O “Breakdown” do CN1: Montemor é líder antes do “mata-mata”!

Francisco IsaacMarço 20, 20197min0

O “Breakdown” do CN1: Montemor é líder antes do “mata-mata”!

Francisco IsaacMarço 20, 20197min0
Mouflons foram demolidores frente à RC Lousã e confirmaram o 1º lugar da geral no CN1 antes das meias-finais! Fica a saber com quem joga o Montemor na fase seguinte neste artigo!

O Fair Play fará um acompanhamento semanal ao Campeonato Nacional 1, divisão onde habitam CRAV, Guimarães RUFC, RC Santarém, Caldas RC, RC Lousã, CR São Miguel, SL Benfica Rugby, Rugby Vila da Moita, RC Montemor e CR Évora. 

Os melhores momentos, ensaios, equipas e factos desta divisão!

E TEMOS NOVO LÍDER DO CAMPEONATO ANTES DA FASE A ELIMINAR!

Depois de quase 13 jornadas em que “mouflons” perseguiram o RC Lousã pelo topo da classificação, houve finalmente troca de líderes com a formação comandada por João Baptista a assumir o 1º lugar, confirmando assim a meia-final em casa frente ao CR Évora, o 4º lugar deste CN1.

Num jogo decidido num primeiro momento pela fisicalidade do bloco de avançados, o Montemor respondeu com total vigor nos mais pequenos detalhes técnicos que acabaram por forçar erros repetidos da defesa lousanense, abrindo espaço para que Luan Almeida (o brasileiro saiu da sua posição natural de 1ª linha e jogou na 2ª), José Luís Castro e Manuel dos Santos conseguissem sair em direcção à área de validação.

O Montemor foi sempre mais competente nas fases-estáticas, exercendo um domínio que se estendeu a todos os campos dos clubes que compõem o CN1 e o mesmo se passou frente à Lousã. A intensidade imposta num primeiro momento permite que num segundo haja uma disponibilidade física letal e decididamente “castigadora” para os defesas adversários. Com a Lousã não foi diferente e se adicionássemos os 10 pontos falhados nas conversões, o Montemor tinha chegado a uma resultado esmagador.

O 53-20 foi não só merecido, mas demonstrativo do que este Montemor consegue fazer repetidamente, para além da profundidade de plantel que João Baptista detém… veja-se que Thankgod Okafor e José Leal da Costa ficaram no banco, para José de Carvalho e Rodrigo Costa Pereira assumirem com classe o lugar de centros, em especial o do segundo que tem toda uma capacidade perfuração letal. Não esquecer que José Roque e Manuel Nunes não actuaram por terem alinhado pela selecção sub-20 e mesmo assim não se sentiu qualquer diferença na exibição do bloco avançado que conquistaram 5 em 9 ensaios.

Para além da pouca exuberância da Lousã ser um dos destaques mais negativos (foi uma exibição muito abaixo do expectável), há que destacar os dois ensaios de Pedro Jaleco, com o 15 a assumir-se como um dos elementos de relevo do Montemor.

Será que este é o início da caminhada até ao título para o Montemor?

BENFICA AFIRMA-SE NA BATALHA PELO 3º COM VÁRIAS AUSÊNCIAS DE PARTE-A-PARTE

Muitas trocas em ambos os lados, umas por força de lesão impeditivas de participar no encontro (casos de Frederico Couto, Manuel Murteira ou José Luís de Cabral) e outras por pequenos “toques” que colocaram algumas estrelas no banco de suplentes (Francisco Bessa e Matt Ritani não se encontravam na sua máxima força e foram só opções para a 2ª parte) que deram outros contornos a um encontro intenso entre Évora e Benfica.

