O March Madness com ainda mais esplendor

Tiago MagalhãesMarço 19, 20219min0

O March Madness com ainda mais esplendor

Tiago MagalhãesMarço 19, 20219min0
Chegou o March Madness, este ano com um toque português com a presença de Neemias Queta. Vê aqui o nosso prognóstico!

O melhor mês de College Basketball está de volta com a edição número 82, depois de em 2020 ter sido cancelada devido à pandemia que assolou todo o mundo e fez com que existisse uma paragem forçada a nível competitivo em várias modalidades. Esta não tem sido uma temporada fácil para a NCAA, com muitas restrições e um enorme ajustamento durante todo o ano no seu calendário, mas finalmente teremos o culminar desta competição com o March Madness. Devido às restrições implementadas pela NCAA, este ano o torneio será disputado apenas no estado de Indiana em 6 arenas diferentes, com uma presença máxima de público de 25% em relação à capacidade dos pavilhões.

O Lucas Oil Stadium será o grande palco da Final 4 onde se irá consagrar o campeão universitário e assim suceder a universidade de Virginia que venceu em 2019. A grande ausência da “Big Dance” desta temporada está em Duke University que desde a temporada 1994-95 que não falhava o ponto alto do College Basketball.

Como temos vindo a fazer em temporadas anteriores, vamos passar às equipas que consideramos os maiores destaques por região e o porquê de ter de segui-las durante este mês de Março.

WEST

Gonzaga

A equipa de Mark Few é considerada a mais séria candidata ao título depois de uma temporada em que dominaram toda a competição tendo obtido um recorde de 26-0 e vencido a conferência WCC, apesar do ligeiro susto que apanharam na final frente a BYU.

Para além de serem um conjunto extremamente sólido nos dois lados do campo, esta é uma equipa se destaca pelo talento ofensivo com jogadores como o eléctrico base Jalen Suggs e o atirador Corey Kispert na liderança.
Será curioso entender como irão reagir com o avançar da competição, já que muitas vezes é apontada a esta universidade a “força do calendário” que escolhem durante a fase regular.

Virginia

A temporada não tem sido fácil para os, ainda, atuais detentores do título de College Basketball, com muitas complicações devido à pandemia que afetou a equipa.

A equipa não pode fazer parte do torneio da conferência ACC e tem estado em quarentena desde então, chegando a Indiana apenas esta Sexta Feira, onde terá que competir de imediato na primeira ronda. O atirador Sam Hauser é o destaque desta equipa sólida, mas que depois de um recorde 18-6 na fase regular, não tem grandes expetativas.

Iowa

Se procura o jogador mais dominante esta temporada no College Basketball, terá de ver Iowa a jogar, porque Luke Garza é típico atleta que todos sabemos que poderá marcar 40 pontos num jogo neste torneio, mas na verdade poderá não ter grande futuro na NBA.

Nesta que será sua última temporada antes de tornar profissional, Garza é o claro candidato ao Wooden Award que destaca o melhor jogador do ano na NCAA.

No que toca a equipa em si, depois de um recorde de 21-8 na fase regular, Iowa poderá criar ondas neste torneio, mas está num lado do bracket bastante complicado.

Drake

Apenas uma referência a esta universidade por duas razões. Primeiro, quem não percebe nada de basquetebol universitário vai instantaneamente gostar do nome da equipa. Segundo, esta foi a equipa favorita em termos de apostas desportivas pelo público, durante toda a temporada. É só isto mesmo!

Fica aqui o bracket do torneio

EAST

Michigan

Todos os anos existem aquelas equipas que o seu ranking parece enganar, e esta temporada, Michigan parece-nos o maior candidato.

Apesar de terem finalizado a fase regular com 20-4 a equipa sucumbiu na meia final da conferência Big Tem frente a Ohio State e demonstrou algumas carências que podem ser determinantes com o avançar da competição.

Hunter Dickinson, Franz Wagner (sim, irmão de Mo Wagner) e Isaiah Livers formam um “Big Three” de respeito.

Georgetown

Com um recorde de 13-12 na conferência Big East porque damos destaque aos Hoyas de Georgetown?

Primeiro porque são treinados por Patrick Ewing e só isso impõe respeito, mas mais importante que isso foi porque venceram de forma surpreendente o torneio da sua conferência.

Eliminado o favorito Villanova e depois massacrando na final por 25 pontos de diferença a #17 do país em Creighton, é impensável não destacar esta equipa como uma das a seguir na entrada para este torneio.

Alabama

O College Basketball é maioritariamente conhecido por ter um estilo de jogo com posses longas e pontuações baixas, mas se quer ver uma das equipas que mais se assemelha a um estilo de jogo NBA, a universidade de Alabama pode ser uma boa opção.

Com um conjunto constituído com vários lançadores e com orientação para jogar um estilo rápido, a equipa finalizou a temporada com 24-6 de recorde e o título na conferência SEC.

A equipa conta com 4 jogadores a marcar mais de 10 pontos por jogo, com grande destaque para Herbert Jones que poderá muito bem rumar a NBA apesar da idade.

