Men’s Rugby Europe Championship 2024: história em Bucareste!

Portugal está nas meias-finais do Men’s Rugby Europe Championship 2024, garantindo o 1º lugar do grupo B, o que significa dérbi ibérico nos dias 2 ou 3 de Março de 2024! Estes foram os três principais destaques da vitória por 49-24 no Arcul de Triumf Stadium.

MVP: TOMÁS APPLETON (CENTRO)

Nota importante: Lucas Martins, Hugo Camacho e Manuel Cardoso Pinto (novamente) foram sensacionais do princípio ao fim, tanto pela genialidade imposta em cada passe, arranque, sprint, jogada, finta, drible, o que quiserem chamar, como pela capacidade em encontrar soluções quando parecia que tudo estava “fechado” e sem grande espaço para fazer fluir o ataque dos “Lobos”. Manuel Cardoso Pinto continua a mostrar o porquê de ser um dos nomes mais apetecíveis do rugby nacional, e o facto de Hugo Camacho ter novamente mostrado o porquê de ser um dos novos grandes activos do rugby nacional.

Mas o MVP acaba por ser Tomás Appleton, o capitão de Portugal. Porquê? Bem, metendo de lado o ensaio que marcou (bela jogada a ludibriar a defesa romena num instante para depois acelerar sem oposição à sua altura), Appleton segurou a equipa nos momentos em que a equipa da casa parecia estar a crescer, agarrando os seus companheiros de selecção e demonstrando que era possível fazer algo especial em Bucareste. Nas movimentações ofensivas, Appleton foi aquela âncora decisiva na construção de jogadas, sendo tanto o sacrificado para agarrar a oposição ou dar aquele passe X que garantisse uma fluidez superior aos Lobos. No que toca ao capítulo defensivo, o capitão de 30 anos fechou com 12 placagens efectivas, um erro forçado ao ataque romeno e ainda um turnover, estando a caminhar para aquela forma surreal que apresentou em 2022 e 2023, quer no Men’s Rugby Europe Championship ou Mundial.

🇵🇹 🫡 | Tomas Appleton scores a beauty for @PortugalRugby just before halftime! #REC24 #ROUvPOR pic.twitter.com/lRLhQcDc8N

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PONTO ALTO: NÃO É RUGBY CHAMPAGNE… É ESPUMANTE PORTUGUÊS!

O que dizer do ataque de Portugal? Agressivo desde o 1º minuto, letal nas oportunidades críticas que teve, especial na invenção e criação dos espaços e totalmente louco em como foi chocando tudo e todos que estavam a assistir ao encontro. Portugal registou a sua maior vitória de sempre em jogos frente à Roménia (margem de 25 pontos), conseguindo arrancar uma vitória na capital deste país que tem uma das histórias mais ricas do rugby mundial. O segundo ensaio de Lucas Martins é um tratado de como o rugby anarco-caótico pode ser uma coisa espectacular quando controlada e devidamente bem trabalhada, já que após a excelente fuga e pontapé de Manuel Cardoso Pinto, a equipa foi capaz de não só acompanhar – um pormenor que falhou no encontro frente à Bélgica – como de montar uma série de soluções ofensivas, com o próprio defesa a recolher a sua bola e a assistir para Hugo Camacho desferir um crosskick que acabaria nas mãos do ponta.

A manobra ofensiva portuguesa foi dinâmica, enérgica, não parando de provocar a defesa romena e de instigar um jogo atractivo, emocionante e perigoso. A conexão Camacho-Aubry foi outro pormenor delicioso e que surtiu em efeito, podendo bem vir a ser a parelha de médios do futuro, sendo que ainda temos José Rodrigues, Pedro Lucas, Jerónimo Portela, Joris Moura, Duarte Azevedo, João Belo, entre outros. Portugal voltou a espelhar aquela confiança que ajudo aos Lobos a garantir um lugar no Mundial 2023, e a conquistar a sua 1ª vitória nessa edição da maior competição da modalidade. Depois de sair do 1º jogo com zero ensaios, Portugal chega ao fim da fase-de-grupos como a 2ª equipa com mais neste Men’s Rugby Europe Championship 2024.

Outro ponto positivo: defesa. 154 placagens efectivas, apenas 16 falhadas… números destes são extraordinários e que demonstram a capacidade do presente e futuro dos Lobos.

🇵🇹 | Stunning, absolutely stunning try for @PortugalRugby.

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PONTO A MELHORAR: DISCIPLINA PODE SER

Algumas penalidades deram uma vaga esperança à Roménia, sobretudo no arranque da segunda-parte, sendo que depois Portugal foi voltando ao seu melhor registo, limitando o número de erros e, principalmente, faltas escusadas a atacar ou defender. Não há grandes críticas absolutas a fazer à exibição, especialmente quando o resultado final foi de 49-24, com uma série de atletas novos ou com poucas internacionalizações. A equipa foi adulta o suficiente para arrancar uma bela vitória e mesmo naqueles dois momentos de maior crescimento da selecção da casa, Portugal manteve-se sereno até ao fim.

Nota final para a equipa técnica nacional, que mesmo com os problemas actuais e a pressão de todos os lados – onde o Fair Play está incluído – foi capaz de dar a volta ao que se passou em Mons, voltou a reagrupar e capacitou este grupo que era possível fazer algo de extraordinário, mesmo que isso significasse ir contra a história. Tendo ainda críticas à forma como a Federação Portuguesa de Rugby tem gerido o pós-Mundial, só temos de aplaudir o que foi alcançado até aqui.

DADOS DO JOGO

Marcador de ensaios: Manuel Cardoso Pinto (2), Lucas Martins (2), Tomás Appleton (1) e Nicolás Martins (1)
Pontapés: Hugo Aubry (2+2+2+2+2+3+3+3)

Foto de Destaque da Federação Portuguesa de Rugby

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