Jogos Europeus 2023: 4º e 8º para “Lobos” e “Lobas”

No 2º torneio internacional da temporada para as selecções nacionais de 7s de Portugal, “Lobos” e “Lobas” somaram um 4º e 8º lugar nos Jogos Europeus 2023, respectivamente, mas que não foi suficiente para garantir o apuramento para os Jogos Olímpicos ou Repescagem Olímpica, colocando um ponto final neste sonho das hostes nacionais.

De qualquer das formas, os resultados foram extremamente positivos, uma vez que ambas as selecções conseguiram somar importantes vitórias frente a adversários directos, isto quando estamos em vésperas de seguir para a 2ª etapa do Rugby Europe Sevens Championship Series em Hamburgo, com ambas as equipas portuguesas a terem de lutar por pontos para garantir os objectivos mínimos: no masculino a qualificação para a Challenge Series da World Rugby; no feminino a manutenção no circuito da Rugby Europe, estando neste momento acima da linha-de-água.

Mas vamos aos Jogos Europeus 2023 e perceber como foram as exibições das duas equipas, alguns dos destaques e os momentos mais altos da participação lusa na Polónia.

FEMININO DEMONSTROU (CADA VEZ MAIS) ARGUMENTOS

Um 8º lugar com uma vitória na fase-de-grupos frente à Alemanha, surpreendendo uma boa parte do público, conseguindo obter duas vitórias em cinco jogos. Verdade que o último dia de competição não correu da melhor forma, com uma derrota exageradamente pesada frente à Itália, que em nada deve ofuscar os esforços e brilhantismo das atletas de João Moura.

Naquilo que foi a estreia da modalidade de 7s em Jogos Europeus, um 8º lugar de uma selecção que em 2022 competiu na divisão Trophy de 7s da Rugby Europe, só demonstra qualidade, crescimento e futuro, com a larga maioria das atletas a terem uma margem de progressão enorme e que poderá vir a trazer ainda melhores resultados no futuro.

Nos destaques, Mariana Santos, Mariana Marques, Adelina Costa e Matilde Goes foram as jogadoras que provocaram uma série de problemas e dificuldades, com a maioria das atletas a somar só um ou dois ensaios, demonstrando que é um conjunto equilibrado e em sintonia.

Com vitórias frente à Alemanha e Turquia, e derrotas ante Polónia, Bélgica, Alemanha e Itália, as “Lobas” fecharam uma boa participação na competição, e agora preparam Hamburgo.

MASCULINO ESTEVE PERTO DO SONHO

Irlanda, Reino Unido e Espanha garantiram o apuramento para os Jogos Olímpicos e Repescagem, sendo que era o resultado esperado até pelo investimento que cada uma destas nações tem realizado nos 7s e no departamento dedicado às Olimpíadas. Portugal esteve perto de chegar a esse objectivo? Sim, sem dúvida alguma, faltando só um pouco mais de experiência, tempo e engenho para conseguirem efectivamente atingir um pódio que teria sido importante, mas não decisivo, para os 7s.

Portugal derrotou contundentemente a Lituânia e Roménia, sofrendo um desaire frente ao Reino Unido para chegar aos quartos-de-final. Aí encontrou a Geórgia, que tinha sido uma das surpresas na 1ª etapa do Rugby Europe Sevens Championship Series, e não ofereceu dúvidas, colocando os Lelos de lado por 31-05.

Já nas meias-finais e 3/4º lugar a larga experiência e melhor qualidade individual dos atletas da Irlanda e Espanha (que efectivamente voltou ao nível das World Series) fez a diferença, e os “Lobos” acabaram por terminar fora dos lugares do pódio.

Rodrigo Freudenthal, Manuel Marta (que temporada que está a realizar em 2023 nos 7s), Frederico Couto e José Paiva dos Santos foram alguns dos atletas em melhor nível, numa equipa em que o nível exibicional foi globalmente extremamente positivo.

Um dos pontos positivos passa pelo facto de vários atletas mais jovens terem a capacidade física e mental para estarem neste conjunto e poderem ser as soluções para os “Lobos” atingirem de novo as World Series, necessitando só que o projecto dos 7s seja a longo-prazo e não só algo pensado para os meses de competição da Rugby Europe.

No fim-de-semana de 7, 8 e 9 de Julho segue-se a 2ª etapa do Rugby Europe Sevens Championship Series, com a selecção masculina obrigada a terminar pelo menos num 5º lugar, ou esperar que Bélgica, Alemanha e/ou Geórgia não somem mais pontos que os “Lobos” de modo a garantir vaga para as próximas Challenge Series 2024.