Os 3 destaques do Portugal-EUA no caminho para o Mundial 2023
Primeira vitória de Portugal frente aos Estados Unidos da América, e o arranque competitivo para o Mundial 2023 começou da melhor forma possível, e nada melhor que revermos a exibição em 3 destaques!
MVP: JORIS MOURA (ABERTURA)
Quatro jogadores podiam estar nesta secção pelo peso total que tiveram na vitória, com Nuno Sousa Guedes (instrumental a jogar lá detrás e a encontrar espaços), Nicolás Martins, Rodrigo Marta e, o destaque que escolhemos como o principal, Joris Moura.
O abertura deslumbrou na sua estreia pelas Quinas, conseguindo encaixar com perfeição na estrutura de ataque, notando uma à vontade inacreditável para quem só fez o seu 1º jogo por Portugal. No que toca ao jogo ao pé, o nº10 trouxe uma série de apontamentos positivos e que foram elevando a contra-ofensiva portuguesa ou a lançar bem o seu três-de-trás, descobrindo pequenas falhas e erros na defesa dos Estados Unidos da América.
Combinou na perfeição com Samuel Marques, conseguiu fornecer excelentes bolas a Tomás Appleton, e foi adicionando espectaculares apontamentos técnicos que retiraram ar ao adversário. Um ensaio, duas assistências e uma certeza que os “Lobos” têm dois médios-de-abertura de luxo!
Samuel Marques também merece uma menção, porque foi quem descobriu soluções na 1ª parte para os “Lobos” garantirem uma boa vantagem nessa altura. Porém, aquele cartão amarelo e o ensaio de penalidade foram completamente desnecessários e podiam ter prejudicado a equipa largamente naquele período… curiosamente, Portugal sente-se à vontade a jogar com 14 jogadores.
PONTO ALTO: ATAQUE REINOU IMPERIAL
Portugal quando tem a bola na mão e sem se sentir completamente pressionado, simplesmente impõe um show que apaixona qualquer adepto, mesmo os adversários, e não é só um apontamento das linhas-atrasadas, já que a avançada envolve-se com alta qualidade nas movimentações.
Os últimos 20 minutos foram o melhor cartão-de-visita que os “Lobos” podem oferecer a quem não os segue com tanta atenção, forçando sete quebras-de-linha, treze defesas batidos, três ensaios e a meter os Estados Unidos da América no limite da frustração (uma série de comportamentos menos positivos e que a equipa de arbitragem devia ter tido atenção com).
O três-de-trás de Portugal é inegavelmente uma arma letal que neste momento de forma é impossível de parar quando lançados, acompanhando bem o jogo ao pé desenvolvido quer por Joris Moura, Samuel Marques, Nuno Sousa Guedes ou José Lima. Por vezes surgiram uns erros de precipitação e nervosismo, mas mal a equipa ganhou foco, tudo se tornou mais fácil, com destaque para o papel de Samuel Marques a agitar o ataque e forçar uma série de boas acções ofensivas.
Depois de ultrapassarem o ligeiro “soluço” da segunda-parte, a verdade é que Portugal rapidamente encontrou o rumo e o ataque voraz foi desfazendo a capacidade física dos Estados Unidos da América, que no fim do encontro já não tinha como seguir a velocidade e agilidade dos “Lobos”.
Sete ensaios, e a maior vitória sempre de Portugal frente a uma equipa no qual empatou a 16 pontos 7 meses atrás.
PONTO A REVER: DISCIPLINA, DISCIPLINA E DISCIPLINA
18 penalidades, dois cartões amarelos e um ensaio de penalidade sofrido, algo que Patrice Lagisquet fez questão de frisar no pós-jogo. Portugal concedeu 7 penalidades na formação-ordenada, 6 na defesa (fora-de-jogo ou lentidão na saída do breakdown), 2 no maul dinâmico e 3 no ataque, com isto a resultar nos 20 pontos que os EUA conseguiram marcar durante os 80 minutos. Ou seja, se Portugal limitasse a metade dos erros, os adversários deste encontro não tinham chegado sequer perto dos 10 pontos e os “Lobos” tinham somado uma vitória ainda mais tranquila e dominante.
A formação-ordenada foi castigada não por recuar, mas pelo encaixe ou tentativa de encontrar forma de dobrar a primeira-linha adversária de forma ilegal. Talvez com outra equipa de arbitragem estes erros não tinham sido tão facilmente descortinados, mas quando chegar o Mundial 2023 é esperado que estas “manhas” sejam maioritariamente caçadas.
O cartão amarelo de Samuel Marques foi uma cópia exactamente idêntica a uma situação de jogo no Roménia-Portugal de 2022 e, na altura, acabou por levar a que os “Lobos” quebrassem mentalmente. Era desnecessário e o próprio formação percebeu o erro que cometeu. Felizmente, este conjunto português está cada vez mais confiante e rapidamente deu a volta por cima.
Foto de Destaque de Luís Cabelo Fotografia