NBA draft lottery: o que esperar de cada equipa pt.1

Nuno CanossaMaio 27, 20227min0

NBA draft lottery: o que esperar de cada equipa pt.1

Nuno CanossaMaio 27, 20227min0
O draft lottery da NBA está aí a chegar e Nuno Canossa conta-te porque é que deves ter atenção ao que se vai passar já nas próximas semanas

No mesmo dia em que se iniciaram as (até, então) desapontantes Finais de Conferência, foi sorteada a ordem final do NBA Draft de 2022 que ditou como principal vencedor os Orlando Magic – detentores da 1ª escolha. E se nessa noite as equipas da Flórida tiveram razões para sorrir, o mesmo não se pode dizer de Pistons, Pacers ou Blazers que perderam posições em comparação às projecções. Porém, e independentemente da sorte ou azar da lotaria, há uma questão que concerne a todas as partes: o que fazer com a escolha?

Disclaimer: isto não é uma lista de vencedores e derrotados, muito menos um mock draft

ORLANDO MAGIC – GO BIG OR GO HOME

Apesar da expressão referida ser usualmente aplicada em momentos decisivos dos playoffs – nos famosos jogos de eliminação – parece-me sensato aplicá-la nesta situação. Porquê? Primeiro, os Magic ainda não conseguiram escolher o talento diferenciador ou geracional que impulsione o futuro da equipa. Há potencial em Wagner, Anthony ou no próprio Suggs, mas nenhum parece ter as ferramentas necessárias para se tornar num dos melhores da liga. Segundo, o plantel está lotado nas posições 1-2 – os já referidos Suggs & Anthony + Hampton, Fultz, Harris e Ross -, e seria surpreendente (quiçá, imprudente) optar por um base num draft em que os 3 principais prospects têm 2.08 metros ou mais. Por fim, John Hammond (GM da equipa) terá uma decisão complicada pela frente, já que não há um consenso sobre qual deverá ser a 1ª escolha. Holmgren aparenta ter o maior potencial mas maior risco, Banchero o mais versátil, Smith Jr. o melhor scorer. Em todo o caso, acertar no pior dos 3 será um valente murro no estômago dos adeptos da equipa de Orlando que desesperam por uma verdadeira estrela desde Dwight Howard.

OKLAHOMA CITY THUNDER – OKCHET

‘[Chet] Holmgren aparenta ter o maior potencial mas maior risco’. Transcrevo esta linha para este parágrafo porque o perfil do poste de Gonzaga encaixa que nem uma luva na filosofia de Sam Presti (GM). Juntar um atleta ágil com mais de 2.10 metros, empenhado e capaz defensivamente, com capacidades acima da média no perímetro, a Shai e Giddey deixaria qualquer fã dos Thunder esperançoso por um futuro a curto-médio prazo competitivo. Ainda assim, há que notar que a equipa de Oklahoma não entra nesta offseason entre a espada e a parede. Posto isto, não é expectável que Presti abdique de qualquer um dos seus activos – jogadores ou futuras escolhas – para subir ao topo do draft. Se Chet não estiver disponível aquando da sua selecção, o mais natural é que os Thunder avancem para um dos outros dois nomes mencionados, havendo sempre a possibilidade de se apaixonarem por qualquer outro dos prospects mais bem cotados (como Murray, Ivey ou Sharpe). A única certeza é de que se falharem neste draft, haverá sempre o do ano seguinte.

HOUSTON ROCKETS – A 1ª ESCOLHA DOS POBRES

Ter as melhores probabilidades para vencer um draft (as mesmas que Magic e Pistons) e não conseguir a 1ª escolha pode ser verdadeiramente angustiante. No passado recente, as famosas bolas de ping-pong ditaram: que Hornets (na altura, ainda Bobcats) não teriam hipótese de escolher Anthony Davis; que Kyrie Irving não faria parte dos Timberwolves; ou que Knicks e Cavs perdessem a possibilidade de optar entre Ja Morant e Zion Williamson. No entanto, como referido anteriormente, este não é um draft de 1ª escolha unânime e, como tal, aos Rockets resta saber qual o big que vai emparelhar com Jalen Green e aguardar que esse duo se transforme num dos mais talentosos no futuro. Há ainda um detalhe interessante e animador para os fãs de Houston: Mobley, Ball, Barrett, Tatum e Brown foram as escolhas nº3 dos últimos 5 anos.

