3 destaques de Portugal vs País de Gales do Mundial de Rugby 2023
08-28, este foi o resultado final de Portugal frente ao País de Gales, numa exibição que não espelha aquilo que se passou dentro de campo, já que os “Lobos” chegaram a dominar a posse de bola e as operações ofensivas durante bons períodos de tempo, faltando só uma ponta de “sorte” e uma eficácia maior na concretização das oportunidades. Vamos aos 3 destaques deste 1º encontro.
MVP: JOSÉ LIMA (CENTRO) E NICOLÁS MARTINS (ASA)
É impossível escolher A ou B neste caso em especial, já que ambos foram totalmente decisivos para como Portugal se apresentou em vários momentos do jogo, especialmente no que toca à alta fisicalidade imposta. José Lima literalmente açambarcou e carregou para trás uma série de jogadores galeses, impondo uma placagem agressiva e eficaz, forçando erros do adversário dentro dos seus processos ofensivos. Na portagem de bola fez o que tinha a fazer, conseguindo manter aquela combinação com Tomás Appleton bem viva e que foi o berço de várias jogadas de ataque para os “Lobos”. 7 placagens efectivas, 50 metros de conquista, conquistou a linha-de-vantagem em 4 ocasiões e foi uma das “baterias” mais importantes de Portugal.
Já Nicolás Martins foi espectacular em todas as suas acções, numa tarde em que podia ter saído mesmo com dois ensaios, não tivesse sido caçado por Taulupe Faletau já quando faltavam poucos metros para chegar à área de ensaio. 18 placagens efectivas (jogador com mais realizadas), um turnover no chão, dois alinhamentos interceptados ao adversário, uma quebra-de-linha, cinco defesas batidos e um ensaio que nunca esquecera. Talvez o ponto mais importante da prestação do asa foi a forma como conseguiu sair sempre bem das formações-ordenadas perseguindo quer o formação do País de Gales, ou qualquer outro jogador que tentasse manobrar a bola após aquela fase-estática. Exibição de gala!
PONTO ALTO: PORTUGAL ESTÁ AQUI PARA GANHAR
Portugal teve oportunidades suficientes para ter saído do Allianz Riviera com uma vitória, algo que parece muito estranho de afirmar quando os “Lobos” perderam por uma margem de 20 pontos. Contudo, lembrar que os últimos 7 pontos já foram pós tempo regulamentar, e que a selecção nacional teve por oito vezes dentro dos últimos 10 metros do País de Gales, faltando-lhes um pouco de sorte/clarividência (excessivamente “ofegantes” e a querer despachar de terminar o processo depois de terem trabalhado bem para chegar até este ponto) para conseguir capturar outro resultado.
Patrice Lagisquet demonstrou essa frustação apesar de ter ficado orgulhoso pela exibição conseguida, tendo dado a entender que os “Lobos” estavam mesmo a apontar para realizar uma surpresa neste encontro.
A mobilidade ofensiva que começou excelentemente bem a partir da ligação entre Samuel Marques e Jerónimo Portela, ou Tomás Appleton e Nuno Sousa Guedes, abriram a defesa contrária por diversas ocasiões, explorando bem a maior velocidade, explosão e agilidade. Portugal demonstrou que consegue jogar olhos nos olhos, possuindo a fisicalidade necessária para empurrar os adversários para trás, montado boas plataformas de jogo em quase todos os pontos.
Portugal marcou só um ensaio, mas merecia ter saído de Nice com pelo menos mais dois.
PONTO AINDA MAIS ALTO: BANCADAS PINTARAM O JOGO
Faltou falar do ponto a rever ou a melhorar, com esse a ter sido a fragilidade da formação-ordenada em certos momentos (teve outros períodos que conseguiu apresentar uma boa proposta) ou a pouca lucidez para ter terminado certos ataques, mas hoje opto por falar de mais um ponto positivo extra: as bancadas.
Durante fases largas do encontro, as únicas vozes que se ouviam no meio de um mar de vermelho de escarlate eram a dos adeptos de Portugal ou que estavam mentalmente ligados à causa lusa. Desde o típico “Portugal, Portugal” ao aplauso desconcertante quando os “Lobos” faziam algo de diferente, a verdade é que os adeptos galeses estiveram extremamente silenciosos, sendo um aspecto estranho quando estes são dos mais vocais do mundo do rugby.
A presença de adeptos locais, luso-descendentes vindos de vários pontos do país, ou de cidadãos portugueses fez a diferença, com os próprios jogadores a admitir que a importância que foi ter este 24º jogador do seu lado, podendo ser uma peça-chave para futuros jogos. Parabéns a todos aqueles que foram até Nice e mostraram a sua portugalidade de uma forma viva, apaixonante e intensa.