Um retorno forçado por necessidade económica ou lúdica?
Já nos habituámos à palavra retorno. Algo que nos dias de hoje é uma palavra que entra em qualquer léxico e que se encaixa que nem uma luva a tudo aquilo que é feito na sociedade. Seja um retorno social, seja um retorno aos locais de trabalho, seja um retorno aos hobbies e todos os desportos que já estávamos habituados a ver.
A NBA é uma das ligas que se enquadra neste contexto. Um retorno que muitos esperam e que se espera consciente e inconsequente, no que diz respeito à possibilidade de existência de um surto dentro da comunidade da NBA.
O retorno desta liga tão competitiva e que queremos ver, de qualquer maneira, a funcionar e com os seus jogadores a 100% está marcado para dia 30 de Julho e as finais nunca poderão ocorrer após o dia 13 de Outubro. Um calendário promissor e que promete matar saudades de toda a emoção que aqueles 0,6 segundos nos davam.
No entanto, este retorno está a ser assombrado por todas as vicissitudes naturais de uma pandemia. Para além de os Estados Unidos da América serem o país com mais infectados no mundo inteiro, com subidas constantes diárias de mais de 50.000 pessoas com SARS-CoV2, já existem vários jogadores infectados e que, por isso, não poderão dar o seu contributo aos seus frachise.
A lista de jogadores que estarão fora do retorno da NBA tem-se vindo a avolumar: Jokic (Denver), Brogdon (Indiana), Jabari Parker, Buddy Hield e Alex Len (Sacramento), Derrick Jones Jr. mais três jogadores que nunca chegaram a ser públicos (Miami), Spencer Dinwiddie e DeAndre Jordan (Brooklyn), três jogadores que não forma tornados públicos (New Orleans) e Landry Shamet (LA Clippers).
Naturalmente, esta lista já foi maior e já há um grande número de jogadores recuperados. Nunca é demais lembrar a história de Rudy Gobert que colocou em causa a seriedade deste vírus e acabou por dar-se mal, sendo o primeiro jogador a ficar infetado e a infectar a sua equipa, situação que lhe custou um ambiente de balneário muito pesado.
Com os casos a subirem impõem-se a questão: será que este retorno faz sentido e, acima de tudo, não estará a pôr ainda mais em causa a saúde dos jogadores? Naturalmente, a NBA irá adotar todas as medidas de segurança e de higiene recomendadas de forma a prevenir que exista um surto nas instalações onde este retorno irá decorrer. Todavia, poderá ser muito perigoso e um pouco inconsciente juntar 22 equipas no mesmo espaço para jogarem entre si.
A juntar a toda esta situação, a luta contra o racismo nos E.U.A tem-se tornado, agradavelmente, uma constante, e onde os jogadores da NBA têm assumido uma postura importante no que diz respeito à influência imposta em toda a comunidade americana.
Alguns dos jogadores decidiram, mesmo, não fazer parte deste retorno de forma a poderem continuar a ajudar nas manifestações.
Com toda esta conjectura nos Estados Unidos, impõem-se a pergunta: este retorno é mesmo necessário ou é um retorno meramente económico e lúdico? Fica a dúvida. A certeza é que, ou as coisas mudam no centro da NBA, ou poderemos vir a ter problemas mais sérios