3 destaques do pré-RWC 2019 IV: surpresas nas convocatórias e dúvidas na Irlanda

Francisco IsaacSetembro 2, 20196min0

3 destaques do pré-RWC 2019 IV: surpresas nas convocatórias e dúvidas na Irlanda

Francisco IsaacSetembro 2, 20196min0
Gorgodze chamado para o seu 4º mundial, Devin Toner e Owen Franks ficaram de fora são alguns destaques do 4º artigo de pré-mundial 2019. As convocatórias para o Mundial e mais analisado neste artigo

As principais selecções mundiais já fecharam a sua lista de convocados e como esperado houve surpresas, algumas completamente surpreendentes, o que lançou uma discussão acesa por entre adeptos, comentadores e ex-jogadores! Três destaques em mais uma semana de muito rugby pré-Mundial 2019!

A QUEDA DE (ALGUMAS DAS) REFERÊNCIAS: OWEN FRANKS E DEVIN TONER DE FORA!

Ponto final no sonho de Owen Franks em conseguir conquistar um 3º mundial consecutivo, deixando essa possibilidade para Sam Whitelock, Kieran Read e Sonny Bill Williams, ao ser excluído da lista final de convocados da Nova Zelândia. Foi uma das bombas da convocatória de Steve Hansen, que deixou em “casa” um dos melhores pilares no que toca ao trabalho na formação-ordenada e defesa, explicando a decisão por ter a necessidade de contar com pilares móveis, munidos de excelentes índices físicos e que proporcionem algum tipo de novidade ao elenco neozelandês.

centurion All Black põe assim um ponto final na sua carreira internacional, uma vez que vai jogar na Premiership (Northampton Saints), fechando-se a possibilidade de conseguir marcar o seu 1º ensaio pela Nova Zelândia… é verdade, em 108 internacionalizações, Owen Franks nunca conseguiu marcar um ensaio! Contudo, podemos ainda ver uma golpada do destino já que em caso de lesão (provável) de um dos pilares será Franks a ser chamado para o lugar.

Desta possível “sorte” não pode beber Devin Toner, já que não está sequer como suplente de uma possível lesão de algum dos seus colegas de 2ª linhas convocados por Joe Schmidt.

O “gigante” de 2 metros e 10 centímetros de altura não teve uma época de qualidade e os test matches pré-Mundial não foram de encontro ao que a equipa técnica irlandesa esperava de uma das principais referências do rugby irlandês. Todavia, esta omissão foi alvo de uma avalanche de críticas muito devido às opções tomadas por Joe Schmidt, a começar por Jean Kleyn (foi mais fraco que Toner nos jogos de Agosto) por exemplo.

A Escócia atrasou a convocatória por um par de dias, mas os rumores (e aqui aceitam-se as reservas dos leitores) apontam para que Huw Jones fique de fora do Mundial 2019, uma decisão minimamente inesperada perante a qualidade que o centro oferece a um ataque escocês, que se mostrou algo incipiente no duplo encontro frente à França. As principais selecções já têm as suas opções tomadas… qual foi a convocatória mais consistente até este momento?

IRLANDA DERROTA O (EX) Nº1 MUNDIAL QUE JOGOU AO SOM DAS RESERVAS

Novo encontro entre irlandeses e galeses, que apesar de ter sido polvilhado por uma luta física intensa e aquela entrega típica entre dois conhecidos rivais, acabou por não ser excitante e minimamente esclarecedor perante o que cada uma destas selecções podem e vão oferecer no Mundial.

O País de Gales jogou praticamente com uma equipa de segundas e terceiras escolhas, onde só Samson Lee, Josh Navidi, Aaron Shingler poderão ser titulares quando for a doer, e a Irlanda pelo seu lado também apresentou uma equipa mesclada com titulares assumidos, suplentes com hipótese de sair do banco e jogadores que não vão estar no Mundial. Isto significou que o jogo foi por vezes caótico, denotando-se constantes erros de ambas as partes, em que por exemplo o País de Gales foi completamente “arrumado” na formação-ordenada (sofreram mesmo um ensaio de penalidade na 2ª parte), onde o nervosismo e o facilitismo entraram várias vezes em exercício e estragaram o espectáculo.

O País de Gales mostrou estar mais à vontade para apresentar uma segunda linha de opções minimamente confiável, mas continua a padecer de profundos problemas na formação-ordenada ou no contra-ruck e será sobretudo interessante perceber como vai a equipa chefiada por Warren Gatland resolver este problema quando faltam poucas semanas até ao Mundial.

A Irlanda pelo seu lado não está na sua melhor forma, e mesmo que apresente a desculpa de ter alinhado neste encontro com suplentes e atletas que não vão estar no Mundial, não pode fugir à realidade que a consistência apresentada em 2018 não existe neste momento. O plano de jogo de Schmidt e Farrell, a forma como o manípulo defensivo respondia após a saída de bola e a rapidez de execução são alguns dos elementos ausentes das recentes exibições da Selecção do Trevo.

Felizmente, Jacob Stockdale parece estar a caminhar na direcção certa e Peter O’Mahony voltou a ser um “problema” constante no breakdown, com o País de Gales a ser penalizado por cinco ocasiões por bola presa.

O que se espera do último encontro entre galeses e irlandeses? Pede-se força máxima a ambas as selecções ou é altura de resfriar?

GEÓRGIA AINDA NÃO ESTÁ PRONTA PARA O TIER 1

Resultado desnivelado em casa da Geórgia, que finalmente conseguiu convencer uma das Home Nations a jogar no seu reduto, faltando agora convencer de que realmente está ao nível de uma Itália ou de que pode lá chegar num futuro-próximo. A exibição dos lelos resumiu-se a um bom jogo de avançados, um impor de dureza física e aquela típica agressividade na luta no contacto e… pouco mais, mostrando que apesar da sua categoria nas Seis Nações “B” não consegue atingir o patamar imaginado pelos adeptos.

A Escócia apresentou-se com vários nomes fortes como Finn Russell, Greig Laidlaw, WP Nel, Sean Maitland ou Grant Gilchrist, mas ainda um pouco longe da sua verdadeira forma, algo que leva a um adensar de mais dúvidas perante a qualidade exibicional georgiana, que em 80 minutos só conseguiu invadir os últimos 10 metros por duas ocasiões. Milton Haig montou uma equipa esforçada, competitiva e que no Mundial 2015 chegou a deslumbrar, mas parece que a evolução começou a dissipar-se dando lugar a uma estagnação algo preocupante.

Então como resolver o problema georgiano? Jogar contra mais selecções do Tier1. Não há dúvidas que a única forma de dar o salto é estar envolvido em jogos contra selecções como a França, Itália, Escócia, Irlanda, Argentina, Austrália ou qualquer outro titã do Planeta Oval, possibilitando que o gap existente vá começando a encurtar até ao ponto em que derrotas por quase 50 pontos em casa frente a uma selecção com um misto de segundas escolhas não aconteça de forma recorrente.

Num jogo sem grande história, Darcy Graham, Ben Toolis, Stuart McInally picaram o bilhete das boas exibições e pode ser que recebam o bilhete para o Japão… já na formação georgiana houve surpresa, pois Mamuka Gorgodze foi convocado… o nº8 estava retirado do contexto internacional desde 2017 vai conseguir ir a um 4º mundial.


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