Lisboa Junior 7’s 2020: mais equipas, mais intenso para um melhor futuro
Com a chegada do ano de 2020, retornam os grandes eventos de rugby no Mundo quer seja as Seis Nações, Pacific Nations Cup, Rugby Championship e, o mais importante de todos, os Jogos Olímpicos, que pela segunda edição consecutiva volta a ter os 7’s inseridos no seu programa. A variante de seven-a-side tem conquistado adeptos por todo o globo, sendo a forma mais fácil (tanto pela logística, despesas ou construção de um plantel) de competir com as maiores nações da modalidade, tendo mesmo a World Rugby providenciado uma 2ª divisão das World Series que está assente em três etapas (realização de duas na América do Sul e uma na Ásia), projectando um futuro melhor para esta variante apaixonante.
Portugal, que competirá nesse Sevens Challenger Series, voltará a ser casa de três torneios que visam agregar o maior número de atletas em redor dos 7’s, assim como promover a modalidade junto de pessoas menos afectas à modalidade, oferecendo um serviço diferente e cativante para o rugby português. Falamos do Lisboa Junior 7’s, Lisboa 7’s e o Algarve 7’s, eventos organizados e geridos pela Sports Ventures, e que prometem uma competitividade intensa e bem disputada, com a participação já confirmada de diversos clubes internacionais.
A 15 e 16 de Fevereiro vai decorrer o Lisboa Junior 7’s na Tapada da Ajuda, fazendo uso dos três campos de rugby disponíveis para alocar as inúmeras equipas entre os escalões de sub-14/16/18. Num fim-de-semana onde não vão decorrer competições de XV de qualquer um destes escalões, os emblemas nacionais têm assim oportunidade de potenciar uma interacção diferente aos seus atletas, possibilitando a abertura de novos horizontes e a fomentação do interesse pela variante de 7, que nos últimos 10 anos foi algo esquecida dos calendários nacionais do rugby português.
A 3ª edição do torneio vai ter a presença de pelo menos as seguintes equipas estrangeiras: Gordons School (programa de rugby que está em contacto directo com Harlequins Developing Player Programme), Rugby Travel Barbarians (fundação dirigida por Len Olivier, ex-jogador da Currie Cup dos Blue Bulls, que tem colocado vários atletas em França e não só), Jess Rugby (clube localizado no Dubai que faz esta sua primeira experiência em Portugal), Milton Abbey (escola de rugby residida no Reino Unido), Nordrhein-Westfalen (academia de rugby germânica) e Isle of Man (Reino Unido).
Estas formações vão participar com um total de 11 equipas integradas pelos três escalões apresentados na competição, possibilitando aos emblemas portugueses já inscritos como Agrária de Coimbra, Belas Rugby, AEIS Agronomia, GDS Cascais, CR Técnico, Belenenses Rugby, RC Lousã, SL Benfica Rugby, CR Évora e Academia de Setúbal, aproveitarem esse contacto internacional para desenvolverem novos conhecimentos e competências. Para cada escalão estão disponíveis 14 slots, sendo que cada equipa só pode levar um máximo de 15 jogadores, conferindo assim quatro grupos de quatro numa emulação do que acontece nos 7’s World Series.
Em termos de números, considerando que o torneio vai lotar em termos de número de equipas participantes, estima-se que quase 700 atletas estejam presentes durante os dois dias, o que é um número minimamente impressionante em termos de organizações internacionais competitivas na oval lusa. É este o impacto que o Lisboa Junior 7’s traz ao rugby português, sem esquecer o excelente serviço oferecido aos turistas-desportivos que vêm à procura de não só jogar mas também conhecer Portugal, um dos aspectos diferenciadores da Sports Ventures.
O torneio vai funcionar inicialmente com uma fase-de-grupos no dia 15 de Fevereiro, sendo que no dia seguinte passamos aos playoff e finais de cada escalão com diferentes taças, impondo uma competitividade intensa e interessante não só para quem joga mas também para quem assiste de fora – o evento é livre para todos aqueles que queiram assistir.
Podem acompanhar toda a informação do evento na página oficial da Sports Ventures que irá anunciar as equipas inscritas, delineamento da fase-de-grupos e detalhes do evento que chega nos dias 15 e 16 de Fevereiro deste ano.
Luís Supico, um dos cronistas do Fair Play e Director de Rugby do MRC Bairrada, explicou a importância de existir o Lisbon Junior 7’s para a dinamização da variante em Portugal,
Porquê um evento como o Junior 7s é importante para a modalidade?
Lisboa – e por consequência, Portugal – tem um longo historial de Sevens. É apenas normal que um país com a nossa capacidade consiga trazer equipas estrangeiras cá, tendo em conta o passado (Lisbon Sevens) como o presente (Junior). No que toca aos clubes portugueses, o contacto com equipas estrangeiras fazem-nos ter noção do nível a que se joga fora do país, sendo ao mesmo tempo um foco de motivação/alegria para os miúdos jogar com jogadores de outros países. Win-win situation, como dizem os ingleses.
O que podem os treinadores portugueses podem tirar desta experiência?
Tendo em conta a altura do calendário o torneio acaba por ser agri-doce: tem-se a vontade de participar, de levar os melhores jogadores, mas passar de XV para Sevens para XV de novo é complicado. A melhor parte para mim é, sem dúvida, o termos de nos adaptar. Não só conhecendo novas realidades (e podermos testar o nosso conhecimento) mas acima de tudo ser um acontecimento curto e específico – os plantéis são completamente diferentes do normal (muitas das vezes é uma boa oportunidade de dar minutos a quem tem jogado menos, que acabam sempre por nos surpreender pela positiva), mudança temporária de treinos (o que é bom para eles também, já que os põe à prova), objectivos específicos (muito pouco a ver com vitórias e mais a ver com pontos individuais/equipa), puxar por eles (fisicamente muito desgastante o fim-de-semana, mas psicologicamente é uma enorme aprendizagem de como dosear o esforço e o cansaço). No geral, uma experiência de aprendizagem de alto nível, tanto para treinadores como jogadores.