Neemias Queta continua na NBA

Nuno CanossaSetembro 19, 20234min0

Neemias Queta continua na NBA

Nuno CanossaSetembro 19, 20234min0
Neemias Queta continua na NBA e vai jogar nos Celtics, e nada melhor que analisar a situação com a ajuda de Nuno Canossa

Após duas temporadas ao serviço dos Sacramento Kings – em que passou mais tempo a representar Stockton na G-League -, Neemias Queta garantiu novo contrato de two-way, o último que poderá assinar na sua carreira, com os Celtics. O futuro a curto-prazo do poste português passará pelo Massachussets, adiando um regresso à Europa vaticinado por muitos dos portugueses.

Em Boston, os minutos de Neemias na NBA deverão voltar a ser escassos, já que os Celtics, à semelhança dos Kings e, até, de forma mais afirmada, estarão na luta pelos primeiros lugares da tabela e, eventualmente, pelo campeonato. Ainda assim, não é de descartar que o primeiro português na NBA some minutos na sua ainda jovem carreira na principal liga norte-americana, apesar da sua temporada 2023/2024 ter no Maine a sua localização mais recorrente.

Uma série de acontecimentos sucessivos – ausências de um, dois ou os três nomes entre Kristaps Porzingis, Robert Williams e Al Horford – poderá levar a alguns minutos de Neemias na NBA, assim como em jogos menos competitivos ou em que a equipa decida estrategicamente descansar. Além do mais, Neemias terá ainda de competir com Luke Kornet ou adaptações a poste, com Mazzulla a poder aproveitar small lineups com Jayson Tatum a 5. Por isso, não é de esperar nem mais, nem menos do que se sucedeu nas duas temporadas a representar os reis de Sacramento.

Ainda assim, a aquisição de Neemias por parte dos Celtics foi rápida e discreta, com o português a receber a última proposta de two-way em posse de Brad Stevens. Tendo sido associado a outros clubes norte-americanos, como os Blazers ou os Jazz, para além das hipotéticas propostas europeias (já lá vamos!), a ida para Boston poucos dias depois da sua dispensa dos Kings é sinal de que a sua temporada 2022/2023 na G-League, na qual foi 2ª na votação para MVP e conquistou lugar no 5º ideal da competição, não passou despercebida ao resto da liga. Mesmo que o seu futuro próximo passe por voltar ao 2º escalão do basquetebol norte-americano, uma nova temporada de domínio absoluto na liga das equipas satélite pode relançar Neemias na luta por contrato standard em 2024, mesmo que não seja para permanecer em Boston.

Para efeitos práticos, Queta não poderá voltar a assinar um contrato de two-way, surgindo nova oportunidade para ser um dos destaques da G-League – com a curiosidade de os últimos dois big man MVP’s Paul Reed (2021) e Chris Boucher (2019) serem homens de rotação na NBA – e afirmar-se perante os olhares atentos das equipas principais. Aliás, há vários casos de sucesso recente, tendo jogadores como Gabe Vincent, Gary Payton II, Christian Wood ou Seth Curry passado parte das suas carreiras na liga de desenvolvimento.

Para já, Neemias terá pela frente um training camp com o plantel principal, podendo demonstrar-se ser, pelo menos, uma alternativa séria em casos de maior aflição. A partir daí, a temporada do português passará forçosamente por Portland (Maine), cujo sucesso poderá definir o futuro de Queta nos Estados Unidos, seja em Boston ou noutro clube. Em todo o caso, a Europa estará pronta para o receber, tendo o atleta luso relegando, para já, o velho continente para segundo plano e entendido que entre estar com um pé (ou meio) na NBA ou completamente fora, mais vale o primeiro.

Para desalento de alguns adeptos portugueses mais fatalistas, Neemias continuará a perseguir o sonho americano, em detrimento da segurança europeia, e manter-se-á como o único jogador português (masculino) a pisar palcos norte-americanos de basquetebol. Se a Europa seria a melhor opção para a evolução e acréscimo do seu tempo de jogo? Possivelmente. No entanto, a possibilidade de ver Neemias Queta, o 1º português na NBA, a vestir a mesma camisola e a pisar o mesmo parquet do que Larry Bird ou Bill Russell deixa qualquer adepto de longa data com água na boca.


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