CN1 19/20 com o 1º terço já cumprido: os destaques “fantasy” prováveis!
O Campeonato Nacional 1 já chegou a 1/3º na fase regular, com seis jornadas já jogadas começando agora a fase do Natal até à 1ª breve paragem de três desta 2ª divisão do patamar sénior do rugby português. Nesse sentido, fomos em busca de algumas curiosidades, destaques e até propostas de jogadores para uma Fantasy que não existe mas que até podia ganhar vida!
SURPRESAS… JÁ HOUVE?
Dos 30 jogos já realizados, só se deram duas grandes surpresas neste Campeonato Nacional 1, ambas envolvendo equipas que estavam no CN1 e CN2 em 2018/2019 e começamos logo com o Jaguares-RC Santarém. Na recepção aos “cavaleiros”, a formação que joga no campo n.º2 de Monsanto deu um autêntico espectáculo de rugby veloz e altamente espontâneo mostrando as melhores características dos Jaguares no que toca à excentricidade técnica, capacidade de risco e volatilidade ofensiva que apanha uma defesa mais estática completamente desprevenida.
Gonçalo Sampaio foi o MVP do encontro, não só devido aos pontapés certeiros mas também pela cultura de jogo que pautou durante os 80 minutos. O Santarém que chegou a estar entre os quatro primeiros, acabou por deslizar na classificação não só devido a esta derrota, mas também contra Guimarães RUFC e CR Évora. O 38-05 foi um abrupto choque para os escalabitanos e uma injecção de confiança total para os Jaguares… como acabam ambos no final?
Exactamente como o Jaguares-RC Santarém, o segundo resultado surpreendente deste Campeonato Nacional proveio de um embate entre um habitante do CN1 e um ex-CN2 da temporada anterior: o Braga Rugby vs RV Moita. Os moitenses até entraram bem no encontro, com três ensaios sem resposta graças a uma avançada dura e extremamente agressivano que toca às fases estáticas ou no conquistar a bola nas formações espontâneas.
Contudo, os “gladiadores” começaram a respirar e a ganhar confiança para ir atrás de uma reviravolta que chegaria no final dos 80 minutos, com um ensaio de penalidade depois de uma formação ordenada demolidora que por pouco não dava o segundo ensaio a Luís Ferreira, o nº8 que já leva 5 ensaios neste Campeonato Nacional 1. O 24-17 garantiu a 2ª vitória aos bracarenses que sonham em garantir a manutenção sob o comando atento e sábio de Pedro Aguilar Monteiro.
OS TÉCNICOS QUE PROCURAM UM RUGBY DIFERENTE
JEREMIAS SOARES (GRUFC)
Um treinador altamente experiente e apaixonado pelo Guimarães RUFC (ao ponto que veste a camisola todos os fins-de-semana para entrar em campo caso seja necessário), tem desenvolvido um projecto bem interessante nos séniores da equipa vimaranense e esta temporada já conseguiu levá-los a conquistar 4 vitórias em 6 jogos. A exibição realizada em Elvas é um bom exemplo do que conseguem fazer, com uma simples mas eficiente troca de bola entre unidades, quebrando por completo que ajudou a quebras com a linha defensiva do clube alentejano.
Por pouco não obtinham um resultado completamente surpreendente na recepção ao CR Évora, já que saíram para o intervalo a ganhar por 24-07, permitindo depois a reviravolta dos eborenses na segunda metade do encontro. Rugby de apoio, velocidade no contacto, avançados que apresentam uma “falsa-lentidão” e uns 3/4’s que estão sempre à procura de criar situações de risco, este é o Guimarães de 2019/2020 que pode sonhar com um 4º lugar e um bilhete para o playoff.
LUIS SUPICO (MRC BAIRRADA)
Optámos pelo director técnico do Bairrada, apesar de termos ficado na dúvida com Pedro Vital, treinador que tem como objectivo desenvolver os Jaguares no sentido de serem uma força ameaçadora no CN1. Porém, a escolha recaiu em Luís Supico mesmo depois do clube da Aldeia do Rugby não ter conseguido efectuar um bom arranque de época, registando 4 derrotas nas primeiras 6 jornadas. O que o antigo técnico dos sub-16 da AEIS Agronomia procura é constituir uma identidade própria do MRC Bairrada, preocupando-se em limar os bons “diamantes” que tem ao seu dispor, mas que necessitam de outra pressão para atingirem um estado de excelência e qualidade que lhes permita a médio-prazo chegar a outro patamar.
