) e Mariana Marques (Valkyries Normandie); Inês Spínola (CRAT), Mariana Santos (Agrária) e Daniela Correia (SC Porto). 16 Carlota Torres (SC Porto), 17 Maria Teixeira (Sporting) e Beatriz Rodrigues (MRC Bairrada); Ana Fernandes (SL Benfica) e Arlete Gonçalves (SL Benfica); Ana Santos (CR São Miguel), Beatriz Oliveira (Valkyries Normandie) e Antónia Martins (CRAV)
Foto de Destaque de Rui Morais Castro / Federação Portuguesa de Rugby
