3 destaques da 1ª jornada da Janela Internacional de Verão

Francisco IsaacJulho 4, 20224min0

3 destaques da 1ª jornada da Janela Internacional de Verão

Francisco IsaacJulho 4, 20224min0
Springboks estiveram muito perto de cair em casa frente ao País de Gales, naquele que foi um dos destaque desta primeira série de jogos de Verão

A primeira semana da Janela Internacional de Verão trouxe um clean sweep para as equipas do Hemisfério Sul, já que All Blacks, Wallabies, Springboks e Pumas derrotaram os seus adversários, apesar do País de Gales ter ficado muito próximo daquilo que seria uma vitória inesperada em território sul- africano, e estes são os 3 destaques do fim-de-semana.

O TREINADOR: WAYNE PIVAC E A RESPOSTA À LA SPRINGBOKS

32-29 e a África do Sul foge com uma vitória que parecia incerta quando chegaram ao intervalo a perder por uma diferença de 15 pontos, lançando os adeptos do País de Gales num frenesim já que começavam acreditar numa possível e improvável conquista em solo dos campeões do Mundo em título nestas Series da CastleLager do Verão 2022. Como é que foi possível esta diferença tão curta no marcador? Demérito dos Springboks que tiveram problemas na criação e condução de jogo, para além de constantes erros nas fases-estáticas? Ou mérito dos galeses que souberam igualar a fisicalidade do adversário e não viraram a cara ao combate físico?

Principalmente foi o segundo, e muito se deve a Wayne Pivac, que numa luta por se manter no cargo de seleccionador, ofereceu uma resposta à altura dos críticos que começou pela atitude agressiva imposta nos alinharmos e formação-ordenada, seguindo-se um trabalho estrondoso no breakdown em que colocou um travão na saída de bola de Faf de Klerk, somando-se as excelentes combinações a partir do três-de-trás. Toda a estratégia mental e contra-ofensiva dos galeses fez sentido, com a liderança de Dan Biggar a resultar numa exibição compacta e que por muito pouco não resultados num dos resultados mais surpreendentes do ano. Pivac soube reforçar mentalmente um País de Gales que sofreu umas Seis Nações emocional e tacticamente desmotivadoras, recuperando alguns processos que podem ser a solução não só para o futuro imediato mas para 2023.

O MVP: ARDIE SAVEA ABRE PORTAS

A Nova Zelândia tremeu nos primeiros minutos frente à Irlanda, onde chegaram a sofrer um excelente ensaio, mas recuperaram logo depois com 25 minutos estonteantes que resultaram em quatro ensaios que devolveram o controlo do encontro aos All Blacks. Nesses 25 minutos, entre os vários nomes da equipa da casa, com Ardie Savea a ser um dos grandes protagonistas não só pelos dois ensaios – um deles extraordinário em que simplesmente desarma seis jogadores irlandeses, correndo de forma imparável durante 40 metros – mas por ter ainda somado dois turnovers, 16 placagens, duas recepções perfeitas a pontapés altos e duas quebras-de-linha, com o 8 a ser fulcral na saída da formação-ordenada já que limitou o raio de acção das movimentações da Irlanda.

A brutalidade com que Ardie Savea atacou a linha de defesa contrária e a agressividade na comunicação foi uma vitamina em situações cruciais, especialmente na primeira-parte, com Jonathan Sexton, Joey Carbery ou Caelan Doris a sentirem sérias limitações para sair a jogar. A imposição física e táctica do 3a linha impôs outro patamar aos All Blacks que voltaram a respirar bem e com confiança, conseguindo manter Eden Park sem derrotas desde meados do século passando, com Ian Foster a poder encarar os próximos encontros com outra confiança e certeza.

O DADO: LOLESIO E UM 100% NUCLEAR

Austrália e Inglaterra estiveram envolvidos num duelo que acabou decidido pelos pontapés, com Owen Farrell a ter falhado três que a entrar podiam ter dado uma vitória à Inglaterra, que ainda teve a vantagem de jogar contra 14 durante 60 minutos em virtude do cartão vermelho de Darcy Swain, o que só fez com que a conquista dos Wallabies disse ainda mais memorável. Entre os vários dados estatísticos de relevância, o facto de Noah Lolesio ter acertado todos os seus pontapés merece destaque, tanto por ter valido a vitória como pelo facto do médio-de-abertura ter sido chamado a jogo só no aquecimento, isto porque Quade Cooper sofreu um estiramento no gémeo, ficando invalidado de participar neste primeiro jogo destas Series da Janela Internacional de Verão.

O jovem n°10 entrou em campo com confiança, ditando bem as regras e a garantir que cumpria o seu trabalho sempre que foi chamado ao serviço de converter pontos, lucrando 15 pontos dos 30 da conquista australiana, exactamente um ano depois de não ter sido capaz de fazer a sua função frente à França. Os 100% cumpridos podem ser a chave para voltar a estar realmente na linha de sucessão a Quade Cooper ou James O’Connor, ou mesmo ser ele a assumir o lugar de abertura nos dois jogos de Verão que restam destas Series entre Inglaterra e Austrália.


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