3 Destaques da 2ª ronda do Super Rugby AU 2021
Escreveu-se história no Super Rugby AU 2021, pois os Brumbies somaram a sua maior vitória de sempre frente aos Waratahs, num resultado extremamente dilatado mas justo perante a diferença de qualidade de ambos os lados. Tudo o que precisas saber sobre a 2ª jornada da competição aqui no Fair Play
O DESTAQUE: A PERFEIÇÃO DOS BRUMBIES NUMA EXIBIÇÃO
Como dissemos logo no começo, os Brumbies foram capazes de conquistar a sua maior vitória de sempre ante os Waratahs, com um 61-10 final a marcar no placard de jogo, mostrando a excelência dos campeões em título do Super Rugby AU. Nunca na história de confrontos entre estes dois emblemas do rugby australiano se tinha registado uma diferença tão profunda entre o vencedor e derrotado, sendo este um claro sinal que o candidato principal mora em Canberra, apesar do excentricismo e virtude ofensiva vinda dos Queensland Reds. Mas neste resultado, o mérito foi todo da equipa vencedora ou os visitantes, e antigos super-contenders ao título do Super Rugby XV, deram uma ajuda?
Principalmente foi pelo mérito dos Brumbies que o resultado atingiu esta categoria de “avalanche”, com tudo a correr bem aos homens de Dan McKellar tanto no aspecto ofensivo (só 6 erros próprios em 81 portagens de bola, que significaram no fim 381 metros) ou defensivo (92% de eficácia na placagem e 6 turnovers capturados no breakdown), impondo uma daquelas prestações que está somente ao alcance de equipas bem entrosadas e equilibradas.
Nic White e Noah Lolesio voltaram a aplicar um recital no fornecer um fluxo de jogo constante e sempre com uma faceta ameaçadora, somando a genialidade e frieza do três-de-trás, onde Tom Banks foi um penetrador de excelência, desmontando uma e outra vez o (fraco) mecanismo defensivo dos Waratahs, que nunca tiveram capacidade para amparar a lucidez dos Brumbies no decorrer do jogo. Novamente, como é que os Brumbies conseguiram fazer uma diferença de 51 pontos de diferença para um dos seus arquirrivais de todo sempre? Novamente, excelência. Poucos ou nenhuns erros, concentração máxima apurada, eficácia em todas as acções e uma constante utilidade de todas as unidades de jogo, que nunca deixaram de ter o pé no acelerador.
Uma prestação daquelas para nunca esquecer e que à passagem da 2ª jornada do Super Rugby AU deixa uma mensagem para os restantes adversários…
Super Rugby AU | Waratahs v Brumbies – Rd 3 Highlights
The @BrumbiesRugby maintained their unbeaten start to Super Rugby AU on Saturday night, retaining the Dan Vickerman Cup with victory over the @NSWWaratahs in Sydney.#SuperRugby #SuperRugbyAU #WARvBRU pic.twitter.com/JnNLpASc3t
— Super Rugby (@SuperRugby) July 18, 2020
O “DIAMANTE”: ALEX MAFI (REDS)
Para uns, a acção de Alex Mafi no ensaio que deu a vitória aos Reds foi magistral e que demonstra o quão bom é o talonador com a bola em seu poder, enquanto para outros foi visto como um rasgo de individualidade perigosa e que foi uma péssima escolha, já que o maul da franquia de Queensland estava a marchar para diante… contudo, perante o outcome da decisão do nº2, temos de ir para a primeira sugestão. Um elemento importante de se reter, vai para o facto de Mafi ter aguentado praticamente 80 minutos a jogar (tinha saído para dar lugar ao suplente Feao Fotuaika, mal expulso na nossa opinião aos 57 minutos), algo pouco normal de se ver num elemento da 1ª linha, mantendo a mesma dose de trabalho e eficácia nas suas acções, como se viu nos alinhamentos em que nunca errou o alvo nas doze ocasiões que teve nas suas mãos.
