3 destaques/detalhes da 4ª ronda das Seis Nações 2023

Francisco IsaacMarço 12, 20234min0

3 destaques/detalhes da 4ª ronda das Seis Nações 2023

Francisco IsaacMarço 12, 20234min0
4ª jornada e a Irlanda está muito perto do Grand Slam, mas antes fica a saber quem foram os principais destaques desta ronda das Seis Nações

E, com uma jornada por jogar, as Seis Nações 2023 têm ainda por decidir o seu campeão, com a Irlanda bem lançada para garantir um Grand Slam, apesar da França ter ainda esperanças na revalidação, precisando que surjam uma conjugação de resultados para atingir esse objectivo! Os três destaques de mais uma jornada na maior competição

O MVP: TAULUPE FALETAU, O HÉRCULES GALÊS

Durante as últimas duas semanas surgiu a ideia de que o País de Gales ia a Roma como underdog, tanto por conta da evolução bem positiva da Itália entre 2022 e 2023, como pelo momento caótico vivido no rugby galês, com vários dos profissionais das franquias da WRU a estarem na porta-de-saída fruto da situação ruinosa que vivem. Porém, ao fim de 80 minutos, o País de Gales somou a sua primeira vitória em 2023, e ganhou um balão de oxigénio importante para tentar fechar esta edição destas Seis Nações com Taulupe Faletau a ser um dos jogadores mais fulcrais para esta vitória incontestável.

O nº8 tem sido consecutivamente um dos melhores jogadores não só do País de Gales, como entre todas as selecções, imperando em cada formação-ordenada sem nunca recuar no contacto, ganhando metros e metros, isto sem falar de que é um dos 3ª linhas com melhor taxa de placagem efectiva e conquista da linha-de-vantagem. Na capital italiana o lendário nº8 somou: um ensaio, 11 portagens de bola, 54 metros conquistados, 0 erros de handling, 2 turnovers e 6 defesas batidos.

O MOMENTO: VIVE LA FRANCE!

A França ofereceu um espectáculo soberbo em Twickenham, “atropelando” a selecção inglesa sem perdão com um 53-10 histórico, e que marca a primeira vitória dos Les Bleus em território inglês desde de 2007, mostrando que efectivamente estão dois patamares acima de todos, a par da Irlanda. Aos 71′ ocorreu o momento da jornada, não porque foi histórico (o 41-10 já o era), mas sim pela forma como a França transformou uma jogada atacante perigosa do seu adversário numa jogada mirabolante própria, que acabou por terminar com Damian Penaud a correr livre em direcção a mais um ensaio.

A simplicidade de movimentos, a velocidade em que Gaël Fickou percebeu onde estava o ponta, e atirou um pontapé cruzado carregado de perigo, com o ponta a controlar bem o ressalto e a captar a oval, deixando por terra Alex Dombrandt, sprintando gloriosamente até cruzar a linha-de-ensaio. A genialidade, o fervor e a forma como a França de Galthié manteve uma postura séria e competitiva até ao apito final, esteve bem patente neste momento da 4ª jornada das Seis Nações 2023.

O AVISO: INGLATERRA QUEDA… ATÉ QUANDO?

Uma das maiores derrotas de sempre da Inglaterra em casa, e a maior vitória de sempre da França frente a uma das suas principais rivais, com este 10-53 a afundar o momento negativo da Rosa, com Steve Borthwick a não gozar um início auspicioso como seleccionador. Em 4 jornadas, a Ingalterra já mudou o seu XV demasiadas vezes, ao ponto que ainda não conseguiu estabelecer uma linha de 3/4’s sólida, saltando de Owen Farrell para Marcus Smith, ficando claro que não existe um plano de jogo coeso e atractivo, especialmente quando defrontam selecções de um nível superior.

.Pior ainda é que Borthwick continua a atribuir culpas a Eddie Jones e ao staff que esteve à frente dos vice-campeões do Mundo de 2019, usando outras razões como bodes-expiatórios para tentar ofuscar as principais razões da actual inoperância e queda acentuada da Inglaterra: decisões precipitadas por parte da administração; problemas internos; e excessivas experiências num momento onde se pede consolidação.

As hostes inglesas podiam não estar no seu melhor momento a nível do ataque durante a estadia de Eddie Jones por lá, mas a defesa nunca se mostrou tão frágil, errática e sem capacidade de reação, registando falhas que vão desde a uma permeabilidade total na avançada ou a ausência de uma resposta concreta aos contra-ataques da equipa contrária. Há algo de estranho nesta Rosa, e como o País de Gales, o tempo começa a ser pouco para apresentar uma real candidatura ao título mundial.

Desde 2010 que a Inglaterra não consentia tantos ensaios em quatro jornadas, podendo bater o recorde dos últimos 15 anos, caso sofram mais dois frente à Irlanda, numa ronda que pode servir para coroar outro dos seus principais opositores como campeões das Seis Nações 2023.


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