A chegada da onda “Tupi” ao rugby português

Francisco IsaacDezembro 4, 20195min0
Alerta rugby português, o rugby brasileiro está a chegar aos campeonatos nacionais e a dar show! Fomos descobrir a magia "Tupi" em Portugal, dando a conhecer alguns dos atletas canarinhos a jogar por cá!

Portugal é visto como um país acolhedor, com vários atletas profissionais, semi-profissionais e amadores a optarem por iniciar ou arriscar manter uma carreira desportiva em território português, seja no futebol (Iker Casillas por exemplo), hóquei em patins, voleibol, andebol e, também, no rugby. Desde os últimos anos que alguns atletas brasileiros têm seguido para Portugal, abdicando mesmo de uma carreira como internacional profissional, em busca de um novo cenário, posição, estilo de vida ou outro tipo de razão.

O rugby brasileiro atingiu um pico de crescimento extraordinário, com os Tupis a conseguirem receber no seu território os Maori All Blacks (lembrar da exibição extraordinária dos Tupis no bloco avançado, empurrando constantemente a formação-ordenada dos neozelandeses para trás) ou Barbarians, para além de terem conquistado uns quantos troféus continentais, garantindo por outro lado o profissionalismo dos atletas que servem a selecção principal todos os anos.

Com o desenvolvimento da modalidade, vários atletas ganharam as condições mínimas para despontar em outros campeonatos e o rugby português tem recebido a sua franca quantia de atletas canarinhos nas quatro últimas temporadas.

Mas quantos são? E quem são? Neste artigo fizemos uma pequena investigação e apresentamos alguns dos atletas que estão a singrar e alinhar nos clubes portugueses da bola oval! Fica a conhece-los melhor!

FELIPE ROSA, LUAN ALMEIDA, MICHAEL MORALES E RUAN WEISS (SL BENFICA)

São quatro os atletas brasileiros a representar um dos clubes mais eclécticos em Portugal, dando expressão e dimensão a um plantel que conseguiu fazer o improvável de derrotar o Técnico Rugby, um dos candidatos ao título da Divisão de Honra. Luan Almeida (pilar/2ª linha), Felipe Rosa (3ª/2ª linha), Michael Morales (nº8) e Ruan Weiss (formação) alinharam já esta temporada pelos encarnados, com claro destaque para os dois primeiros devido ao tempo de jogo (titulares absolutos) e pela qualidade técnica que atribuem à avançada treinada por Carlos Castro.

Luan Almeida foi formado no Jacareí, enquanto que Felipe Rosa passou pelo São José e Ruan Weiss no Desterro, sendo todos os três acrescentos de qualidade para uma equipa tão jovem e promissora como é o SL Benfica Rugby. Luan Almeida poderá mesmo ser um aquisição de relativo interesse para a Selecção Nacional portuguesa, uma vez que é um scrummager de fina qualidade e um autêntico conquistador de metros no contacto.

MATHEUS DANIEL E RAFAEL MORALES (RC SANTARÉM)

Dois ex-Tupís, dois jogadores que se apaixonaram pelos vales de Santarém e dois atletas que conferem ao Campeonato Nacional 1 bons momentos e pormenores, conferindo outra qualidade ao plantel dos “cavaleiros”. Matheus Daniel é um daqueles asas que qualquer clube em Portugal teria interesse em ter nas suas fileiras, tanto devido à categoria que apresenta no aparelho defensivo (seja na placagem ou luta pela conquista da bola no chão) como na disposição física para dar outro fulgor ao ataque do RC Santarém, entrando sempre embalado e com a agressividade certa.

Já Rafael Morales é um artista do jogo ao pé, conquistando consecutivos metros ao pontapé, fomentando ondas de contra-reacção escalabitana que em 2018/2019 valeram preciosos vitórias e pontos na luta pela permanência no Campeonato Nacional 1. Não é tão agressivo na placagem como Matheus Daniel, mas enche o campo com a bola em seu poder, movimentando peças e unidades com uma genialidade espectacular.

Lembras que Matheus Daniel jogou pelo Desterro, Curitiba, São José Rugby e Jacareí, enquanto Rafael Morales foi um dos grandes jogadores do São José quando por lá passou.

JÚLIO GROTH (AEIS AGRONOMIA)

Um pilar daqueles que saiu da escola do Charrua Rugby, Júlio Groth veio para Portugal viver devido a trabalho e acabou por se juntar aos comandados de Frederico Sousa e João Braúlio Oliveira na temporada 2018/2019. Foi o primeiro jogador brasileiro a levantar o título de campeão português, tendo jogado mesmo na final em que os “agrónomos” levaram de vencida a equipa do Belenenses Rugby.

É daqueles primeiras-linhas maçudos e com sentido para explorar fisicamente a equipa contrária, batendo bem no contacto, sem esquecer o seu espírito combativo na placagem, algo que marcou a sua carreira no Brasil, tendo chegado em 2012 a fazer parte do grupo de trabalho dos Tupís.

OLYNTHO JÚNIOR (CR SÃO MIGUEL)

Um dos filhos queridos do Pasteur Rugby, Olyntho Júnior jogou durante largos anos no Brasil até decidir embarcar para a Europa, o que forçou uma pausa na sua carreira enquanto jogador de rugby. Contudo, em 2019 decidiu alistar-se no plantel do Clube de Rugby de São Miguel emergindo como um dos 2ª linhas da formação treinada por Nuno Damasceno, oferecendo um requinte físico seja na condução de bola, na hora de placar ou no batalhar no ruck e nas fases estáticas.

GABRIEL MAIA (MRC BAIRRADA)

Um utility back carregado de experiência, Gabriel Maia foi jogador do Guanabara durante vários anos tendo alinhado pela equipa do Rio de Janeiro no Super 16. Contudo, a sua ligação ao rugby brasileiro terminou quando emigrou para território português e, felizmente, para o MRC Bairrada o defesa/abertura decidiu engrossar o plantel do clube agora treinado por Luís Supico.

Mostra uma inteligência total na condução de bola, para além de um pé afinado e uma visão do tabuleiro de jogo que merece destaque!

Estes são alguns dos jogadores brasileiros que estão a oferecer bons momentos de rugby à oval lusa e que poderão acompanhar com atenção quer na Divisão de Honra ou no Campeonato Nacional 1.

ROGER VOLPE (BRAGA RUGBY)

O três-quartos está a tentar ser uma opção no plantel do Braga Rugby, apesar de ter começado quase sempre a jogar a partir do banco de suplentes. Formado no São José Rugby dos Pinhais, o atleta de 32 anos vai tentar ajudar os “gladiadores” a garantir a permanência no CN1!


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