3 Destaques da 8ª ronda do Super Rugby AU 2021

Francisco IsaacAbril 11, 20216min0

3 Destaques da 8ª ronda do Super Rugby AU 2021

Francisco IsaacAbril 11, 20216min0
Os Reds de Brad Thorn e James O'Connor são os líderes do Super Rugby AU nesta fase-regular e contamos como derrotaram os Brumbies nesta 8ª jornada.

O 1º lugar da fase-regular do Super Rugby AU pertence aos Reds, que voltaram a derrotar os campeões Brumbies num encontro emotivo e que foi disputado até ao apito final de Nic Berry, podendo ter iniciado um “fim” no domínio da franquia de Canberra sobre a Austrália.

O DESTAQUE: REDS

Saber sofrer e defender quando o adversário estava focado em encontrar o caminho para a vitória, foi um elemento que definiu a vitória dos Queensland Reds no penúltimo jogo da fase-de-grupos do Super Rugby AU, atingindo um dos objectivos de Brad Thorn para esta época: ser o principal contender. Como aconteceu no encontro da primeira-volta, os Brumbies até começaram melhor, com 12 pontos de vantagem que emagreceram para 10 quando faltavam 20 minutos para o fim do jogo… a partir desse ponto, só deu Reds, seja nas formações-estáticas (duas formações-ordenadas que atropelaram os avançados da franquia de Canberra), na movimentação da oval e na execução do jogo ao pé táctico, tendo James O’Connor se destacado nos dois.

A intensidade física imposta frente à formação com melhor bloco de avançados da competição (duas derrotas não impede de os considerarmos os melhores do Super Rugby AU) foi limitando constantemente o espaço e confiança dos Brumbies, que caíram uma e outra vez perante a agressividade no contacto de Taniela Tupou, Alex Mafi, Harry Wilson ou Salakaia-Loto, sendo também presas “fáceis” no breakdown (novamente, Fraser McReight a destacar-se neste ponto), e esta combinação de factores abriu o caminho para os homens de Brad Thorn controlarem o que se passava dentro de campo, chegarem aos 4 pontos e confirmarem a liderança nesta primeira fase da época.

Os pormenores a acertar da temporada passada parecem estar finalmente nos ajustes e, agora, os Reds são uma equipa não só especial na criação ofensiva como impõem uma fisicalidade imponente e inteligente na estrutura defensiva, expandindo com qualidade sem nunca perder a paciência e calma necessária, como se prova pelas 9 penalidades cometidas, 7 das quais no meio-campo adversário.

O “DIAMANTE”: JAMES O’CONNOR (REDS)

Ganhou a batalha a Noah Lolesio, dando uma lição de como fazer a diferença em campo através do jogo ao pé e o melhor exemplo foi o que aconteceu à passagem dos 75 minutos. Os Reds estavam dentro do seu meio-campo, trabalhando com velocidade e inteligência a posse de bola, forçando aos Brumbies arriscar mais no contra-ruck ou na pressão ao portador da bola… depois de três fases, James O’Connor colocou-se em posição e recebeu a oval, atirando um up and under carregado de problemas para quem o tentasse captar, com a vitima a ser Mackenzie Hansen. O ponta substituto deixou a bola escapar por entre as mãos, forçando um avant já nos últimos 30 metros que acabou por resultar numa formação-ordenada de introdução dos Reds e, subsequentemente, numa penalidade que o prõprio James O’Connor converteu, com esses 3 pontos a significarem 4 pontos e a confirmação da liderança indisputada em 2021.

O poder de comunicação e a certeza/confiança com que guia a estratégia da franquia de Queensland foi notória neste autêntico encontro de líderes, possibilitando atingir outra excelência na execução de movimentos, construção de fases e esclarecimento táctico, elementos unificadores que catapultaram os Reds para um total domínio nesta época, sendo a equipa com mais pontos marcados (ensaios ainda estão três atrás dos Brumbies) e menos sofridos no total desta época.

JOC é quem tem mais pontos (90), ocupa o 8º lugar na tabela de metros conquistados (250) e o 5º no de mais defesas batidos, adicionando ainda as 6 assistências, uma das quais vitais para o confirmar do 1º lugar na fase-regular do Super Rugby AU.

O “DIABRETE”: REBELS TÃO PERTO DA MEIA-FINAL… E TÃO LONGE

Vamos a uma comparação de dados entre os Melbourne Rebels e Western Force para perceber a diferença entre as duas equipas, pelo menos, nos números: 426-280 metros conquistados; 65% de posse de bola e 70% de território para os Rebels; 7-3 e 24-9 de quebras-de-linha e defesas-batidos, respectivamente; 10-13 em penalidades; 90%-89% de eficácia na placagem. Ou seja, a franquia de David Wessels dominou em tudo o que é os números que importam, mas no fim dos 80 minutos acabaram por sair derrotados, depois de terem estado na frente do resultado até aos 77′, altura em que Tim Antsee e Domingo Miotti ofereceram os 7 pontos que viraram o resultado a favor da Western Force, pondo a apenas 1 ponto de distância dos Rebels quando faltam 2 jornadas para o fim da fase-regular do Super Rugby AU.

Um erro na defesa no cair do pano, uma série de outros quando estavam no ataque durante o encontro determinaram esta derrota inesperada dos Rebels, que se vêem numa situação precária por conta da sua inaptidão para transformar boas oportunidades em ensaios, não bastando só ir aos postes e esperar controlar os ritmos de jogo, uma receita que corre mal quando do outro lado está um adversário com o objectivo na cabeça e com condições para aproveitar bem um espaço quando este surge.

Em jornadas anteriores os Rebels já tinham demonstrado o mesmo problema no concretizar de boas situações ataque em ensaios, construindo jogadas de qualidade com a oval na mão, em que Marika Koroibete, Joe Powell e Frank Lomani entram em rompante na defesa e vão galgando bons metros, carecendo depois daquele factor X ou mindset que lhes permita obter aqueles 5/7 pontos fundamentais para mandar em campo.

Permitiram que a Western Force acreditasse numa reviravolta nos últimos suspiros de um dos duelos mais decisivos desta temporada do Super Rugby AU e o demérito vai exclusivamente para a falta de perfume, eficácia ou poder de afirmação da estratégia para o ataque dos Rebels, caindo ao mesmo tempo numa constante precipitação, nervosismo ou falta de confiança.

OS STATS DA JORNADA

Melhor marcador de pontos (jogador): James O’Connor (Reds) – 15 pontos
Melhor marcador de pontos (equipa): Reds – 24 pontos
Melhor marcador de ensaios (jogador): Vários – 1
Melhor placador: Kyle Godwin (Force) – 19 placagens (0 falhadas)
Maior diferencial no ataque (jogador): Tom Banks (Brumbies) – 170 metros conquistados, 2 quebras-de-linha e 2 defesas batidos


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS