Mind the gap – Tier 2 a crescer?

Rodrigo FigueiredoNovembro 22, 20184min0

Mind the gap – Tier 2 a crescer?

Rodrigo FigueiredoNovembro 22, 20184min0
As denominadas equipas de Tier 2 da World Rugby têm neste mês de Novembro a oportunidade de mostrar o que valem. Japão e Geórgia têm tentado subir o seu nível mas o Uruguai parece não conseguir dar o salto. Segue-se uma análise do "gap" que persiste entre estas e as melhores Selecções do Mundo.

Os jogos Internacionais de Novembro têm sido ricos em bons momentos de Rugby. Têm, no entanto, revelado as diferenças que persistem entre as equipas de Tier 1 e as de Tier 2.

Brave Blossoms ou os samurais modernos

O Japão está a caminhar a passos largos para uma grande prestação no Campeonato do Mundo em sua casa já no próximo ano. Depois da saída de Eddie Jones para comandar a Selecção da Rosa, podia-se esperar um abrandamento do crescimento dos “Brave Blossoms” mas estes parecem ter encontrado um rumo com Jamie Joseph.

Aliás, este último tem aproveitado o muito (e bom!) trabalho desenvolvido por Jones e conseguiu projetar o Japão para um nível competitivo superior. Ao comandar os Sunwolves, equipa baseada no Japão que compete no Super Rugby, Joseph pode incluir processos e ideias de jogo que os jogadores dessa equipa utilizam na Selecção.

Depois da vitória frente à Itália em Junho, os internacionais de Novembro apresentaram novos desafios. Logo contra a Nova Zelândia, o Japão conseguiu marcar 5 ensaios! Ora, Inglaterra e Irlanda marcaram apenas um e a Itália no dia 24 não deverá conseguir muito melhor.

Já em Twickenham, o jogo não começou da melhor forma ao sofrerem um ensaio logo aos três minutos. Porém um cartão amarelo mostrado a Jamie George despertou os japoneses que chegaram ao intervalo na frente do marcador. O resultado final foi dilatado para o que se passou em campo e o Japão demonstrou que pode bater o pé às grandes selecções. Talvez ainda não consiga durante os 80 minutos de jogo mas se perceber isso e for eficaz quando estiver com o domínio do jogo, poderá vencer mais jogos importantes.

Com isto se prova o desenvolvimento do jogo japonês que se conseguir ser dominante nas fases estáticas como no Mundial de 2015 e resolver as fragilidades defensivas que vão aparecendo, poderá criar uma surpresa no Grupo A (Irlanda, Escócia, Rússia e Samoa), passando pela primeira vez aos quartos de final da competição.

Georgia (on my mind)

Outra Selecção que tem vindo a crescer no Tier 2 é a Geórgia. Aliás, de há uns anos para cá, tem-se vindo a sugerir a inclusão da Geórgia no Torneio das Seis Nações em substituição da Itália que ocupou o último lugar da competição por 4 vezes nos últimos 5 anos. Ora o jogo entre estas duas equipas serviria de oportunidade para os Georgianos provarem isso mesmo. Na verdade, a Itália dominou o jogo marcando quatro ensaios, um deles por Campagnaro em força, frisando assim a sua intenção de não ser nem substituída nem despromovida do torneio das Seis Nações. Veremos se será suficiente…

Ainda assim a Geórgia redimiu-se com uma vitória frente a Samoa, que parece ter tantos problemas dentro de campo como fora dele. A federação Samoana está virada do avesso e as politiquices não parecem estar a beneficiar os principais intervenientes, os jogadores! O jogo foi ganho por 12 pontos mas as duas equipas marcaram o mesmo número de ensaios, 3! Mais uma vez se prova que as equipas que querem competir ao mais alto nível não podem desperdiçar pontos ao pé…

Uruguai…. haverá esperança?

O mês de Novembro não tem sido famoso para Los Teros. Derrotas contra os Cardiff Blues e Ulster não foram cartões de visita famosos mas a derrota por 68-7 contra as Ilha Fiji deve ter feito soar alguns alarmes lá em Montevideu. Isto porque o Uruguai está incluído no Grupo D do Mundial do próximo ano onde encontrará precisamente as Fiji para além de Austrália, País de Gales e Geórgia. Teremos de ver que trabalho poderá ser desenvolvido até ao Campeonato do Mundo para que a World Rugby não decida de vez reduzir o número de equipas participantes. Os resultados de Uruguai, Samoa, Rússia e Namibia serão fundamentais para a avaliação do organismo que dirige o Rugby Mundial.


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