LA Series 2025: fim da Odisseia da subida dos Lobos
Os Lobos dos 7s disseram ‘adeus’ à possibilidade de se juntar à segunda divisão das World 7s Series depois de um fim-de-semana em que perdeu todos os seus jogos, não tendo sido capaz de se impor contra nenhum dos adversários do seu grupo. Antes de passarmos à análise do que se passou, importa explicar que a World Rugby impôs um novo modelo de funcionamento para os 7s, tendo desde logo relegado os 4 últimos de 2025, não havendo sequer luta para a subida ao que será a partir de agora a 1ª divisão deste campeonato internacional da variante de 7. Contudo, e apesar de terem tido uma oportunidade de ouro para chegar à 2ª divisão e garantir um financiamento anual de 300m€, Portugal não teve capacidade anímica e técnica para derrotar nem os Estados Unidos da América, Quénia ou Samoa, como passamos a explicar.
RESUMO DOS ACONTECIMENTOS
Portugal entrava em Los Angeles para jogar no mesmo grupo que os Estados Unidos da América (12º), Quénia (9º) e Samoa (4º das Challenger Series) necessitando de garantir duas vitórias para chegar às meias-finais de subida de divisão. Com este objectivo em jogo, os Lobos iniciaram a campanha com uma derrota justa frente à equipa da casa que nunca deixou de controlar a toada de jogo, mantendo os Lobos a uma distância pontual que chegou a ser de 26 pontos, diminuindo para um diferencial de 11 quando o encontro foi dado por terminado. Com Bernardo Valente e José Paiva dos Santos (fez o regresso à competição nesta etapa de LA) a registarem boas prestações, o foco estava agora no encontro ante o Quénia sendo fulcral garantir vitória para não meter um ponto final antecipado à demanda de garantir uma subida de patamar nos 7s.
Infelizmente, o Quénia acabou por ser mais forte e rapidamente desbloqueou um resultado de 07-07 para 26-14, resultado final. A incapacidade para defender no pós turnover e os excessos de erros por precipitação acabaram por colocar uma faca nos planos da equipa treinada por Frederico Sousa e Pedro Leal, que voltariam a somar uma 3ª derrota agora ante a Samoa, isto apesar de terem iniciado esse derradeiro encontro na liderança. O conjunto do Pacífico acabou por subir a fisicalidade e, ao contrário do que se passou nas Challenger Series, controlou a equipa portuguesa, não permitindo que jogadores como Manuel Vareiro, Vasco Leite (bom ensaio) ou Duarte Morais tivessem espaço e tempo para desatar a correr e a inventar boas jogadas, o que acabou por ser o fim de Portugal.
DESTAQUES INDIVIDUAIS
Bernardo Valente voltou a arrancar uma série de boas performances, com o multifacetado 3/4s a conferir poder de aceleração, boa imprevisibilidade e genica durante vários momentos, o que elevou a equipa portuguesa para outro patamar. Foi das principais ameaças da equipa nacional e mostrou vontade de poder ser uma valência permanente nos 7s nacionais.
Manuel Fati esteve a um bom nível, mesmo após ter sido admoestado com um cartão amarelo no 3º e último jogo desta etapa, com o atleta do SL Benfica a ter trabalhado bem no breakdown e no contra-ataque, para além de boas captações aéreas e um sempre importante suporte ao portador da bola. Bela temporada de alguém que já é uma certeza na selecção nacional de 7s.
José Paiva dos Santos voltou à selecção de 7s após um período de fora por lesão, e o ponta do Belenenses Rugby foi agressivo, volátil e rápido a atacar as poucas oportunidades que teve para brilhar. Mesmo não estando na sua melhor forma, foi um dos principais dínamos do ataque português.
Com isto os Lobos fecharam a participação nos 7s da World Rugby da temporada 2024/2025 tendo agora o Men’s (e Women’s) Rugby Europe Championship 2025 pela frente, que acabará por permitir novo acesso às Challenger Series 2026.
Foto de Destaque da World Rugby
New format. Same unmissable action 🔥#HSBCSVNS pic.twitter.com/H5mHvqI8aY
— HSBC SVNS (@SVNSSeries) May 1, 2025