O Atletismo em 2021: Os nossos medalhados nacionais
Como habitual em ano olímpico, foi um ano de excelentes prestações, tanto a nível quanto internacional. Mas este 2021 foi bem especial, com anos memoráveis para uma série de atletas. Reduzir estas listas a três (ou quatro com alguma batota) não foi tarefa fácil, tal o talento que fica por mencionar. Esperemos que assim continue e abordamos neste artigo o atletismo nacional e as façanhas alcançadas.
Masculino
Ouro: Pedro Pichardo (Triplo Salto)
Começou o ano a conquistar o seu 1º título europeu em Pista Coberta, mas os seus olhos miravam o grande prémio: o Ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Pichardo não só não faltou à chamada, como fê-lo com uma enorme autoridade, com uma vantagem de 41 centímetros (!) face ao 2º classificado. Nesse dia chegou aos 17.98m, o que é um novo recorde nacional. Ainda coroou a sua época com o título da Diamond League, tendo alcançado todos os títulos individuais que podia em 2021. Em 2022 há Mundiais e…há recordes para ir à procura.
Prata: Francisco Belo (Lançamento do Peso)
Foi um ano onde lançou por quase duas dezenas de vezes a mais de 20 metros no Peso. Isso inclui os Europeus de Torun, onde alcançou um novo recorde nacional absoluto, com impressionantes 21.28 metros (antes já o tinha feito com 21.04m). Teve pouca sorte, pois o nível da competição foi incrivelmente elevado (em anos transatos, a medalha estaria no papo), tendo voltado a ficar no 4º lugar. Também fez o seu melhor de sempre ao livre, chegando aos 21.27m na Rep. Checa, a apenas 1cm do seu recorde absoluto. Não chegou à final dos Jogos de Tóquio, mas foi 2º na Taça da Europa e mais glória internacional está por chegar. Internamente, sagrou-se campeão de Portugal.
Bronze: Isaac Nader (800m/1.500m)
Seja nos 800m ou nos 1.500m, Nader foi o grande destaque do meio-fundo nacional e é um dos atletas que mais promete para os próximos anos. Nos 800m, subiu a 5º melhor de sempre, com a melhor marca nacional dos últimos 17 anos. Já nos 1.500m, também subiu à posição 5 de sempre, com as melhores marcas nacionais dos últimos 12 anos. Além de vários títulos nacionais (Campeão de Portugal por duas vezes nos 1.500m; Campeão nacional Sub-23 nos 800m e 1.500m), ainda alcançou o Bronze nos Europeus sub-23.
A beijar o pódio: Leandro Ramos (Lançamento do Dardo): Prata nos Europeus Sub-23, 5x recordes nacionais, Campeão de Portugal e Sub-23.
Vitória de Isaac Nader na Milha Internacional de Bilbao #COPortugal
Foto Federação Portuguesa de Atletismo pic.twitter.com/MkMoCOvoCM— COP (@COPPORTUGAL) October 17, 2021
Feminino
Ouro: Patricia Mamona (Triplo Salto)
Época absolutamente sensacional no atletismo e até diria impensável para a grande maioria de nós. Chegou ao Ouro nos Europeus Indoor de Torun (14.53m), igualando o recorde nacional em pista coberta. Mas o melhor estava ainda reservado para o ar livre. Os 14.66m no Mónaco – à data um novo recorde nacional – tinham aberto muitas bocas pela forma como a marca tinha sido obtida (dando a ideia de haver espaço para melhorias). E Mamona assim o provou: 15.01m e uma medalha de Prata nos Jogos Olímpicos que sabe a Ouro. Os 15m são o patamar da imortalidade do Triplo feminino e a atleta portuguesa entra agora num clube muito restrito da elite mundial. A nível nacional, sem par, chegou ao seu 13º título de campeão de Portugal. Ainda há, pelo menos, um ciclo olímpico pela frente ao seu melhor nível…
Prata: Auriol Dongmo (Lançamento do Peso)
Numa temporada muito voltada para o circuito internacional de atletismo e sempre entre a nata da elite, Auriol Dongmo nunca se intimidou com os grandes momentos no melhor ano da sua carreira. Alcançou o título europeu em pista coberta (e respondendo muito bem quando, inesperadamente, foi chamada a isso sob pressão) e foi 4ª nos Jogos de Tóquio, a apenas cinco centímetros do pódio. A evolução de Auriol tem sido espetacular e, tendo já chegado aos 19.75m, os 20 metros estão já ali. Confesso ter elevadas expetativas para a sua época 2022, especialmente para o que pode fazer em Eugene.
Bronze: Liliana Cá (Lançamento do Disco)
Desde que regressou ao Atletismo, Liliana Cá tornou-se num nome incontornável da modalidade em Portugal. Este ano foi o seu melhor de sempre, “crescendo” mais de cinco metros e chegando a incríveis 66.40m, um novo recorde nacional e a certeza de que está agora entre a elite mundial. Isso ficou confirmado com o excelente 5º lugar nos Jogos de Tóquio – onde até estava frustrada porque queria mais! – e com as nove marcas acima dos 63 metros neste ano. Alcançou também excelentes vitórias na Taça da Europa de Lançamentos e na Superliga Europeia. Não faço qualquer tipo de previsões quanto ao futuro da Liliana pois tem chegado a patamares inimagináveis há bem pouco tempo.
A beijar o pódio: Cátia Azevedo (400 metros): 2x recordes nacionais, campeã e recorde dos campeonatos de Portugal, semi-finalista dos Jogos de Tóquio.
Liliana Cá conquista mais um diploma para a #EquipaPortugal nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 #LetsGoPortugalhttps://t.co/AacKh2rzRl pic.twitter.com/HtYTKmHyrU
— COP (@COPPORTUGAL) August 2, 2021