As Eleições na FPR: formar árbitros e jogadores deve ser o foco para Miguel Avó

Francisco IsaacMarço 20, 20194min0

As Eleições na FPR: formar árbitros e jogadores deve ser o foco para Miguel Avó

Francisco IsaacMarço 20, 20194min0
O treinador do CR Évora expõe a sua opinião enquanto treinador com preocupações em relação ao futuro da arbitragem e formação de jogadores. Concordas com Miguel Avó?

O Fair Play durante as semanas que antecedem as eleições na Federação Portuguesa de Rugby propôs três perguntas a dirigentes, jogadores, técnicos e árbitros sobre o futuro da modalidade. As reflexões, propostas e desejos de cada um dos entrevistados. O treinador do CR Évora, Miguel Avó, apresenta a sua opinião! 

Miguel, como treinador e formador de atletas o que esperas do futuro da modalidade? Achas que o ambiente, as ideias e a forma de trabalhar têm de mudar no geral?

MA. A formação de atletas tem que ser sempre o foco dos clubes e também da FPR. É na formação que está o futuro de qualquer modalidade e o Rugby não é exceção. Assim sendo, para termos um futuro que nos orgulhe a todos tem que haver entre clubes e Federação um trabalho constante de cooperação, apoio e desenvolvimento, pois a necessidade de clubes e Federação é comum- “ter o atleta o melhor preparado possível”.

Para que o Rugby possa corresponder às expetativas, tem que haver um trabalho conjunto de todos os elementos que estão ligados à modalidade. Há que traçar objetivos, indicar o caminho e arregaçar as mangas. Há que remar tudo para o mesmo lado, não haver divergências e isso vai tornar o Rugby mais forte e a qualidade e nível de jogo vai melhorar.

Naquilo que é a realidade do Clube de Rugby de Évora em especial a equipa sénior, há que ver junto da Federação que tipos de apoio podem dar, pois a realidade de ter metade da equipa em Lisboa e outra metade em Évora condiciona bastante aquilo que é a logística de treino. A Federação poderia tentar ver a possibilidade de disponibilizar um campo, ou um técnico de forma pontual para participarem nesses treinos que se realizam em Lisboa. Isto é um exemplo, bem sei que apoio financeiro é complicado, mas existem outros tipos de apoios que seriam uma grande (nem que fosse pequena) ajuda para clubes que têm esta realidade.

Como treinador de uma equipa sénior tens visto as arbitragens neste escalão mais de perto… o que precisa de melhorar e como se pode ajudar a arbitragem no rugby português?

MA. Este é o tema que tem de ser já analisado e criar estratégias para que haja condições para que os árbitros possam desenvolver o seu trabalho com qualidade, confiança e segurança.

Essas condições têm que ser criadas pela FPR e pelos clubes.

É dever e obrigação da FPR formar os árbitros. A formação dos árbitros tem que ser um processo constante e acompanhado. A nossa modalidade tem muita especificidade no que as regras diz respeito, como tal os árbitros tem que ser preparados e conhecerem bem o jogo, caso isto suceda fica mais fácil o trabalho do árbitro.

É evidente que os árbitros têm que ter ajudas de custo associadas. Não faz qualquer sentido que o árbitro tenha que pagar do próprio bolso uma deslocação. Portanto aqui há que arranjar estratégias para que essa ajuda de custos seja sempre assegurada, é o mínimo. No meu ver para além das despesas os árbitros deveriam também receber um valor por jogo.

O ambiente em redor dos árbitros também tem que mudar urgentemente. Diretores, treinadores e até mesmo o público têm que mudar completamente a sua conduta e forma de agir e comunicar. Estamos cada vez mais perto do que sucede no Futebol. Há que frisar que há arbitragens muito fracas, por vezes com influência no resultado.

Para concluir, diria que há margem para que a arbitragem seja muito melhor. Árbitros bem preparados e motivados (despesas pagas e algum valor por jogo associado) ira sem dúvida melhorar os jogos e o ambiente que se vive em seu redor.

O rugby português tem futuro no teu ver? Quais têm de ser as nossas prioridades?

MA. O Rugby português terá sempre futuro, no entanto há que definir e traçar objetivos que se enquadrem com a realidade da modalidade.

As prioridades passam pela aproximação da Federação aos clubes, conhecendo a realidade e ate mesmo os objetivos de cada clube e tentar em conjunto apoiar de uma forma ou outra essas mesmas necessidades.

O sucesso de todos os clubes é aquilo que a Federação tem que tentar proporcionar. Todos ficam a ganhar, inclusive a Federação e as seleções.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS