Janela de Novembro 2024: erro comercial e dúvidas existenciais

Em Novembro, Portugal vai defrontar os Estados Unidos da América e Escócia, numa janela de Outono que pode sofrer um alargamento para três jogos dependendo se a Federação Portuguesa de Rugby e a World Rugby conseguirão arranjar um adversário para os Lobos. Porém, se não fossem os Eagles a comunicar, neste momento só saberíamos da existência do jogo ante a Escócia e nada mais, com a promoção da FPR a ser mínima e que causa alguma consternação. A Escócia tem feito a sua parte no jogo anunciado para o BT Murrayfield, mas Portugal simplesmente parece não estar empenhado em vender qualquer um dos jogos como atração para novos e antigos adeptos, existindo quase zero informação nas redes sociais ou site da FPR.

Se a federação vizinha da Espanha, a Roménia, Geórgia e, até, os Países Baixos têm feito promoção dos seus encontros, anunciando desde preços, estádios, pacotes para famílias, acessos e outro tipo de coisas, por cá nada tem sido feito ou anunciado, o que criou um burburinho entre a massa associativa que só deseja ter tudo acertado para proceder à marcação de bilhetes, viagens, estadia, etc. Não estamos a falar de uns jogos dos Lusitanos (que pelo menos foram anunciados a tempo e de uma forma mais séria), mas sim dos Lobos, a selecção nacional masculina que participou no Mundial de Rugby findado há um 11 meses atrás.

Se o problema é o facto da FPR estar a negociar uma 3º Test Match, continua a não fazer sentido não anunciar os horários, local e data do jogo frente aos Estados Unidos da América ou se há alguma espécie de pacote especial para quem se deslocará até ao Reino Unido, pois tanto um jogo encontro como o outro estão anunciados pela própria World Rugby.

É também duplamente preocupante a ausência de celebrações ou uma menção séria (não é só através de um par de fotos) da vitória de Portugal frente às Fiji no Mundial de Rugby 2023, perdendo-se uma oportunidade perfeita para obter dividendos ou causar um impacto comercial. Foi novamente uma oportunidade desperdiçada e que parece incomodar só uma mão cheia de pessoas, sendo que a comunidade internacional da modalidade fez questão de perguntar o porquê da ausência em promover um feito histórico. Não tivessem sido os adeptos, alguns sites e blogs, e a World Rugby, e pareceria que o jogo não ocorreu de todo, algo estranho quando estamos a falar de um dos momentos marcantes da modalidade.

É fundamental que a Federação Portuguesa de Rugby se modernize e não deixe cair por terra o bom trabalho que a sua equipa de comunicação fez nos últimos dois anos, correndo o risco de ser ultrapassado pelos seus directos rivais. Os principais agentes do rugby nacional não podem estar à espera que seja a World Rugby a fazer a promoção dos Lobos e do rugby nacional, uma vez que não somos especiais, nem estamos no topo das preocupações de quem dirige a modalidade a nível global.

O crescimento auspicioso da Espanha, a força da Geórgia e o reerguer da Roménia são ameaças a levar a sério e é fulcral que futuras promoções para as janelas internacionais sejam devidamente anunciadas a tempo, com uma promoção mais moderna, interessante e que realmente consiga agarrar tanto adeptos nacionais como internacionais. É altura de apostar na modernidade e de definitivamente investir na área da comunicação, promoção da modalidade e desenvolvimento da área comercial.