3 Destaques da 3ª ronda do Super Rugby AU 2021

Francisco IsaacMarço 6, 20217min0

3 Destaques da 3ª ronda do Super Rugby AU 2021

Francisco IsaacMarço 6, 20217min0
Os Brumbies ganharam já para lá dos 80 minutos e o herói que lhes deu a vitória é um dos destaques deste artigo de análise à 3ª jornada do Super Rugby AU

As duas equipas que sofreram com cartões vermelhos (ambas decisões bem ajuizadas) foram as que conseguiram vencer e sair desta 3ª ronda do Super Rugby AU com os 4 pontos, com Western Force e Brumbies a sorrir neste fim-de-semana! Escolhemos os três principais destaque de mais uma jornada de jogos da liga de franquias de rugby australiana, com nota de destaque a ir para os cisnes de Perth.

O DESTAQUE: WESTERN FORCE

Depois de não ter conseguido qualquer vitória na 1ª edição do Super Rugby AU no ano passado, a Western Force finalmente pôde festejar e celebrar, conquistando os 4 pontos na visita ao campo dos NSW Waratahs. Emoção ao mais alto nível, até porque a franquia de Perth sofreu um percalço que podia oferecer oportunidade aos seus adversários de irem à reviravolta, já que Andrew Ready recebeu ordem de expulsão imediata aos 65 minutos, forçando a sua equipa a jogar com 14 até ao apito final.

A capacidade de sofrimento e de aguentar a pressão dos Waratahs foi inspiradora, impondo uma vaga defensiva lúcida e compacta, praticamente isenta de erros e penalidades (um total de 2 naquele espaço de 15 minutos), acabou por surtir efeito e garantir um final feliz para a Force, que voltou assim a ganhar aos Waratahs depois de terem ganho pela última vez em 2017, o último ano em que participaram num Super Rugby, por 40-11. Retornando aos últimos 15 minutos, há dois momentos fulcrais que ditaram o resultado final: o primeiro foi uma turnover conseguido por Richard Kahui, já nos últimos 7/5 metros, pondo termo a uma das poucas jogadas de real perigo dos ‘tahs; e uma boa manobra defensiva que impediu Jack Maddocks de perfurar a escasso metros da área de ensaio, o que forçou ao ponta atirar um passe mal transmitido, com este a terminar em avant, isto quando o relógio já apontava 83 minutos

A voracidade na defesa e a frieza em manter as emoções sob controlo depois daquela situação de Ready, foram os tónicos finais necessários para a Force capturar uma vitória muito aguardada e totalmente merecida, depois de terem realizado uma exibição de boa qualidade, com números minimamente satisfatórios (403 metros conquistados, 9 erros próprios, 90% de eficácia na placagem e só 9 penalidades cometidas), sonhando agora com a possibilidade de atingirem os playoff… um objectivo ainda distante, mas possível perante as forças da franquia de Perth.

O “DIAMANTE”: RYAN LONERGAN (BRUMBIES)

Antes de mais, vejam o vídeo disponibilizado do longo pontapé de Ryan Lonergan que deu a vitória aos Brumbies quando se esperava um Super Time (prolongamento de 10 minutos quando se dá um empate ao fim dos 80 minutos) e maravilhem-se com um match decider de soberba categoria. E não, não escolhemos Lonergan como o jogador-destaque da semana só por causa desse pontapé mortífero, existindo uma série de outros motivos e razões que explicam o porquê da nossa escolha pelo formação suplente da franquia de Canberra, pois estará na sombra de Nic White nos próximos anos. Ryan Lonergan entrou aos 61 minutos, numa altura em que os Brumbies perdiam por 1 ponto de diferença, depois de terem estado a jogar com menos 1 durante 20 minutos – vermelho a Alan Alaalatoa justificado -, revelando-se assim um cenário complicado e que exigia uma exibição de classe mundial do formação para ajudar a equipa garantir a reviravolta e a 3ª vitória consecutiva nesta temporada do Super Rugby AU.

