Investec Champions Cup 23/24: um olhar às duas 1as jornadas!
Depois de ter sido Heineken, Champions e Heineken outra vez, agora temos a nova designação de Investec Champions Cup, para a prova suprema de clubes a nível Mundial (era Europeu mas temos equipas da África do Sul, logo a extensão para Mundial).
Depois de dois fins de semana seguidos com as duas primeiras jornadas e antes da pausa de fim de ano, faça-se um ponto de situação.
Este ano temos 4 Pools com 6 clubes cada, em que um determinado clube jogará com 4 das 5 equipas, em versão dois jogos em casa e dois fora, acedendo depois à Ronda dos 16, dos 8, Meias e Final.
Porque não joga com todas as 5 equipas da sua Pool? Porque a outra equipa já pertence aos seus jogos habituais na respectiva liga, senão veja-se o exemplo: na Pool 3 , estão Northampton, Exeter, Glasgow, Bayonne, Munster e Toulon; o Munster começou por jogar em casa e empatou a 17 frente ao Bayonne, depois foi a Exeter perder por 32-24 e no reatar da competição em Janeiro, irá até Toulon e por fim receberá o Northampton. Aqui, Glasgow fica de fora, pois é a equipa que pertence à mesma Liga do Munster, a liga celta, actualmente denominada por United Rugby Championship (URC).
Assim sendo e de uma maneira muito pragmática, a Pool 1 tem o Bordeaux-Bégles na liderança com 10 pontos, seguido de Lyon com 7 e três equipas com 5: Bulls, Saracens e Bristol; em último está o Connacht com 1 ponto.
Na Pool 2, Toulouse e Bath lideram com 10 pontos, com Ulster e Quins com 5 pontos e em último Racing e Cardiff com 2 pontos.
Na segunda jornada, o jogo que melhor acompanhei desta Pool, foi o Quins-Toulouse que ficou em 19-47, com um total de 10 ensaios (3 para os Ingleses e 7 para os Franceses). Ramos apareceu a abertura e Kinghorn a defesa e ambos tiveram uma boa prestação. Dupont, goste-se ou não é um general em campo; ele tem uma leitura de jogo e uma cultura tática como poucos, senão atente-se só nele em qualquer jogo do Toulouse. Gostei muito da dupla de centros, Pita Ahki e Pierre-Louis Barassi e do entrado ainda no primeiro tempo, Irne Herbst. Os Quins deram luta na primeira parte mas o poderio Francês estabeleceu-se em plenitude no segundo tempo.
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Na Pool 3, Saints e Chiefs lideram com 9 pontos, seguidos de Glasgow com 4, Bayonne e Munster com 3 e Toulon com 2.
Para mim, foi nesta Pool que se deu um dos melhores embates da segunda jornada, o Exeter-Munster que ao intervalo estava me 10-19 e acabou num 32-24. Gostei muito de ver o trabalho de ambas as linhas defensivas, de uma maneira geral, com boa organização e cadência de subida no terreno. O Munster deu uma master class de trabalho da avançada e persistência num local, para depois , num passe comprido, apanhar a defesa de Exeter sem possibilidade de reagir. Esta estratégia de jogo, resultou muitíssimo bem na primeira parte, mas na segunda, Rob Baxter, redesenhou a equipa e conseguiu anular este ponto positivo dos Irlandeses. Greg Fisilau, foi o POTM, o nr8, fez muito trabalho disruptivo na segunda parte e Henry Slade foi de uma precisão impecável. O Munster teve algumas baixas de peso mas há jogadores com muito destaque: o abertura Jack Crowley, o segundo centro Antoine Frisch e o segunda linha Tadhg Beirne.
Jack Dunne a entrar do banco para segunda linha e Nika Abuladze para pilar, deram uma frescura tremenda que foi em parte responsável pela reviravolta. Eu fiquei muito bem impressionada com o Gavin Coombes, que até costuma jogar a “8” e que a segunda linha, esteve muito bem, muito decisivo. São 26 anos, 110Kg e 1.98m que aconselho a seguir, tendo sido o melhor jogador da URC de 22/23 e o melhor jogador pelo Musnter em 20/21.
O Exeter não é aquela máquina afinadíssima que em 19/20 ganhou a Champions e a Premiership em 16/17 e 19/20 (com a façanha de ter estado em seis finais seguidas), sem Sam e Joe Simmonds no seu esplendor, sem Cowan Dickie a fazer ensaios na sequência de mauls dinâmicos e com Stuart Hogg a deixar a modalidade mas ainda é uma máquina perigosa.
Por fim, na Pool 4, Leinster e Leicester lideram com 9 pontos, seguidos de Sale e Stormers com 4, La Rochelle com 2 e Stade Français com 1 ponto.
A equipa detentora do título, o La Rochelle perdeu na primeira jornada frente ao Leinster e perdeu por um ponto frente aos Stormers. Na liga doméstica encontra-se em nono lugar e Ronan O’gara que já conseguiu o título da Champions o ano passado, perdeu no entanto o TOP 14 por culpa de Ntamack e o seu Toulouse. Aliás, tirando Bordéus e Lyon, as equipas Francesas estão de uma maneira geral nos últimos lugares: Racing, Bayonne, Toulon, La Rochelle e Stade Français.
O Top14 começou a 18 de Agosto e tem a duração de 26 jornadas, enquanto que a Premiership e o URC começara dois meses depois; ainda, estas últimas têm 18 jornadas de duração. Além desse superior desgaste, considere-se ainda as deslocações, nomeadamente à África do Sul…aliado ao desaire da selecção, as coisas estão cinzentas para os Franceses.
Leinster encontra-se no topo da tabela da Liga Celta, com sete jornadas já realizadas e Leo Cullen deve estar a sentir , não só pela posição na Liga doméstica , mas também pela vitória frente ao La Rochelle, queeste ano, talvez volte a erguer o trofèu (algo que não acontece desde a época 17/18).