Mundial de Rugby 2023: análise às exibições dos rivais dos “lobos”
País de Gales e Ilhas Fiji, dois dos quatro adversários de Portugal para o Mundial de Rugby 2023, são brevemente analisados para percebermos os seus pontos-fortes e como estão a se preparar para Setembro.
PAÍS DE GALES COMEÇA A ENGATAR
Pontos Fortes: fases-estáticas dominaram; placagem dura e móvel; jogo ao pé bem calibrado;
Pontos Fracos: ataque tem falhas nos últimos 25 metros; ligação do 9-10 peca em momentos críticos;
Lesões: Nenhuma a registar;
Vitória estrondosa do País de Gales em Cardiff, derrubando a Inglaterra por uns sonantes 20-09, demonstrando que o trabalho dos últimos dois meses está a começar a dar fruto, apesar dos galeses terem perdido Alun Wyn Jones e mais uns quantos atletas de nível. Como já tínhamos alertado, apesar de umas Autumn Series e Seis Nações tenebrosas, o foco de Warren Gatland (que só voltou a agarrar na equipa a partir de Janeiro 2023) está no Mundial 2023 e este jogo de preparação foi a prova de que o País de Gales não está tão frágil como se andava a apontar.
Os adversários do 1º jogo de Portugal na maior prova de selecções da modalidade, estão efectivamente bem e em grande crescimento, tendo só que afinar três áreas para voltarem a um nível “similar” ao de 2019: o ataque tem de ter uma cadência mais eficaz; o arranque após o intervalo não pode sofrer uma queda anímica de qualquer nível; e o par de centros precisa de encontrar uma harmonia de maior qualidade.
De qualquer forma, a verdade é que uma série de caras novas começa a ganhar palco e espaço para fazer valer o seu jogo, especialmente Sam Costelow, Keiron Assiratti, Will Rowlands, Max Llewellyn e, o MVP da tarde, Jac Morgan. Com uma defesa altamente eficaz, agressiva e dotada de uma velocidade e poder de manobra alto, o País de Gales asfixiou por completo a Inglaterra, e só não terminou com um resultado mais dilatado por um par de erros de transmissão de bola ou de conclusão de jogada.
Não é, de todo, o mesmo País de Gales que jogou contra a Geórgia Novembro de 2022, e a subida de rendimento físico, táctico e técnico é notório. Resta saber se foi um jogo “só” ou se estamos perante o reerguer de uns “Dragões Vermelhos” prontos para dominar e lutar pelo 1º lugar do grupo C.
FIJI CONTINUA A ATROPELAR NO PACÍFICO
Pontos Fortes: Fluidez ofensiva e capacidade de ligação entre unidades; defesa exemplar e sem erros disciplinares críticos; jogo inteligente e de alta perícia na execução;
Pontos Fracos: Últimos 15 minutos de ligeira queda física; jogo ao pé ainda escasseia de variação;
Lesões: Nenhuma a registar;
As Ilhas Fiji parecem estar perto do seu melhor momento de forma, com outra super vitória frente a um dos rivais da competição do Pacific Nations Cup, o Japão. Chegaram a estar a ganhar por 35-00 até aos 10 minutos finais, altura em que a selecção nipónica marcou dois ensaios de forma a evitar uma derrota mais complicada a jogar em casa. E a exibição? De gala. A selecção das Fiji realmente subiu de nível em sectores que pecavam até ao último mundial, como a formação-ordenada e saída no alinhamento, a capacidade de acalmar as dinâmicas e ritmo de jogo, e manterem-se fiéis à estratégia mesmo quando o adversário parecia estar a conseguir oferecer boa réplica na defesa.
Não é só uma equipa com uma dimensão física de alta classe, já que a parte técnico-táctica acompanhou esse factor da forma física, e estamos perante um claro candidato à qualificação para os quartos-de-final, algo que só conseguiu por duas vezes na sua história.
A fisicalidade constante e que só começou a demonstrar algum cansaço nos últimos dez minutos, aliada a essa nova capacidade de ler (e bem) o que se passava dentro de campo, com umas fases-estáticas coerentes, valeram o domínio total neste encontro frente ao Japão. Lembrar que as Fiji até a 22 de Julho só tinha jogado pela última vez em Novembro passado, e parece não ter quebrado ou regredido durante esse tempo de “paragem”.
Os principais protagonistas deste encontro foram Waisea Nayacalevu, Ben Volavola, Frank Lomani, Eroni Mawi e Vilimoni Botitu. Alguns dos principais titulares não foram chamados a jogo como Semi Radradra, Viliame Mata, Josua Tuisova ou Levani Botia.
Com Portugal a entrar em campo no próximo fim-de-semana frente aos Estados Unidos da América (derrotaram a Roménia por 31-17), os adversários dos “Lobos” vão também jogar contra:
- Geórgia vs Roménia dia 12 às 16h00;
- Gales vs Inglaterra dia 12 às 17h30;