SOUTH

Esta é claramente a região que terá jogos mais interessantes com várias equipas de topo a terem de se encontrar pelo caminho logo nas primeiras rondas da competição e onde ficarão pelo caminho alguns nomes notórios nesta temporada.

Baylor

Há quem argumente que Baylor pode mesmo ser a melhor equipa deste ano no College Basketball e que tem mais hipóteses de vir a levantar o título na Final 4 em Indiana. Apesar de terem perdido na meia final da conferência Big 12 para Oklahoma State, a temporada foi bastante positiva tendo acabado com um recorde de 22-2, tendo as duas derrotas sido frente a equipas top 20 no país.

Este é um conjunto muito experiente e deverá fazer valer isso, sendo que nomes como Jared Butler, Davion Mitchell e MaCio Teague deverão realçar-se neste torneio.

North Carolina / Arkansas / Ohio State

É muito difícil prever que equipa poderá destronar Baylor nesta região sendo que para além destas três universidades que destacamos, ainda poderíamos acrescentar Villanova e Purdue à conversa. North Carolina foi de menos a mais durante a temporada, tendo acabado a fase regular com 18-10 e sendo eliminados na meia final da conferência ACC.

Apesar de 22-6 de recorde, Arkansas foi das universidades que mais saltou à vista durante toda a temporada, praticando um basquetebol atrativo e marcando pontos como poucas equipas fizeram este ano. Provavelmente a maior ameaça a Baylor deverá ser Ohio State que, apesar de terem perdido o título da Big Tem na final frente a Illinois, tem um dos conjuntos mais sólidos da competição.

Moses Moody (Arkansas), Duane Washington Jr (Ohio State), Armando Bacot e Caleb Love (North Carolina) são alguns dos nomes que deverá ter em atenção.

Utah State

Era impossível não fazer referência ao nosso contingente português, com Neemias Queta em grande destaque depois de ter sido considerado o melhor jogador defensivo do ano pelo Bleacher Report. O poste português é o motor desta universidade nos dois lados do campo, mas a sua equipa terá dificuldades em impor-se aos favoritos de Texas Tech logo na primeira ronda do March Madness.

Neemias quer surpreender no March Madness (Foto: Getty Images)

MIDWEST

Illinois

A universidade Illinois continua a rejuvenescer das cinzas e volta a tornar-se uma “powerhouse” muito graças à melhor dupla do país em Ayo Dosunmu e Kofi Cockburn, dois jogadores que poderão muito bem fazer parte do próximo Draft da NBA.

Esta equipa culminou uma temporada extremamente sólida com um recorde de 23-6 e o título de conferência na Big Ten, uma das mais equilibradas da nação este ano. Falamos de um dos mais sérios candidatos à presença na Final 4, numa região marcada mais pelos nomes sonantes que propriamente por equipas sólidas neste March Madness.

Cleveland State

Teremos mais um português nesta “dança” de Março do March Madness, com o base de Cleveland State Hugo Ferreira a merecer o nosso destaque pela sua primeira presença neste torneio. O jogador portuense foi um dos destaques da temporada passada da equipa do estado de Ohio, infelizmente devido a uma lesão este teve os seus minutos cortados na segunda temporada. Com um matchup frente a Houston, a equipa não tem grandes expetativas a não ser causar uma surpresa, e esperemos que Hugo Ferreira seja parte integrante neste momento.

Houston / Oklahoma State

Provavelmente as duas equipas mereciam um destaque individual, mas já vão entender porque não vamos fazer isso.

A universidade de Houston venceu a conferência American, tendo passado por um susto frente a Memphis nas meias finais, a quem bateram apenas por um ponto.Quentin Grimes é o grande destaque desta equipa, que apesar da #2 na região, deixa muitas dúvidas por não ter enfrentado equipas de topo durante quase toda a temporada.

Quando falamos de Oklahoma State basta-nos um nome: Cade Cunningham. O freshman é o jogador mais influente da nação e tem levado a sua equipa as costas durante toda a temporada. Ah, já dissemos que vai ser claramente a primeira escolha no próximo Draft da NBA? Pois, é isso mesmo.

Cade Cunningham é uma das estrelas neste March Madness (Foto: Getty Images)

O nosso prognóstico

Todos os March Madness têm uma história, uma faculdade que pouca gente acredita e que surpreende toda a gente, a verdade “Cinderela” deste torneio.

A nossa aposta para este ano vai para Georgetown que apesar de ser uma universidade reconhecida e com grande historial, é apenas a #12 da sua região e terá de eliminar sempre equipas favoritas para chegar a um possível Sweet 16 (?). Pode parecer um pouco cliché, mas apesar de tudo, parece-nos que em todas as regiões as equipas com melhor ranking deverão chegar a Final 4. (Algumas delas por ter o caminho ligeiramente mais facilitado).

Numa Final 4 com Gonzaga/Michigan de um lado e Baylor/Illinois do outro, a nossa convicção está que teremos Gonzaga e Baylor na final. Num matchup entre as duas melhores equipas desta temporada, damos privilégio a Gonzaga pelas individualidades que podem decidir um jogo e assim acreditamos que possam ser ter o seu “One Shinning Moment”.


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