O melhor XV de 2019 do Mundo do Rugby

Francisco IsaacJaneiro 3, 20207min0

O melhor XV de 2019 do Mundo do Rugby

Francisco IsaacJaneiro 3, 20207min0
Quem é que foram os melhores jogadores do Mundo do Rugby em 2019? Escolhemos 15 nomes para cada uma das posições seja pelo trabalho feito nas selecções e clubes. Concordas com este melhor XV de 2019?

2020 está aí e vamos ter muito rugby pela frente seja na Premiership, Top14, PRO14, Super Rugby, Seis Nações (conseguirá a Inglaterra recuperar um título que lhes foge há dois anos), Rugby Championship e muito mais! Mas regressemos a 2019 para montar o melhor XV do ano civil passado, ficando a nota que não vamos optar só por jogadores que se destacaram no Mundial de Rugby, mas também em todas as outras competições.

Quem é que podia constar na nossa lista? Foto de Destaque de Bruno Ruas/Portal do Rugby

PRIMEIRA-LINHA: TENDAI MTAWARIRA, JAMIE GEORGE E TADHG FURLONG

Uma primeira-linha que combina experiência, técnica nas fases-estáticas (o The Beast demonstrou que é um dos grandes mestres na formação-ordenada mesmo perto da reforma), mobilidade no jogo aberto (Furlong é um dos pilares de nova escola que tem capacidade de fazer mossa quando aparece solto) e inteligência em saber quando e como aparecer nos jogos. Mtawarira deu uma lição de longevidade, tendo sido essencial na conquista no Campeonato do Mundo pelos Springboks e foi também um dos jogadores em melhor forma nos Sharks (sem o pilar a franquia de Durban tinha passado por ainda maiores dificuldades).

Jamie George conquistou mais um título da Premiership e somou outra Champions Cup, evidenciando-se no controlo do alinhamento, saída rápida no ruck ou no surgir em alta velocidade no apoio. Menções honrosas para Lizo Gqoboka (fez uma temporada extraordinária pelos Bulls), Ellis Genge (fenomenal pelos Leicester Tigers) e Sean Cronin (um dos melhores marcadores do Leinster).

SEGUNDA-LINHA: SCOTT BARRETT E MARO ITOJE

Não fosse aquele vermelho cometido frente aos Wallabies e Scott Barrett tinha realizado uma temporada excepcional a todos os níveis pelo rugby neozelandês, quer seja nos Crusaders (as suas capacidades foram de tal forma reconhecidas que recebeu a braçadeira de capitão para a nova temporada que se avizinha) ou All Blacks (foi a par de Ardie Savea e Beauden Barrett os melhores atletas pela Nova Zelândia), evidenciando sempre aquela fisicalidade dominadora e a excelente técnica individual em diversos campos (breakdown especialmente).

Já Maro Itoje foi imperial pela Inglaterra e Saracens, dominando não só o alinhamento como as fases espontâneas, impondo uma participação dinâmica em diversos departamentos do jogo. Alun Wyn Jones e Eben Etzebeth (praticamente não jogou no Super Rugby) ficam como suplentes da dupla titular.

TERCEIRA-LINHA: ARDIE SAVEA, PIETER-STEPH DU TOIT E PECELI YATO

O melhor jogador da Nova Zelândia, o melhor jogador do Mundo e o melhor jogador do Clermont… chega? Ardie Savea foi considerado o MVP do Super Rugby 2019 e do rugby neozelandês, mostrando toda uma irreverência apaixonante e uma passada electrizante que anima qualquer espectador na bancada; Du Toit é um daqueles jogadores que faz o trabalho invisível, seja do trabalho duro junto ao ruck, no apoio constante e seguro ao portador de bola ou de estampar placagens de uma potência tal que o ataque contrário começa a recuar constantemente no campo; e Yato, que apesar de não ter conseguido empurrar o Clermont na conquista do título francês ou as Fiji no chegar aos quartos-de-final, foi monumental no ano que passou com 14 ensaios no total e quase 600 metros de conquista de bola.

FORMAÇÃO: ANTOINE DUPONT

O Toulouse levantou o “caneco” do Top14 e Antoine Dupont foi magistral em todas as medidas pelo clube francês, tendo também sido um dos melhores Les Bleus com prestações heróicas nas Seis Nações e Campeonato do Mundo (recomendamos que revejam o jogo que o formação realizou contra a Argentina). Um mestre táctico que consegue colocar não só a sua equipa a “dançar” ao seu ritmo, mas como força a equipa adversária a seguir os seus passos com uma atenção redobrada e caso tirem os olhos do 9, bem…. desaparece em modo flecha que pode acabar só na área de ensaio contrária. Cobus Reinach merece também a nomeação honrosa pela época que realizou ao serviço dos Northampton Saints.

