Portugal “A” vs Irlanda Clubs XV: os 3 destaques do encontro

Francisco IsaacMarço 8, 20244min0

Portugal “A” vs Irlanda Clubs XV: os 3 destaques do encontro

Francisco IsaacMarço 8, 20244min0
Portugal perdeu por 17-20 frente à Irlanda Clubs XV, num jogo com vários pontos positivos e com o retorno de Nuno Sousa Guedes

Portugal perdeu por três pontos frente à selecção da Irlanda Clubs XV (formado exclusivamente por jogadores do campeonato AIL) por 17-20, num encontro que teve períodos de boa intensidade e com pormenores técnicos que merecem destaque, sendo estes os 3 destaques do encontro!

MVP: NUNO SOUSA GUEDES (DEFESA)

Esteve nos três ensaios marcados por Portugal “A”, foi essencial para dar outro ânimo e cor ao ataque de Portugal e mostrou toda a sua genialidade tanto por via daqueles side-steps perigosos ou na descoberta de colegas quando fez uma quebra-de-linha ou atirou um pontapé alto. Depois de ter retornado pelos Lusitanos em Dezembro de 2023, o defesa do CDUP teve de voltar a parar devido novamente a lesão, e este jogo frente ao conjunto irlandês mostrou que parece não ter falhado um minuto competitivo. Ordenou bem a linha-defensiva, com uma comunicação positiva e intensa, tendo contribuído para oferecer outra paz e calma aos seus colegas, lembrando que a média de idades roça os 22 anos.

Importante destacar também Duarte Cardoso, com o jovem médio-de-formação a entrar do banco de suplentes com grandes dinâmicas, tentando exercitar e dar outra cor ao ataque nacional, tendo estado nos dois últimos ensaios da equipa portuguesa. O par de centros composto por Alfredo Almeida e José Câmara também merece aplausos, com ambos a oferecer excelentes combinações e a garantir uma defesa bem sólida perante a maior fisicalidade do Irlanda Clubs XV.

PONTO ALTO: JOVENS MAS COM VONTADE DE SURPREENDER

O teste frente ao Irlanda Clubs XV seria sempre menos agressivo em comparação com a Inglaterra “A”, mas nem por isso o conjunto visitante iria deixar de impor uma fisicalidade alta e que tentasse dobrar a equipa lusa, especialmente no que toca às fases-estáticas. Porém, os 23 jogadores que jogaram por Portugal “A” devolveram a cortesia e arremessaram uma série de placagens efectivas e dominantes, fechando bem a defesa na maior parte das vezes, com o adversário a tentar uma e outra vez insistir no contacto directo ou em mauls, que na maioria das vezes garantiram metros de conquista.

No que toca ao ataque, os Lobos “A” tentaram e conseguiram surpreender, mostrando todos os detalhes técnicos que tanto se vê nas selecções de formação ou séniores, com uma série de steps e offloads que foram desbloqueando placadores e abrindo caminho até à área de ensaio. O primeiro ensaio de Portugal foi abonado com um pouco de sorte – parecia avant no primeiro momento mas foi um Falcon Pass, ou seja, um passe feito com a cabeça – mas não deixou de ser engenhoso, assim como o 2º e 3º.

Melhores processos em comparação ao jogo de há duas semanas.

PONTO A MELHORAR: PRECIPITAÇÃO E PRESSA CUSTOU CARO

Com a conquista de confiança, os jogadores de Portugal “A” foram tentando surpreender ainda mais o adversário e, infelizmente, por vezes resultaram em perda de controlo da posse de bola e da fluidez de jogo, ofertando à Irlanda Clubs XV uma vantagem para recuperar e encontrar caminho até à área de ensaio de Portugal, conseguindo dar a volta antes do fim da primeira-parte. Nem foi a indisciplina a ter sido o ponto mais negativo, já que Portugal não concedeu tantas faltas, com o principal ponto negativo a ter sido claramente o excesso de querer jogar e dar sequência a jogadas mesmo quando a plataforma de apoio e suporte não estava lá para garantir continuidade.

Faz parte da evolução e da curva de crescimento de vários destes jogadores, percebendo-se a ideia por detrás deste Portugal “A”, não sendo por isso crítico os erros que se sucederam durante o encontro.

DADOS DO JOGO

Marcador de ensaios: José Câmara (5), Alfredo Almeida (5) e Francisco Galveias (5)
Marcador de Pontos: Manuel Vareiro (2)


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