SACRAMENTO KINGS – TROCAR OU NÃO TROCAR? EIS A QUESTÃO

Os Kings de Neemias Queta são a presença mais assídua da draft lottery das últimas duas décadas e, este ano, o sorteio correu particularmente bem. Com as 7ªs melhores probabilidades, a equipa californiana conseguiu mesmo intrometer-se no top4 e colocar-se numa boa posição para escolher… ou trocar. Há 16 anos sem atingir os playoffs, o objetivo da equipa só pode ser um: ser uma das 8 (agora, 10 se contarmos com o play-in que por si só seria um feito) melhores equipas do Oeste. Em prol dessa meta, Monte McNair (GM) abdicou do seu melhor jovem (Tyrese Haliburton) e adquiriu Domantas Sabonis, um All-Star actualmente no seu auge. Com De’Aaron Fox a caminhar para os seus melhores anos, os Kings poderão juntar a 4ª escolha a Richaun Holmes ou Harrison Barnes e procurar uma 3ª figura que eleve as probabilidades destes Kings quebrarem finalmente o enguiço.

DETROIT PISTONS – UM PARCEIRO PARA CADE

Com a 5ª escolha do draft os Pistons têm duas hipóteses: optar por Jaden Ivey e criar um backcourt promissor com Cade Cunningham ou escolher um dos vários alas que estarão disponíveis por essa altura: Sharpe, Murray ou AJ Griffin. No primeiro cenário, a continuidade de Jerami Grant é plausível, mas caso seleccionem um wing o mais certo é que o jogador venha a ser trocado na offseason ou a meio da temporada. Com confianças depositadas em Saddiq Bey e na escolha nº 5 do draft de 2022, Grant perde ainda mais espaço no plantel dos Pistons e, em todo o caso, não faltarão interessados pelo extremo de 28 anos.

INDIANA PACERS – REJUVENESCER

Durante a última década, os Pacers estiveram sempre a uma peça de uma peça de uma peça de serem contenders (repetição intencional). Porém, as hipóteses foram escasseando e de presença regular na 1ª metade da classificação da Conferência Este, a equipa de Indiana passou para duas escolhas consecutivas na lotaria do Draft. Com um plantel cada vez mais jovem, os Pacers deverão continuar a ser competitivos, mas não seria surpreendente que fossem em busca de um substituto para Warren ou Hield cuja continuidade na equipa está longe de estar assegurada.

PORTLAND TRAIL BLAZERS – O CASTELO DE CARTAS

Os Blazers entram nesta offseason com todas as fichas na mesa. Uma jogada em falso e Joe Cronin (GM) poderá receber uma chamada de Damian Lillard a pedir que seja trocado. Significa isso algo de negativo para a franquia? Não necessariamente. Fará alguma diferença os Blazers optarem por Mathurin invés de AJ Griffin? De todo. Posto isto, a avaliação do mercado da equipa de Portland não será feita na noite de draft. Colocar a 7ª escolha à venda e trocá-la, por exemplo, por Jerami Grant poderá ser um bom começo para que o base 6x All-Star queira continuar no estado de Oregon. No entanto, nada nos garante que Lillard não se apaixone por um dos prospects e faça pressão para que a equipa o seleccione. A única certeza é de que o verão dos Blazers será feito de decisões e, sejam elas mais ou menos acertadas, só o futuro nos dirá se a equipa vai voltar a tentar atacar o título ou entrar numa reconstrução total.

Esta foi a 1ª de 2 partes sobre a draft lottery da NBA de 2022.


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