4 referências para o presente-futuro do rugby português

Francisco IsaacMarço 4, 20205min0

4 referências para o presente-futuro do rugby português

Francisco IsaacMarço 4, 20205min0
Portugal vive um momento em que tem uma vaga quase inesgotável de jovens jogadores carregados de talento e escolhemos 4 que têm de ser vistos como referências para o agora e futuro da oval lusa

É uma fase interessante da história do rugby português em que se vêem todas épocas o surgimento constante de jogadores jovens de alta qualidade, não só das equipas candidatas ao título da Divisão de Honra, mas também dos restantes níveis competitivos da oval portuguesa. As selecções nacionais jovens conquistaram títulos a nível internacional, tanto no escalão sub-18 como sub-20 enquanto que os séniores mantêm um registo impressionante de vitórias desde a derrota concedida frente à Alemanha em 2018, tendo concedido apenas uma derrota frente ao Brasil em Novembro de 2019.

O futuro do rugby português sénior joga-se cada vez mais pela capacidade física, técnica e humana dos novos Lobos e destacamos quatro atletas que neste momento são vistos pelo Fair Play como exemplos do melhor que há para oferecer em terras lusas.

DIOGO HASSE FERREIRA (APAREJADORES RUGBY BURGOS)

O pilar formado no Grupo Dramático e Sportivo de Cascais é um daqueles pilares que tem sofrido constantes evoluções e desenvolvimentos tanto ao nível da compreensão e capacidade de trabalho nas fases estáticas, como na abordagem ao rugby contínuo participando com qualidade quer no avanço territorial ou no combate no breakdown, sendo um autêntico “rochedo” de difícil ultrapassagem para quem está do outro lado. Diogo Hasse Ferreira tem se aventurado ano após ano a jogar fora de Portugal (onde até chegou a jogar pelos Newcastle Falcons, por onde também passou depois Pedro Bettencourt) estando a realizar uma excelente temporada do Aparejadores Rugby Burgos, equipa que alinha no máximo escalão da oval espanhola.

A forma de estar positiva, a capacidade de trabalho intensa e a curva ascendente de aprendizagem são elementos definidores do tipo de atleta que o pilar é, sendo um das unidades mais importantes da formação-ordenada de Patrice Lagisquet. Os novos primeiras-linhas que estão a começar a sua carreira nas selecções jovens têm de olhar para o exemplo de Diogo Hasse Ferreira, procurando sair da zona de conforto para chegar a outro patamar na carreira.

Foto: Luís Cabelo Fotografia

DAVID WALLIS (CF “OS BELENENSES”)

Um dos produtos mais sensacionais da escola de rugby do Belenenses, David Wallis é um asa de alto capricho que se tem afirmado ano após ano no rugby português devido à panóplia de qualidades e técnicas que apresenta. Foi uma das peças-chave dos elencos de sub-20 que conquistaram campeonatos da Europa e vice-campeonatos no World Rugby Trophy, mostrando uma capacidade de liderança e uma “fome” constante por colocar a equipa e os seus colegas acima de qualquer outra prioridade, sendo este um dos pormenores que o define enquanto atleta.

Um jogador valioso nas fases estáticas, onde o tempo de saída da formação-ordenada oferece logo uma cortina defensiva mais impermeável e de grande durabilidade, ocupa bem o espaço e compromete-se com excelência na recuperação da bola, especialmente no breakdownparâmetro onde é uma ameaça constante para os adversários. Inteligente a ler o jogo, rápido a tomar decisões e sempre pronto para se reinventar com e sem bola, o asa tem sido fundamental na estratégia desenvolvida para a 3ª linha da Selecção Nacional.

ANTÓNIO VIDINHA (GDS CASCAIS)

Antigo capitão da selecção sub-20, António Vidinha tem vindo a ser um dos pilares do GDS Cascais, afirmando-se calmamente no rugby nacional como um dos centros mais confiáveis e equilibrados. No jogo frente à Bélgica para o Rugby Europe Championship, a forma como jogou foi essencial para a vitória de Portugal no final dos 80 minutos e isto deve-se principalmente por três detalhes: placagem dominante e facilidade em voltar ao jogo; comunicador constante e intenso que procura manter o equilíbrio da linha-de-defesa; e desbloqueador no ataque, abrindo brechas na defesa contrária seja pelo offload ou linhas de corrida (com e sem bola).

Fisicamente é um talento mesmo não o parecendo num primeiro olhar, mostra toda uma versatilidade de jogo que engrandece quer a estrutura e estratégia do GDS Cascais ou de Portugal e como exemplo dessa capacidade é a fácil transição de centro para ponta, sem perder qualidade nesta reposição. Não é tão genial como Manuel Marta com a bola em seu poder, mas a fiabilidade no contacto, a classe na placagem e o conhecimento de jogo fazem-no de um dos 3/4’s de maior referência do rugby português.

MANUEL CARDOSO PINTO (AEIS AGRONOMIA)

Campeão holandês em 2018/2019 pelo RC Diok (onde deixou grandes saudades), Manuel Cardoso Pinto regressou a Portugal nesta temporada, reforçando a “sua” Agronomia na luta pela revalidação do título de campeão nacional. Foi sempre considerado um dos maiores talentos da oval lusa muito devido à forma como se aventurava e aventura no ataque, inventando constantemente lances ofensivos que as equipas adversárias estão à espera mas que nunca conseguem pôr termo no momento certo à genialidade pura de um dos defesas/pontas mais letais da Divisão de Honra.

Sempre com um sorriso estampado na cara, o internacional português é daqueles membros do três-de-trás que qualquer equipa gosta de ter, tanto pelos pormenores técnicos geniais ou pela excelente polivalência, permitindo às equipas técnicas encontrar diversas soluções na colocação do nº15 em campo. Enérgico, veloz, elétrico, mágico e virtuoso são só algumas das características que marcam o repertório de Manuel Cardoso Pinto, um dos atletas portugueses mais “copiados” pelos jogadores mais pequenos da oval lusa.


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