A intensidade no contacto e a agressividade para ganhar sempre a linha-de-vantagem e metros foi de franco bom nível, sendo o avançado com melhores números neste encontro, o que mais uma vez prova a qualidade física e a capacidade de trabalho alta que Brad Thorn tanto aprecia num atleta profissional. Os Reds dominaram quase totalmente no encontro, seja no território, posse de bola, metros conquistados, eficácia nas fases-estáticas, conquistas no breakdown, com Mafi a participar activamente em todos estes aspectos no final de contas.
Móvel, agressivo, trabalhador e inteligente, o talonador da franquia de Queensland começou em grande esta época e seriamente ameaça o lugar de Brandon Paenga-Amosa, já que Mafi tem deslumbrado em todos os números que importam, adicionando-se o extra de três ensaios.
O “DIABRETE”: REBELS… COMO FICAR A SEGUNDOS DE GANHAR SEM FAZER POR ISSO…
Os Rebels estiveram a poucos minutos (ou segundos) de saírem do Suncorp Stadium com uma importante vitória, que lhes daria um certo elam neste arranque de época, perdendo essa oportunidade graças a uma boa decisão de Alex Mafi. Se não olhássemos para as estatísticas e o resultado final, até poderíamos achar que o embate entre as duas franquias australianas até tinha sido dividido, quando na realidade foi bem longe dessa “fantasia”. Vamos então aos números: em metros conquistados os Reds somaram quase o dobro em comparação com os seus rivais, ou seja, 355 para 198; ganharam mais alinhamentos e formações-ordenadas também aos Rebels, que efectuariam mais penalidades, com 18 contra 12; 8 defesas batidos e 2 quebras-de-linha para o lado da franquia de Melbourne, enquanto os Reds somaram uns incríveis 26 jogadores tirados da frente e 5 perfurações efectivas da linha defensiva; os Rebels falharam bem mais placagens que os Reds, e terminaram com cerca de 78% de eficácia nesse parâmetro; domínio do território e posse de bola pertenceu também à equipa da casa.
No meio desta avalanche de número a favorecer o lado que acabou por ganhar, os visitantes só foram melhores num aspecto… erros próprios, com apenas 6 falhas no que concerne a posse de bola (os Reds cometeram 18, um número preocupante especialmente nas diversas oportunidades perdidas nos últimos 10 metros). Isto significa que os Rebels pouco ou nada produziram em termos de rugby positivo, revelando uma incapacidade total no dar sequência a uma fase rápida, caindo em penalidades ou optando por devolver a bola aos adversários, na expectativa de arrancarem penalidades ou erros do outro lado. Quiseram jogar sempre no erro da equipa de Queensland, passaram a maior parte do tempo a pontapear a oval, o que transmitia uma ideia que não queriam ter de pensar na construção de jogo, esperando sempre que os seus adversários não tivessem competência para marcar ensaios e pontos.
Muito pouco rugby para um elenco onde constam nomes como Marika Koroibete, Matt To’omua, Reece Hodge, Joe Powell, Frank Lomani, isto nas linhas atrasadas, ficando presos a uma estratégia de expectativa, onde o controlo emocional é chave, um pormenor que acabou por não correr nada bem já que foram responsáveis por 18 penalidades no decorrer de todo o encontro, com uma das quais a oferecer o ensaio da reviravolta dos Reds. Péssimo início de Super Rugby Au… mas não tão mau como o dos Waratahs.
OS STATS DA JORNADA
Melhor marcador de pontos (jogador): Noah Lolesio – 15 pontos
Melhor marcador de pontos (equipa): Brumbies – 61 pontos
Melhor marcador de ensaios (jogador): Alex Mafi (Reds) – 2
Melhor placador: Carlo Tizzano (Waratahs) – 16 (mais 3 falhadas)
Maior diferencial no ataque (jogador): Tom Banks (Brumbies) – 5 quebras-de-linha e 4 defesas-batidos
Mais metros conquistados (equipa): Reds – 420