3 pontos do SR2019 Ronda 2: Ganhar no fim à la Stormers e Highlanders

Francisco IsaacFevereiro 23, 20198min0

3 pontos do SR2019 Ronda 2: Ganhar no fim à la Stormers e Highlanders

Francisco IsaacFevereiro 23, 20198min0
Os Highlanders e Stormers foram buscar a vitória nos últimos minutos e esta 2ª Ronda do Super Rugby 2019 foi carregada de emoção e surpresas! A análise no Fair Play

Acompanha todo o pós-ronda do Super Rugby aqui no Fair Play com a análise a três ou cinco pontos da maior competição de clubes do Mundo!

HIGHLANDERS, OS “RAPAZES” FEITOS PARA AS ÚLTIMAS “HORAS”

Enerva, mas há que aplaudir a reacção dos Highlanders nos últimos 10 minutos de jogo… pela semana segunda semana consecutiva a franquia treinada por Aaron Mauger foi buscar a vitória quando faltavam 7-5 minutos para terminar o jogo agora frente aos Reds de Brad Thorn. Para a formação australiana foi uma derrota do mais amargo possível pois recuperaram de uma desvantagem de 24-10 para 24-29, numa bela exibição do conjunto dos koalas.

Facto: os Highlanders estão a consentir mais erros individuais que permitem avanço considerável dos seus adversários, que advêm, várias vezes, do sentido de “arriscar” em fazer algo diferente para criar uma mudança de dinâmicas dentro do jogo (75% de eficácia na placagem, um número “preocupante”); Facto: erram mais individualmente na defesa, mas têm apresentado outra solidez no ataque, com uma lógica de jogo bem pensada onde até o novato Josh Ioane (já tínhamos falado dele antes de começar a competição) esconde essa “juventude”; Facto: uma equipa mais sólida não desiste até que o árbitro apite para o final dos 80 minutos e os landers mostraram exactamente isso tanto contra os Chiefs e Reds.

Olhando para o que foram os 80 minutos deste encontro, nota-se um claro crescimento dos Reds entre 2016 e 2019, apresentando-se como uma verdadeira ameaça no que toca à velocidade de jogo, na produção de desequilíbrios ao largo e com unidades extremamente “agressivas” no conquistar da linha-de-vantagem.

Jordan Petaia foi a revelação (estreou-se pela franquia de Queensland o ano passado) do jogo, com 110 metros percorridos, 8 defesas batidos e 2 quebras-de-linha, sendo a par de Moses Sorovi (o formação foi um “castigo” para Aaron Smith durante todo o jogo) e Caleb Timu um dos melhores.

Contudo, nem uma exibição de qualidade do colectivo australiano foi suficiente para vergar uns Highlanders “nocivos”, eficazes e anti-histórias felizes… bastou uma subida no terreno e um passe de génio de Josh Ioane para que Hunt aos 74′ pusesse fim às mudanças no marcador. Moral da história, não duvidem da capacidade de reacção dos landers e mesmo a perder por 5 ou 10 pontos, eles conseguem voltar à “vida”.

RECORDES PARA MAIS TARDE RECORDAR!

Dois “recordes” que ficaram na Historia do Super Rugby: as 17 vitórias consecutivas dos Crusaders (nunca antes tinha sido atingido este número); e a maior vitória dos Brumbies sob uma franquia neozelandesa desde que o Super Rugby passou para 18/15 equipas, ou seja, nesta era moderna.

Os bicampeões em título deram uma autêntica lição de como jogar aos Hurricanes que surgiram em Christchurch sem ter no onze algumas das suas principais estrelas: Ardie Savea, Beauden Barrett (estes dois nem convocaram foram), TJ Perenara, Ngani Laumape e Vaea Fifita, sob o acordo do limite de minutos dos jogadores seleccionados para os All Blacks – o mesmo impacta qualquer outra das equipas neozelandesas do Super Rugby.

Brynn Hall, Richie Mo’unga e David Havili (regresso à melhor forma do defesa que em 2018 passou completamente ao lado) formaram um eixo perfeito em termos de movimentação de bola, forçando uma pressão errática dos Hurricanes que não perceberam como anular a linha de ataque adversária, e foram concedendo vários espaços, o que acabou pro ser mortal principalmente nos primeiros 40 minutos.

Em 150 “corridas”, os Crusaders conquistaram mais de 30 vezes a linha de vantagem o que forçou a franquia de Wellington a recuar de forma atabalhoada e completamente desorganizada… a jogar com uma pressão alta e um ataque sempre no seu máximo de intensidade, foi natural que os Crusaders começassem a empilhar pontos atrás de pontos com Mataele a realizar alguns dos momentos mais incríveis do jogo.

Os Hurricanes só conseguiram “respirar” quando TJ Perenara entrou em campo, pondo fim ao sofrimento de Finlay Christie que não há dúvida alguma que é dos piores reforços entre franquias esta época. A entrada de Perenara levantou o ritmo de jogo para os canes e deu outra organização à defesa, com melhorias significativas quando o resultado já estava quase nos 40 pontos a favorecer os saders.