Os encarnados saíram como os vencedores incontestáveis do encontro, depois de uma exibição competente, ágil e fisicamente mais hábil do que o CR Évora, que se ressentiu das ausências de peso na equipa como de António Fonseca (traz toda outra mobilidade à defesa), Manuel Murteira (capaz de mudar a velocidade de jogo de um momento para o outro) ou Frederico Couto, apesar de Duarte Leal da Costa, João Garcia e Miguel Valente (posicionamento do 15 foi sempre de qualidade, inteligente na subida defensiva e no apoio ao pontapé).

Os eborenses foram acumulando erros e o Benfica aproveitou com clarividência os espaços oferecidos para saírem bem no ataque, com Felipe Rosa a suportar bem a equipa no 5 da frente. Nota muito positiva para a estreia do curumin (nome dado aos internacionais sub-20 do Brasil) na camisola de nº8, com o jovem atleta a mostrar-se um alvo muito difícil de parar e que conquistou sucessivas vezes a linha-de-vantagem.

Do Évora há que referir a capacidade técnica de Duarte Leal da Costa que está num bom momento de forma, mas que por vezes ficou desacompanhado nas quebras-de-linha conquistadas durante os 80 minutos. Contudo, esta derrota não será um dano definitivo para a formação treinada por Miguel Avó já que nas meias-finais poderão ter todos os lesionados de regresso.

Jogo ritmado, dinâmico e que tem se afirmado como um dos clássicos do rugby português dos últimos 5 anos.

GUIMARÃES MUITO PERTO DE NOVA SURPRESA, MAS CALDAS RESISTE

Muito sofrimento para os “pelicanos” que só puderam festejar a vitória frente ao Guimarães no último minuto de jogo, com Cláudio França a rasgar a linha para chegar ao ensaio fechando o encontro num 37-40 a favor da equipa das Caldas da Rainha.

O Guimarães chegou ao intervalo a perder por uma diferença de 12 pontos, mas os comandados de Jeremias Soares não baixaram os braços e operaram uma “revolta” que por muito pouco não surtia em mais um upset neste CN1. Porém, faltou uma melhor gestão do jogo e do controlo emocional para impedir que a equipa do Caldas RC conquistasse nova reviravolta no marcador.

O Guimarães foi superior nos avançados, a exercer algum peso nas fases espontâneas com o Caldas a ter uma ligeira vantagem em certos momentos das fases estáticas, registando-se um bom equilíbrio entre ambos os blocos. Foi precisamente nos desafios apresentados pelas unidades das linhas atrasadas que tornou o jogo mais emotivo, com os vimaranenses a registarem bons momentos, mas sem a continuidade exigida (a ausência de Samuel Lemos foi sentida)… o Caldas por sua vez teve em Oscar D’Amato (7 ensaios em 4 jornadas… é o argentino um dos top players deste CN1?) um constante dinamizador na linha de vantagem.

Um jogo de resposta e contra-resposta, de equilíbrios em certos momentos para se seguirem fases de maior domínio de algum dos lados, sem que fosse totalmente entregue ao Caldas ou Guimarães. Portanto, emoção, algum facilitismo na defesa e vigor no ataque, sendo um cartão de visita interessante para todos aqueles que querem descobrir mais sobre o CN1.

BLOCKBUSTER EM ARCOS E MOITA DESCE SEM UMA VITÓRIA FINAL

O São Miguel que guardou o 5º lugar durante largas semanas do Campeonato acabou por terminar em 7º apesar de ter realizado uma das melhores segundas partes de que há memória, conseguindo 24 pontos em menos de 40 minutos. Contudo, Viriato Teixeira voltou a ser uma “dor de cabeça” constante para a defesa bulldog que tentou responder com boas fugas de Miguel Martins. O 36-27 fechou a época a favor do CRAV que protagonizou uma 2ª volta de excelente nível.

O RV Moita disse “adeus” definitivamente ao CN1 com mais uma derrota, apesar de alguns momentos de qualidade frente ao RC Santarém. Os “cavaleiros” mostraram a mesma sagacidade e no final tiveram direito a uma boa vitória neste Campeonato Nacional.

Foto: FPR

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