O rugby não é simples, nem é demasiado sofisticado, é na procura do lógico, do uso eficiente do pontapé, de afirmar uma defesa altamente agressiva no contacto e que rapidamente não só desliza mas procura levar o adversário assumir riscos altamente letais para si, caindo depois na armadilha do breakdown do Bairrada. É esperar e ver se o emblema do Centro consegue dar o salto classificativo e começar a dar expressão a um emblema que tem tudo para ser um representante de qualidade do rugby português.
NUNO DAMASCENO (CR SÃO MIGUEL)
A par do CR Évora de Miguel Avó, o CR São Miguel de Nuno Damasceno e Paulo Silva é o outro clube imbatível nesta primeira fase do CN1 e o destaque é amplamente merecido… rugby rápido, inteligente e que não se fica só pelo domínio do pack avançado (seja nas fases estáticas ou no jogo corrido) mas também pela letalidade das linhas atrasadas, que surgem de forma desamparada e ameaçadora num ataque total à linha de ensaio.
Por vezes, a ligação de jogo não é de excelência e, também, se dá alguma precipitação nas opções de ataque, mas a verdade é que neste momento apresenta o melhor ataque e defesa do Campeonato Nacional 1, notando-se bons índices de confiança, um approach táctico inteligente e bem executado e uma apresentação e eficiência técnica dos skills decisiva. A equipa técnica “bulldog” tem instituído princípios importantes para o desenvolvimento de atletas (algo partilhado com outros emblemas do CN1)… o encontro entre miguelistas e eborenses na 8ª jornada vai ser uma autêntica luta de titãs.
Uma das boas exibições do Guimarães
4 JOGADORES A ESCOLHER CASO EXISTISSE FANTASY
FRANCISCO BORGES (CR ÉVORA)
Fosse a Fantasy do Super Rugby e Francisco Borges seria o Damian McKenzie do CN1… rápido, efusivo, volátil, eléctrico, mágico e sempre propenso para inventar uma combinação extraordinária que deixa os adversários a placar pó e ar, quando já passou por eles. A somar a este aspecto da capacidade em ter a bola nas mãos, há outro ponto a ressalvar: sabe chutar, convertendo inúmeros pontapés que conferem pontos preciosos na luta pelo 1º lugar do Campeonato.
ANDRÉ LEMOS (CR SÃO MIGUEL)
Poderíamos colocar aqui Robert Delai ou Sabata Mokhachane (8 ensaios e 12 assistências entre os dois), mas a opção recai num atleta que já atingiu mais de 150 jogos pelo CR São Miguel na sua jovem carreira. André Lemos é como se fosse um Stuart Hogg ao serviço dos “bulldogs”, entrando bem na linha com a bola em seu poder, rápido a assumir e a decidir nas combinações ofensivas, fiel e eficaz na placagem e seguro seja a pontapear ou a captar a oval do ar.
BRUNO SILVA (GUIMARÃES RUFC)
É um autêntico canivete suíço do Guimarães RUFC, conseguindo fazer tudo e sempre de uma excelente forma seja nos pontapés aos postes, na condução de jogo, no aplicar de uma liderança apaixonante e fundamental na construção da estratégia ofensiva e defensiva dos vimaranenses. É o Morgan Parra do Minho e é uma aposta sólida para a vossa fantasy!
OSCAR D’AMATO (CALDAS RC)
Sabem aqueles centros que gostam de bater, bater e bater, não se cansando de desgastar a defesa contrária e que todos gostam de ter no seu elenco Fantasy do seu fim-de-semana? Então Oscar D’Amato é a escolha certa… duro no contacto, agressivo na aceleração e dominante na placagem, o argentino tem se afirmado neste CN1 como se fosse Tevita Kuridrani nos Brumbies.
Outros destaques: Rui Maria Freitas (é dos jogadores com mais metros conquistados no CN1), José Leal da Costa (é o pilar português com maior conhecimento táctico e técnico do bloco avançado), Pedro Piairo (3ª linha daqueles que é uma ameaça total no jogo curto), João Bandeiras (o formação elvense é um perigo na saída do ruck e no apoio rápido ao portador da bola), Miguel Heleno (um atleta multifacetado que consegue jogar tanto a 3ª como centro, mexendo bem a bola e que aplica uma boa capacidade defensiva de qualidade), André Lemos (o defesa do CR São Miguel está a registar uma bela temporada), Alexandre Vieira (rápido e veloz, é um 3/4’s que desbloqueia bem a linha defensiva), Tomás Fontes (um 10 de qualidade do Braga Rugby que pode também actuar na defesa), António Fonseca (um asa de boa qualidade, que tanto marca ensaios ou vira adversários do avesso), Luís Ferreira (pilarão à antiga dos vimaranenses), Rafael Morales (o internacional canarinho soma pontos e assistências), entre outros;
Um dos ensaios de André Lemos