Já os Brumbies na recepção aos Chiefs deram um show fenomenal para impor uma segunda derrota consecutiva aos Chiefs nesta época. Os australianos subiram a parada a nível do confronto físico com Tevita Kuridrani a “amarrar” Damian McKenzie, forçando erros atrás de erros de handling por parte do três-de-trás da formação neozelandesa.

A pressão defensiva bem feita (fechavam sempre no espaço interior de McKenzie e abriam-lhe espaço à ponta de propósito para forçar um passe para esse local por parte do médio-de-abertura) dos australianos e a falta de acerto neozelandês ofereceu uma placagem fácil e recuperação no chão ou colocação do adversário fora do campo.

Outro pormenor dos Brumbies vai para o domínio total na formação-ordenada, empurrando os Chiefs consecutivamente para trás negando outra plataforma para sair para o ataque… uma defesa agressiva nas fases estáticas, um ataque inteligente, rápido e penetrante (onde Kuridrani assumiu-se como um dos melhores perfuradores do jogo) e um colectivo que manteve o objectivo presente durante os 80 minutos foi demasiado para uns Chiefs muito anos 2000 (era a franquia mais fraca das 5 da Nova Zelândia).

SUPER RUGBY… MENOS PARA OS LIONS E STORMERS

O pior jogo da 2ª jornada vai para o encontro entre Stormers-Lions, um encontro mal jogado, extremamente confuso (praticamente 40 turnovers, ou seja, perdas de bola no contacto, no passe, no ruck, no alinhamento, etc), constantemente perdido em faltas (28 no total) e sem qualquer rasgo do primeiro ao último minuto, ficando só para o histórico a vitória da franquia da Cidade do Cabo na bola de jogo!

Os Lions de Joanesburgo continuam a apresentar sérios problemas no que toca ao esticar o jogo e em não conseguir dar velocidade às movimentações ofensivas ou a falta de boa execução e ausência de continuidade. Do lado dos Stormers foi no geral uma exibição pobre, que requereu a intervenção constante do pé de SP Marais (muito longe daquela forma que apresentou em 2017) que ia encurtando o resultado principalmente nos primeiros 40 minutos de jogo.

Mas se este texto não diz nada, então fiquem com alguns dados que dá para perceber a falta de brilhantismo e qualidade de jogo de ambas as franquias:

413 metros conquistados na totalidade;

2 quebras-de-linha (no total!);

20 defesas batidos (também no total);

Então onde esteve o “ataque”? No “bolso” das defesas, especialmente na dos Stormers que completaram uma exibição de excelência na placagem com 97% de sucesso (97 em 104) impedindo que Skosan ou Combrick (Aphiwe Dyantyi ficou-se pelo banco de suplentes) tivessem espaço à ponta para desatar a correr e criar outra “magia” neste duelo sul-africano.

Se os Lions terminaram a primeira-parte com algum ascendente, já na segunda perderam esse “domínio” de tal modo que o equilíbrio assentou, algo que favoreceu os Stormers. Este “balão de oxigénio” deu esperança e aos 81 minutos surgiu o tal ensaio da vitória nas mãos de Hershel Jantjies, que apanhou uma bola perdida da formação-ordenada e acertou em cheio no poste.

A queda dos Lions levanta perguntas à qualidade desta formação treinada por Swys de Bruin, onde o jogo muito físico e táctico parece estar a tirar fôlego aos vice-campeões do Super Rugby.

OS JOGADORES-PORMENORES DA SEMANA

Melhor Chutador: Hayden Parker (Sunwolves) – 15 pontos (91% eficácia)
Melhor Placador: Reed Prinsep (Hurricanes) – 21 placagens (90% eficácia)
Melhor Marcador de Ensaios: Tevita Kuridrani e Chance Peni (Brumbies), Scott Barrett e Richie Mo’unga (Crusaders), Israel Folau (Waratahs), Shannon Frizell (Highlanders) e Gerhard van den Heever (Sunwolves)
Melhor Marcador de Pontos: Richie Mo’unga (Crusaders) – 16 pontos
O Rei das Quebras-de-Linha: Manasa Mataele (Crusaders), Tevita Kuridrani (Brumbies) e Israel Folau (Waratahs) – 4
O Jogador-Segredo: Curwin Bosch (Sharks – 20 minutos, 130 metros, 3 quebras-de-linha, 4 defesas batidos, 1 intercepção e 1 ensaio) e Jordan Petaia (103 metros conquistados, 3 quebras-de-linha, 7 defesas batidos, 2 offloads, 1 intercepção)
Lesionado preocupante: Rob Thompson (Highlanders)
Melhor Ensaio: Richie Mo’unga vs Hurricanes (offload de Mataele é sensacional…)


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