A nova ordem do top5 da NBA
A troca que levou Kawhi Leonard e Danny Green, por Demar DeRozan e Jakob Poetl, de San Antonio para Toronto, trouxe nova vida a uma conferência que nunca tinha ficado tão enfraquecida. Na verdade, a saída de Lebron James dos Cavaliers para L.A. será uma oportunidade gigante de redenção de todo o Este perante a NBA. Mas como fica o top5 da Liga?
Desde que Shaquille O’Neal decidiu deixar Orlando para rumar, igualmente, aos Lakers, que tem sido notória uma maior concentração de talento a oeste. Nos últimos anos, consideramos que a facilidade com que algumas equipas menos boas comandadas por Lebron chegaram à Final da competição, serviram para agravar este sentimento. Falamos do último ano em Miami (2014) e das duas temporadas finais em Cleveland, 2017 e 2018, particularmente a desta temporada, que sofreu uma revolução em fevereiro.
O Oeste será assim tão mais forte?
O novo Este, sem Lebron, é a grande chance que “os outros” têm para mostrar que a conferência não está deserta e que, possivelmente, até tem mais candidatos ao título que a Oeste. É uma frase que pode causar desconfiança, porém, quando nos perguntam quais são as 5 melhores equipas da NBA, à entrada para a nova temporada, respondemos sempre: Warriors, Raptors, Celtics, 76ers e Rockets.
Pergunta que não é necessária fazer: Porquê Warriors em primeiro? Vai ser o título mais fácil de Golden State, lamentamos. A Final não vai ser tão fácil quanto o 4-0 contundente a uns Cavs em farrapos, mas o caminho para a Final vai ser mais soft. Houve duas realidades que se passaram neste mercado de verão: várias equipas melhoraram bastante no Oeste e os Warriors ficaram ainda melhores e aumentaram a vantagem para a segunda melhor equipa, que piorou.
Haverá muita competitividade para ir aos playoffs, ainda mais para o top4, teremos um ou outro franchise com umas 48 vitórias a falhar a post season, todavia e saltando para a próxima pergunta – Os Rockets já não são a segunda melhor equipa da NBA? – o fortalecimento da Conferência Oeste não equivale a mais concorrência para os campeões.
A queda dos melhores concorrentes
Continuando, somos da opinião de que Houston piorou porque perdeu Trevor Ariza e Luc-Richard Mbah-a-Moute e substituiram-nos por Carmelo Anthony e Michael Carter-Williams (espero realmente que MCW não seja utilizado fora de garbage time). Quando uma equipa perde elementos importantes, principalmente num mercado fechado como a NBA, onde basicamente só entra talento novo pelo draft, é tão importante avaliar a perda, como o subsituto, como para onde vai jogar a perda.
Ariza vai para os Suns, será uma portanto uma perda que não vai acrescentar valor a nenhum concorrente directo. Mbah-a-Moute nos Clippers à partida, também não prejudicará Houston quando os defrontar. Estas perdas passam o último teste, contudo, não passam quando pensamos que não havia espaço para contratar ninguém, para além do salário minímo. Quando uma equipa decide apostar a casa para lutar pelo título, caso haja capacidade financeira para tal, a partir do momento em que ficam hard-capped, ou seja, no topo do tecto salarial, devem utilizar todos os meios para manter o núcleo do plantel. Fizeram-no com Chris Paul e Clint Capela, falharam com Ariza e Mbah-a-Moute.
Finalmente, tanto Anthony como Carter-Williams são jogadores que têm tido prestações que são prejudiciais à sua equipa. Não se adequam ao basket moderno, ao basket ganhador, ao basket que uma equipa que quer derrotar Golden State e ser campeã pratica.
Toronto e Boston: uma nova luta de titãs
Então e os Raptors? Ainda não vimos ninguém colocar o único franchise do Canadá tão alto quanto nós, o que significa que é muito provável estarmos errados. Ainda assim, sempre demos muito valor ao trabalho de Masai Ujiri, e acho que ele se viu livre dos dois grandes problemas de Toronto. O treinador Dwane Casey mostrou-se ano após ano incapaz de montar a melhor estratégia para ultrapassar os Cavs de Lebron, e Demar DeRozan é o tipo de jogador ineficiente que precisa de muita bola na mão.
O retorno na troca com os Spurs foi fantástico. Não foi só Kawhi, que não escondemos que seja uma incógnita, porque não joga regularmente há mais de um ano, mas também Danny Green, que ainda continua a ser um dos melhores defensores da NBA (e um excelente atirador). O que nos deixou extremamente confiantes de que será um grande ano para Toronto é que mantiveram todos os melhores jovens: Fred Vanvleet, OG Anunoby, Delon Wright, Siakam e Norm Powell.
Há um risco de continuidade pelo treinador escolhido ser o ex-adjunto de Casey? Pensamos que não. Masai Ujiri sabia exactamente que com o anterior técnico não teria sucesso e não escolheria o seu sucessor dentro da organização se não fosse para mudar totalmente a forma de jogar. Ainda por cima havia uma série de bons treinadores disponíveis no mercado.
De Boston, simplesmente, esperamos que sejam ainda melhores que o ano passado, onde quase chegaram à Final mesmo sem Kyrie Irving e Gordon Hayward. Nenhuma equipa no Mundo fica pior quando adiciona a um excelente young core, com um treinador soberbo e um líder em court do melhor que há, em Al Horford, dois all-stars.
A eterna incógnita do Process
A maior incógnita do nosso top5 será sempre a equipa mais jovem. A experiência na NBA é extremamente importante. Não confundir com velhice, que é um conceito que, por exemplo, Lebron James confunde com frequência, e os Philadelphia 76ers vão entrar na nova época com um estatuto que ainda não tiveram desde que draftaram Joel Embiid e Ben Simmons.
Os Nuggets finalmente conseguiram trocar Wilson Chandler. O parceiro da troca foi excelente para o momento da carreira do jogador e para a competitividade no topo da liga. Os 76ers têm tantas opções para o front court, para quando Embiid estiver em foul trouble, para quando houver alguma lesão. O potencial que há no Este é mesmo incrível. Não dá para ser Campeão este ano, mas estão lá as duas equipas com um maior futuro pós-Warriors, se alguma vez eles deixarem de contratar o melhor jogador da NBA com menos de 30 anos.
Concluindo, depois dos Campeões colocamos três equipas da Conferência “má”, que “está fraca”, orfã de Lebron, “à beira da morte”: Toronto, Boston e Philadelphia. Só depois aparece Houston na nossa escala!