A intensidade imposta no passe a partir do ruck e a facilidade com que se movia pelo campo, foi dando outra expansão aos Brumbies que procuravam voltar a reunir as forças necessárias para chegar ao último terço do terreno e marcar pontos, algo que só viria a acontecer à passagem dos 73 minutos, com participação directa do nº9 suplente: construção sucessiva de fases, físico imponente perante a boa resposta defensiva dos Rebels e, do nada, um passe mágico inesperado de Lonergan para as mãos de Tom Banks abriu um canal aberto para o ensaio. Reviravolta, com os dois pontos de conversão a virem do pé do formação e os Brumbies estavam de novo na frente do resultado. Todavia, Matt To’omua e os Rebels recusavam perder desta forma e voltariam a marcar pontos, igualando o resultado num 24-24, com 3 minutos para se jogar.

Depois é o que sabemos… os Brumbies tiveram a coragem de continuar a jogar, abrir a bola, apostar no rugby contínuo e a ganhar metros e penalidades até chegarem a um local onde um dos seus chutadores tivessem capacidade (e coragem) para apostar num pontapé. Ryan Lonergan puxou as responsabilidade para si, posicionou a oval e pontapeou-a na direcção dos postes, celebrando ainda antes da mesma entrar e validar a vitória dos Brumbies por 27-24.

20 minutos em campo e um impacto tão forte que valeu a manutenção da liderança dos Brumbies, quando só lhes falta jogar um encontro para fechar a 1ª volta do Super Rugby AU.

Minuto 5:50 para o pontapé

O “DIABRETE”: WARATAHS, SOFRÍVEL E… EM ÚLTIMO

Depois de terem sido totalmente obliterados pelos Brumbies, de terem perdido para os seus rivais de sempre, os Reds, os Waratahs tornaram a tropeçar, agora frente à Western Force, pondo quase um ponto final numa época que começou há três semanas. É possível já dizer que os ‘tahs pouco ou nada irão lutar na presente época do Super Rugby AU ou Trans-Tasman? Praticamente. A equipa de Nova Gales do Sul continua a cometer erros excessivos em todos os capítulos do jogo, a começar na atitude com a bola em seu poder, vendo-se um sentido de apoio ofensivo frágil e demasiadamente esticado, o que tem possibilitado aos seus adversários arrancarem a oval do seu poder quando menos se esperava/devia acontecer.

A defesa pouco confiante, consegue dar tanto demasiado espaço ao bloco contrário como se precipita e arrisca em demasio quando deve ter outra postura, ficando à vista a ausência de um formação com experiência ou um defesa que tenha capacidade de ir corrigindo e instruindo a melhor forma da linha-defensiva se movimentar ou de ir “tapando” os potenciais espaços. Das fases-estáticas pouco ou nada são capazes de arrancar, e neste encontro frente à Force viu-se a pouca força e entrosamento do maul, sendo esta plataforma completamente anulada pela Western Force, que com menos unidades teve força o suficiente para parar os Waratahs.

Falta outra dose de risco, há uma clara ausência de carisma e acreditar, adicionando-se ainda a incapacidade para construir fases de jogo compactas ou de alguém ter a versatilidade em surgir lançado e numa linha de corrida imparável, um detalhe que nunca aconteceu contra a Western Force.

OS STATS DA JORNADA

Melhor marcador de pontos (jogador): Matt To’omua (Rebels) – 24 pontos
Melhor marcador de pontos (equipa): Brumbies – 27 pontos
Melhor marcador de ensaios (jogador): Vários – 1
Melhor placador: Carlo Tizzano (Waratahs) – 26 (mais 6 falhadas)
Maior diferencial no ataque (jogador): Marika Koroibete (Rebels) – 100 metros, 2 quebras-de-linha, 10 defesas batidos. 5 tackle busts
Mais metros conquistados (equipa): Force – 403 metros


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