O temido adeus: Os ciclistas que não vamos ver em 2024
2023 foi um ano difícil para os amantes de ciclismo, que viram algumas figuras de proa arrumarem a sua bicicleta profissional, alguns mais cedo do que previmos. Ficam abaixo alguns nomes que nos vão deixar saudades, e que vamos certamente revisitar no Youtube quando as saudades apertarem.
Peter Sagan
O nome mais mediático desta pequena lista, e um dos nomes mais reconhecidos no mundo, até pelos que não seguem atentamente o desporto. Sagan ganhou praticamente tudo o que havia para ganhar. Foi 3 vezes campeão do mundo, venceu o Paris Roubaix e o Tour de Flandres, e foi por 7 vezes camisola verde no Tour de France (12 vitórias de etapa), um domínio imenso.
Os últimos dois anos na Total Energies foram uma pequena desilusão, onde conseguiu apenas uma vitória, nos nacionais de estrada da Eslováquia. É quase impossível imaginar uma Volta a França sem Peter Sagan, omnipresente de verde em meados da década de 2010 ou a animar o pelotão com cavalinhos no Alpe d’Huez.
Sagan deixou a estrada, embora continue em ação no ciclismo de montanha, onde começou como júnior e onde planeia terminar a sua carreira sénior, tendo como objetivo os Jogos Olímpicos de Paris no verão.
Just a few hours until the documentary premiere 📷Tune in to @eurosport tonight, at 10pm CET for the first episode of 'Chasing Glory: Road to Paris 2024'. Go behind the scenes to follow my journey in a unique and unprecedented way as I prepare to try and reach the Paris @Olympics pic.twitter.com/3bq1OBdLKh
— Peter Sagan (@petosagan) January 24, 2024
Thibaut Pinot
O francês de 33 anos surpreendeu quando anunciou que se ia aposentar no final de 2023, um ano em que voltámos a ver o “velho” Pinot, que na nossa opinião, ainda poderia dar nos mais 2/3 anos de bom ciclismo.
A lenda francesa Thibaut Pinot cruzou a meta pela última vez na Il Lombardia, o Monumento que ganhou em 2018. O estilo ofensivo de Pinot, a sucessão de ataques, lesões e abandonos, quando parecia estar perto de ganhar uma Volta à França, valeram-lhe um grupo de seguidores devotos, que o acompanharam sempre.
O próprio referiu que gostaria de ter menos amor e mais vitorias, com um sorriso entre os dentes. Os fãs apareceram em força em Bergamo para a sua última corrida, bem como nas estradas na Etapa 20 do Tour deste ano, que foi o seu verdadeiro último momento a fazer relembrar o Thibaut que conhecemos, e que fez os franceses acreditar numa vitoria no Tour
A sua subida a solo até ao topo do Le Petit Ballon fez-nos recuar no tempo, embora não tenha conseguido vencer a etapa, cruzou a meta num respeitável sétimo lugar. Para as multidões de Ultras presentes, o sétimo lugar soube a vitoria
Ao longo da sua carreira, Pinot ganhou etapas em todos os três Grand Tours, bem como o terceiro lugar no pódio da geral e o melhor jovem ciclista do Tour em 2014.
Quase uma década mais tarde, foi o Rei das Montanhas no Giro d’Italia em 2023, encerrando uma carreira histórica em grande estilo. Agora, vai desfrutar da vida tranquila na sua quinta na região de Vosges, enquanto as esperanças do Grand Tour francês passam para a nova geração, incluindo o colega de equipa na Groupama-FDJ, Lenny Martinez.
Greg Van Avermaet
Um ciclista com uma idade mais plausível de reforma, que aos 38 anos deixa uma carreira riquíssima para trás, com vitorias no Paris Roubaix, Gent-Wevelgam, Tirreno-Adriático e os Jogos Olímpicos. O polivalente belga teve umas épocas fantásticas em meados da década de 2010, que culminaram no ouro olimpico, numa épica vitoria ao sprint contra Jakub Fuglsang e Rafal Majka.
Manteve-se firme em corridas de etapas e Grand Tours, vestindo a camisola amarela em 2016 e 2018. A sua entrada no lote de grandes ciclistas deu-se em 2008, quando conquistou a camisola dos pontos na Vuelta a España, à frente de Alberto Contador e Alejandro Valverde, que viriam a ganhar a prova espanhola.
Menção ainda para mais alguns nomes que não vamos ver na estrada a partir de 2024. Rohan Dennis é mais um elemento da geração de 90 a reformar-se, ele que se destacou pela sua enorme capacidade no contrarrelógio. Nos últimos anos, tornou-se um gregário de luxo na INEOS e depois na Jumbo Visma.
Nathan Van Hooydonck foi forçado a reformar-se, depois de um acidente num treino, com um carro. Na sequência desse acidente, foi detetado que o o neerlandês tinha um problema cardíaco, que o impossibilitam de continuar a carreira.
Uma perda enorme para a Jumbo Visma, que perde um gregário tanto para as provas por etapas, como para as provas de um dia. Os veteranos Tony Gallopin e Daryl Impey, vencedores de etapas no Tour, também deixaram o ciclismo de estrada em 2023.