ABERTURA: RICHIE MO’UNGA

182 pontos ao serviço dos Crusaders que impeliram a formação de Canterbury a chegar ao tricampeonato, mostrando-se como um dos principais aberturas do Planeta da Oval em 2019. Dinâmico, mágico e com capacidade de mexer os “cordelinhos” com uma sapiência quase única, Mo’unga conseguiu forçar mesmo a sua entrada no XV titular dos All Blacks, arrastando Beauden Barrett para o lugar de defesa. O ano foi espectacular no Super Rugby, mas Mo’unga não se apresentou no mesmo patamar durante o Mundial de Rugby, não beliscando o facto de ter sido o abertura do ano. Handré Pollard merecia também a designação até porque carregou os Bulls às “costas” durante toda a temporada do Super Rugby e foi um dos atletas mais importantes dos Springboks, apesar de não ter sido genial no jogo aberto.

CENTROS: NGANI LAUMAPE E GARRY RINGROSE

Querem ensaios, conquista constante de território e criação de abertas na defesa contrária? Então Laumape e Ringrose juntos tratam do assunto! O centro dos Hurricanes falhou o Mundial de Rugby numa das escolhas mais estranhas da parte dos selectors dos All Blacks (Ian Foster foi apontado como quem tomou a decisão de deixar fora o camisola 12) depois de ter sido um dos principais actores ao serviço da franquia de Wellington, com 13 ensaios, 33 quebras-de-linha e mais uma panóplia de dados estatísticos de relevo, isto para além daquele ensaio antecedido de uma peitaça!

Garry Ringrose foi o melhor jogador irlandês durante o Campeonato do Mundo, preenchendo os espaços disponibilizados pelos seus colegas de equipa, operando com a mesma excelência ao serviço do Leinster onde foi essencial para a conquista do título no PRO14. Owen Farrell e Sofiane Guitoune (um dos príncipes do Toulouse em 2018/2019) ficam como soluções de banco.

PONTAS E DEFESA: CHESLIN KOLBE, SEVU REECE E BEAUDEN BARRETT

Kolbe merecia ter recebido o título de melhor jogador do Mundo em 2019, sendo um claro caso de um escândalo em todas as medidas. Porquê? Kolbe foi imperial tanto no Toulouse como nos Springboks, com ensaios soberbos, arrancadas imbuidas de um fantasismo só ao alcance dos maiores de sempre, um índice de trabalho contínuo e que não perdia pitada de qualidade ao longo dos encontros, afirmando-se como um dos pontas mais espectaculares dos últimos anos.

Sevu Reece surgiu quase do nada em 2019, conquistando rapidamente um lugar nos All Blacks e fechou o ano transacto com 20 ensaios em todas as competições, algo que mais nenhum jogador conseguiu cumprir… intenso e altamente veloz, ardiloso e detentor de um poder de afirmação no contacto diferente, Reece começou uma nova era nos All Blacks com o seu colega de posição George Bridge.

A última escolha é uma das mais polémicas… Beauden Barrett foi forçado a jogar a 15 nos All Blacks e revelou-se uma das unidades mais fiáveis durante o Rugby Championship e RWC, seja pelos ensaios que marcou, assistências que realizou, metros e quebras-de-linha de sua autoria, etc. Contudo, Alex Goode, considerado o melhor jogador da Heyneken Champions Cup 18/19, poderia perfeitamente estar no lugar do defesa kiwi. Josh Adams, Simon Zebo e Alex Goode ficam com alternativas.

TREINADOR: RASSIE ERASMUS

Genial… é este o adjectivo que terá de ser colado ao trabalho do seleccionador da África do Sul pelo trabalho imenso que realizou nos últimos dois anos e meio, em especial em 2019 e isto não é só pelo facto de ter conquistado o troféu mais desejado por todos. Erasmus deu um propósito aos Springboks, construiu um sistema táctico dominador e fisicamente inteligente, dando sentido à forma de pensar e agir dos jogadores do País do Arco Irís, enriquecendo os actuais campeões do Mundo com uma cultura de jogo memorável e que deverá ser recordada pelos melhores motivos possíveis. Um senhor dentro e fora de campo que termina a sua carreira de seleccionador na nota mais alta possível.


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