3 destaques/detalhes da 5ª ronda das Seis Nações 2023

Francisco IsaacMarço 18, 20235min0

3 destaques/detalhes da 5ª ronda das Seis Nações 2023

Francisco IsaacMarço 18, 20235min0
A Irlanda conseguiu o Grand Slam e as Seis Nações 2023 chegaram ao fim com Francisco Isaac a fechar o torneio com mais três destaques

A Irlanda ergue o Grand Slam das Seis Nações 2023, tirando o título à França, e assim assumir o trono do torneio mais antigo do continente europeu, deixando um claro aviso para o Campeonato do Mundo… mas quem foram os destaques da jornada?

O MVP: JOHNNY SEXTON, O REI DAS SEIS NAÇÕES

Com o Grand Slam no bolso, Jonathan Sexton também somou o título de maior pontuador de sempre das Seis Nações, tornando-se assim o “Rei” legítimo da competição, tendo sido o seu quarto título (e segundo Grand Slam), ocupando um lugar muito especial na galeria dos maiores jogadores de sempre da modalidade, ou, pelo menos, da competição. Num jogo que começou com um equilíbrio total, em que a Irlanda até chegou a estar a perder durante um pequeno período de tempo, foi Johnny Sexton um dos jogadores a pegar na equipa e a afastar o nervosismo, devolvendo total confiança com um par de conversões, para além de ter comandado as operações de ataque e afastamento da bola ao pé com aquele engenho que lhe é reconhecido.

Os números podem não impressionar, com o abertura a correr 60 metros em sete portagens de bola, sem realizar grandes jogadas individuais fantásticas, mas o facto de ter dado coesão a toda a estratégia de Andy Farrell com uma voz de comando sempre atenta e competente, e ter desferido uma mão cheia de pontapés inteligentes foi suficiente para a Selecção do Trevo quebrar com o tal equilíbrio, tomar controlo do território e posse de bola, e efectivamente dominar todas as incidências de jogo até ao apito final, erguendo mais um título das Seis Nações em Dublin. Com 566 pontos, Johnny Sexton é agora o maior marcador de pontos de sempre das Seis Nações, com só Owen Farrell a estar em posição de apanhar o abertura irlandês nos próximos anos (522).

O MOMENTO: DUHAN VAN DER MERWE E UM MERGULHO QUE DESAFIA AS LEIS DA FÍSICA

A Escócia terminou as Seis Nações 2023 com uma boa vitória na recepção à Itália (que ao contrário das nossas previsões do início do torneio, não foi capaz de somar uma única vitória nesta edição da prova) e fechou em 3º lugar, naquilo que foi uma notária evolução para os comandados de Gregor Townsend, que podem respirar de alívio depois de algumas previsões iniciais menos positivas.

A primeira parte teve momentos bastante bons de ambas as partes, com a equipa da casa a querer fazer uso da bola com Blair Kinghorn a ditar bem as combinações de ataque (deu uma boa resposta a todos aqueles que não o acham um substituto competente a Finn Russell) e Tommaso Allan a devolver com uma série de bons pontapés, oferecendo um jogo mexido… aos 12:15, quando a Itália estava na frente por três pontos, chegou o momento do encontro: uma série de fases assertivas da Escócia, levaram a que ficasse perto da área de ensaio, seguindo-se um passe ao largo que chegou às mãos de Huw Jones.

O centro, vendo Duhan Van der Merwe com espaço à ponta, atira a oval e o ponta pressionado por dois defesas, salta para a área-de-validação metendo a oval no chão. Tudo e todos pensavam que o ponta estava fora, ou que a oval foi encaixada também para lá das marcas oficiais. O TMO interviu e… Ensaio! Estes 5 pontos acabaram por dar a injeção de moral que a Escócia precisava para se meter no controlo do encontro e nunca mais perdê-lo até ao seu fim. Estas Seis Nações 2023 foram especiais para Van der Merwe que esteve em dois dos 5 melhores momentos deste ano, demostrando ser um dos melhores na sua posição na actualidade.

O AVISO: RESULTADOS NAS SEIS NAÇÕES PODEM SIGNIFICAR…POUCO

Inglaterra, País de Gales e Itália fecham as Seis Nações 2023 com resultados entre o medíocre e fraco, carregando uma nuvem de preocupações para cima dos seus adeptos, staff e jogadores. Porém, faltam seis meses para o início do Campeonato do Mundo e, até lá, há muito tempo para resolver certos problemas, limar arestas e reagrupar forças, especialmente para o País de Gales que está num lado acessível da fase-de-grupos, podendo chegar às meias-finais caso Warren Gatland consiga afinar a máquina nestes próximos tempos, estando, claro está, dependente de como a Federação de Rugby do País de Gales resolve os seus problemas internos.

Já a Inglaterra tem tempo suficiente para Steve Borthwick perceber o que quer dos seus jogadores, deixar de lado as críticas a Eddie Jones e recuperar a autoestima de uma selecção que tem uma série de jogadores na idade ideal para chegar longe no próximo Mundial. Por fim, Itália… a inexperiência está a custar caro, mas não significa que isto seja decisivo para o Campeonato do Mundo. Três equipas que precisavam de umas boas Seis Nações para animarem as hostes, três grupos de jogadores que ainda vão a tempo de chegar com outra força à maior prova da competição.


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