Mercado de Transferências do Rugby Mundial: Top League e PRO14

Francisco IsaacAgosto 30, 20195min0
O mercado de transferências do rugby é tão intenso como o de futebol e prova disso são os inúmeros jogadores a chegar ou sair das várias ligas. Quais foram os principais negócios da Top League e PRO14?

O Mundial é a principal preocupação de todos os adeptos do rugby, mas os clubes têm o pensamento noutros “campos”, a começar pela hora de reforçar os plantéis tendo já acontecido alguns anúncios minimamente surpreendentes, chocantes e outros algo inesperados. As principais transferências, trocas e saídas de jogadores do Planeta da Oval!

PRO14

Dos cinco principais mercados analisados pelo Fair Play, o PRO14 foi aquele com negócios menos bombásticos a acontecer, forçando mesmo a reduzir a lista para 12 nomes. Das 14 equipas que vão participar no PRO14 2019/2020, foi o Ulster a mexer-se de forma mais interessante “capturando” dois reforços de alta qualidade: Jack McGrath (ganhou tudo o que havia para ganhar pelo Leinster e é um dos pilares de topo da Irlanda), Matt Faddes (o melhor jogador dos Highlanders em 2016) e Sam Carter (asa dos Brumbies).

O 2º linha internacional pela Austrália vai munir o Ulster de uma solução de força, compondo com Ian Henderson uma linha de “torres” formidável que pode ajudar o emblema irlandês a chegar bem mais longe tanto no PRO14 ou Heyneken Champions Cup. Carter para além da capacidade defensiva “agressiva”, onde captura os adversários com total assertividade, apresenta-se como um ball carrier dominador e que trabalha com qualidade no contacto, de uma forma sempre irascível.

A chegada de Jack McGrath acaba por ser o grande reforço do Ulster, que conseguiu convencer o pilar a abandonar os bicampeões do PRO14, o Leinster, para se envolver neste novo projecto sendo o grande líder do pack avançado.

Mais para o País de Gales houve surpresas com o regresso de Josh Adams ao país, depois de ter jogado nos últimos anos na Premiership ao serviço dos Worcester Warriors, e a saída de Tom James para os Scarlets e Hallam Amos que vai alinhar pelos Cardiff Blues. Apesar de não se terem dado assim tantas mexidas nas equipas galesas, o retorno do potente Josh Adams é mesmo a grande nota de destaque, fundindo num três-de-trás extraordinário com Leigh Halfpenny na posição de nº15 e Steff Evans do outro lado (ou Johnny McNicholl), que vai de certeza ajudar os Dragões a ter uma palavra a dizer pelo título do PRO14.

Depois pela lista apresentada a grande “novidade” é Nic Groom, que depois de um ano a actuar pelo Lions optou por regressar à Europa, ingressando no Edinburgh para jogar na posição de formação, mas devido à concorrência de Henry Pyrgos, o springbok vai acabar a alinhar na posição de médio-de-abertura.

Curiosamente, não houve grandes novidades para o lado de Glasgow em termos de reforços depois de terem perdido Stuart Hogg, vislumbrando-se as chegadas de jogadores menos conhecidos como Kyle Steyn, Mesu Dolokoto e Jale Vakaloloma. Sean O’Brien também disse adeus ao Leinster para ingressar na Premiership, naquilo que será a primeira saída (e última?) do dominante asa irlandês.

TOP LEAGUE

Chegamos talvez ao campeonato mais interessante para acompanhar na próxima época, uma vez que chegam jogadores de todos os cantos do Mundo, em especial da Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e França. A lista parece mais saída de um jogo de computador do que na realidade, mas é bem real que atletas como Beauden Barrett (ainda não tem clube designado), Broadie Retallick, Willie Le Roux, Malcolm Marx, Will Genia, Quade Cooper, Jesse Kriel, Ryan Crotty, David Pocock, etc etc, vão jogar todos no mesmo campeonato durante pelo menos uma temporada.

Há equipas que vão ganhar uma dimensão titânica como os Panasonic Wild Knights, Kubota Spears ou Toyota Verblitz, o que vai proporcionar outra atenção à Top League que em 2018 teve na final um duelo entre Dan Carter versus Matt Giteau (o abertura ex-All Black saiu por cima e derrotou o ex-Wallaby por 55 pontos a 5) e agora em 2019 pode ter alguns dos jogos mais espectaculares possíveis.

O mercado japonês está em expansão, os patrocinadores têm yens para gastar e investir no rugby (estipula-se que os dois anos pós-Mundial serão de super crescimento) e as bancadas estão praticamente sempre cheias, é preciso pedir mais ou perceber o interesse dos jogadores por rumarem a uma paragem mais exótica? All Blacks, Wallabies, Springboks, RosasBleus e atletas de outras nacionalidades vão tornar o campeonato japonês em 2019 num dos mais vistos do Planeta da Oval.

Mas há aqui algumas diferenças entre jogadores que assinaram contratos com os super-clubes-empresa do Top League. Jogadores que ficam só uma temporada como Retallick (fica até ao fim mas volta aos Chiefs ainda em tempo de alinhas nos últimos encontros), Beauden Barrett (não há dados sobre qual a equipa que vai escolher, mas vai chega à Nova Zelândia a tempo de se estrear pelos Blues), Malcolm Marx ou Kwagga Smith (farão muita falta aos Lions). E depois há os jogadores que vão ficar pelo menos um a três anos como Jesse Kriel, Duane Vermeulen, Ryan Crotty, Jackson Hemopo (vai ganhar o triplo do que recebi ao serviço dos Highlanders), Kieran Read ou David Pocock.

Não é uma decisão de carreira só para ganhar sustento para o pós-rugby(ajuda, obviamente), há um desejo expresso de se envolverem com um destino exótico e que trata a modalidade de uma forma “nova” e apaixonada, movendo um capital humano espectacular em redor dos jogos.

Qual é o negócio mais sensacional dos que aqui mencionados?


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