A retoma na Patinagem de Velocidade: a reflexão necessária a fazer

Francisco FigueiredoJulho 15, 20203min0

A retoma na Patinagem de Velocidade: a reflexão necessária a fazer

Francisco FigueiredoJulho 15, 20203min0
Foi das primeiras modalidades em Portugal a regressar aos treinos individuais e colectivos e o Professor Francisco Figueiredo alerta que é altura ideal para se fazer uma reflexão profunda nas necessidades da prática. Algumas propostas neste artigo

A Pandemia virou a sociedade do avesso: dos serviços ao comércio, da educação ao desporto, e o mais importante, a saúde. Sabemos de antemão que são diversas e divergentes as opiniões no que respeita a este assunto, mesmo na comunidade científica, pois somos diariamente bombardeados por novos artigos muitas das vezes até contraditórios. Assim, importa acima de tudo perceber como podemos continuar a viver em segurança e retomar a nossa vida “normal”, sabendo desde já que o novo “normal” terá diferenças para o antigo “normal”.

Neste contexto, em que medida vamos retomar o desporto em geral e a Patinagem de Velocidade em particular? Onde podemos enquadrar a modalidade nos normativos legais agora em vigor? A Patinagem de Velocidade é uma modalidade individual mas onde se trabalha em grupo; tem contacto mas não é permitido “encostar” ou “empurrar”; a riqueza desta modalidade é todo um conjunto de características díspares que, em simbiose, a tornam apaixonante.

Mas tendo em conta todos estes fatores, como iremos recomeçar a prática? Se no caso dos treinos é relativamente simples o controlo e implementação das questões sanitárias (assim todos as queiram cumprir), já no que diz respeito ao retornar à competição a questão poderá ser um pouco mais complexa. Complexa, não impossível.

A postura fatalista de que não podemos fazer nada não vai muito com a minha forma de estar, mas claro que haverá nuances na abordagem das competições. Igual ao que era não ficará, mas teremos que encontrar uma solução que nos permita voltas a ter competição respeitando as normas de saúde. Assim, as soluções a encontrar passarão muto por fórmulas de competição que obedecendo à génese da modalidade, se adaptem às novas circunstâncias: aposta nas provas de contra-relógio, volta lançada, perseguição, provas por tempo, provas de series com número reduzido de participantes, entre outras. Claro que este tipo de opção terá forçosamente que levar a uma nova fórmula organizativa das competições, viabilizando em termos temporais estas provas.

Importante seria também aproveitar estes tempos para debater todo um conjunto de problemas da modalidade e aproveitar os canais informáticos postos à disposição de todos durante esta fase de confinamento (ou pelo menos utilizados com maior intensidade) para que possamos finalmente falar da modalidade e refletir um pouco sobre que caminho queremos tomar, dando seguimento a um conjunto de reflexões que se foram fazendo quer em reuniões de associações, quer em formações online. Daqui lanço o repto à nossa Federação para que se organize um Fórum com todas as Associações e/ou Clubes no sentido de podermos trocar ideias sobre estes assuntos.

Como me dizia o Professor Tomaz Morais numa conversa que mantivemos à uns dias, a paixão pelas nossas modalidades é que se deve manter e continuar a ser transmitida aos nossos atletas, pois é ela que nos leva a ultrapassar todos estes obstáculos que se nos vão deparando. Mas que teremos forçosamente de adaptar a modalidade à nova realidade, esse é um facto incontornável, para bem da saúde de todos.


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