O caminho de Paris 2024 para o judo português

João CamachoJaneiro 21, 20245min0

O caminho de Paris 2024 para o judo português

João CamachoJaneiro 21, 20245min0
O GP de Portugal 2024 está confirmado que marca o arranque do circuito mundial. Com mais de 650 atletas perspetiva-se uma etapa emocionante .

Estamos em ano de jogos olímpicos, com uma emocionante qualificação olímpica a decorrer – relembro que termina no final de junho o caminho para os Paris 2024 – o facto é que tudo pode acontecer! No que respeita à qualificação dos judocas portugueses, à data, só Catarina Costa (48Kg) e Rochele Nunes (+78Kg) podem respirar um pouco, pois estão nas posições 3 e 5 do ranking de qualificação das respetivas categorias, o que lhes permite ter margem de manobra, escolher atempadamente quais as etapas em que querem participar e garantir, caso conservem estas posições, a posição de cabeça de série dos respetivos sorteios, reservados para o top 8 de cada categoria de peso.

Dos restantes judocas dentro da qualificação destaco Patricia Sampaio (9.ª posição dos 78Kg), Bárbara Timo (11.ª posição dos 63Kg) e Jorge Fonseca (14.ª posição dos 100kg), que já estão bem encaminhados, mas deverão estar atentos e consolidar estas posições, para evitar desagradáveis surpresas, pois o nível está muito alto, com todas as etapas muito competitivas, e temos muito talento a emergir, a tentar surpreender e conquistar um lugar nos jogos.

Numa posição ainda incerta, apesar de promissora e ainda dentro da qualificação, temos a “SUPER” Telma Monteiro, que apesar de estar atualmente na posição 14, no final do ano sofreu uma lesão que a colocará fora do circuito, no mínimo, 5/6 meses, o que poderá comprometer a façanha de estar pela 6.ª vez, consecutiva, nos jogos olímpicos.

Por último realço João Fernando (23.ª posição dos 81Kg) e Rodrigo Lopes (29.ª posição dos 60Kg) que, ainda dentro dos qualificados, estão numa posição onde facilmente podem cair e ficar de fora do sonho olímpico.

A lutar por entrar dentro da qualificação saliento duas judocas, Joana Diogo e Maria Siderot, ambas da categoria dos 52Kg. Será complicado, muito desafiante, mas, com um conjunto de resultados consistente, como chegar à luta pelas medalhas de duas ou três etapas é possível, permitindo-lhes, assim, alcançar o objetivo principal da carreira de um judoca. Estamos a torcer por elas, bem como pelos outros 8 que, estando dentro, terão de continuar atentos, a trabalhar e, acima de tudo, a acreditar!

Está tudo em aberto e o campeonato do mundo marcado para Abu Dhabi, no final de maio, será o tira teimas para muitos judocas. Serão seis meses muitos intensos, com muita emoção e risco, onde qualquer descuido poderá ter consequências desastrosas.

Grand Prix Portugal 2024

Pelo terceiro ano consecutivo, Portugal vai receber a etapa inaugural do circuito mundial da federação internacional de judo-FIJ. Desta vez, ao contrário das duas primeiras edições, esta etapa irá decorrer no pavilhão multiusos de Odivelas, a atual sede competitiva do judo nacional…

Portugal tem inscritos 31 judocas, mas poucos terão condições de chegar longe na competição. Relembro, que o facto de Portugal ser o país organizador, permite que o nosso país tenha uma cota de inscrição de até 4 atletas por categoria de peso e que estes não precisam de estar no ranking. É uma oportunidade única de participar numa importante competição do exigente e competitivo circuito mundial, mas o facto é que muito poucos têm reais condições de brilhar.

Apesar de muito concorrido, e destaco a presença da equipa principal russa, cujos atletas participam como atletas individuais e neutrais, a proximidade da emblemática etapa de Paris, acaba por afastar alguns dos principais nomes, pois para além do prestígio, a etapa de Paris vale mais pontos e tem um prize Money bastante mais generoso.

A etapa inaugural do circuito mundial irá decorrer entre os dias 26 e 28 de janeiro, recordo, no pavilhão multiusos de Odivelas. Oportunidade única de ver emocionantes e disputados combates entre alguns dos melhores judocas da atualidade. Rigorosamente a não perder!!

Uma revolução a caminho?

A França sempre teve um papel inovador e disruptivo no panorama do judo mundial. A recente competição de clubes, criada e organizada neste país, judo pro league, apresentou um conjunto de regras inovadoras e que já estão a gerar muita polémica e alvoroço. Estas regras, que oportunamente irei detalhar, são resultado da necessidade de dar mais emoção e espetacularidade ao judo de alta competição.

É desolador ver combates decididos por castigos aplicados com um critério subjetivo ou incoerente, mas o facto é que temos observado, nos últimos anos, reiteradamente este desfecho, e o judo a tornar-se cada vez mais tático e a perder a sua essência.

Com a preponderância da comissão de arbitragem da FIJ, cada vez com mais influência, e constituída por uma esmagadora maioria de elementos que nunca foram árbitros, apesar da existência de meios e tecnologia para ajudar as equipas de arbitragem, é inquestionável que  cada vez tem havido mais erros e polémicas, a que acredito não será alheio o facto dos responsáveis pela arbitragem da FIJ – e que acabam por ter um papel determinante e decisivo nas decisões- ser um grupo fechado, atrevo-me a descrevê-lo como um clã, com uma postura arrogante e incapaz de reconhecer o erro, só  o admitindo quando este roça o escândalo, como foi o caso da final da categoria dos +100kg, do campeonato do mundo de Doha.

Temos uma revolução a caminho?


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