NBA 2022/2023: a Inversão de expectativas e a chegada das surpresas

Nuno CanossaNovembro 11, 20224min0

NBA 2022/2023: a Inversão de expectativas e a chegada das surpresas

Nuno CanossaNovembro 11, 20224min0
Nuno Canossa escreve sobre como os Utah Jazz estão a impressionar, para além de outras expectativas que sofreram mudanças inesperadas

Raros seriam os analistas que esperariam que os Utah Jazz fossem a primeira equipa a atingir as 10 vitórias na presente temporada da NBA. Por outro lado, chegarmos à terceira semana de competição com Warriors e Heat fora do playin é causa de tanto ou mais espanto. Mas afinal, e excluindo os casos de Lakers e Nets (que seriam mais ou menos expectáveis), quais são as equipas que mais têm superado ou ficado aquém das expectativas?

Philadelphia 76ers

Com 5 vitórias em 11 jogos nesta época da NBA, os Sixers não têm feito jus à designação de ‘contender’ atribuído pela maioria na antevisão. Dessas 11 partidas, apenas em 6 James Harden e Joel Embiid estiveram disponíveis ao mesmo tempo, saindo vitoriosos em apenas 2 ocasiões. Com a ausência de Harden a prolongar-se, pelo menos, até ao final do mês, e com a disponibilidade intermitente de Embiid a tornar-se uma incógnita, qual é afinal a razão para o mau início de temporada da equipa de Philadelphia?

Primeiramente, a mobilidade. A velocidade em transição de Embiid, Harden, Harris e Tucker (4 dos 5 titulares) não é, de todo, a principal qualidade dos referidos. Sendo a 2ª equipa com menos posses por 48 minutos e a 10º com menos pontos em fastbreaks – que seriam ainda menos não estivesse Tyrese Maxey no top3 de jogadores com mais pontos em situação de contra-ataque rápido -, torna-se fácil comprovar que os 76ers são uma das equipas mais lentas da liga. Também uma das piores no capítulo do ressalto, o empenho defensivo, principalmente da âncora Embiid, faz dos Sixers uma equipa, até então, medíocre quer a atacar quer a defender.

Utah Jazz

O registo dos Jazz é surpreendente e ao mesmo tempo não o é. Não o é para quem acompanhou a prestação de Lauri Markkanen no EuroBasket. Nem tanto para quem esteve atento às épocas bem conseguidas por Clarkson, Vanderbilt ou Beasley na época anterior. Eficazes no lançamento, uma das equipas que melhor distribui a bola e competentes a defender, sendo verdade que falta uma verdadeira estrela na equipa de Utah, também é importante frisar que todo e qualquer jogador com minutos na rotação tem provas dadas na NBA (excetuando o rookie Walker Kessler, cuja estreia também tem sido positiva).

Sem ainda se saber se Danny Ainge vai apertar o botão do pânico e começar a trocar alguns dos seus veteranos (como Conley ou Olynyk), não seria de estranhar que os Jazz terminassem a temporada algures entre as 30 e as 40 vitórias e reservassem um lugar no playin. E se a tendência se mantiver, Markkanen poderá mesmo garantir um lugar no All-Star Game disputado em… Salt Lake City, Utah.

Golden State Warriors

Após vencerem o seu 4º anel da NBA nos últimos 8 anos, os Warriors tornaram-se nos primeiros campeões da história a perderem os primeiros 5 jogos fora de casa na temporada seguinte. E a realidade é que, apesar da equipa de Golden State ter mantido as principais peças, têm tido bastantes dificuldades em assegurar vitórias. Com Steve Kerr a explorar nas suas rotações, tentando integrar os mais novos, as ausências de Gary Payton II e Otto Porter no banco da equipa de São Francisco começam a sentir-se. No que toca ao core principal, apenas Curry e Wiggins têm estado em bom momento de forma, com Green, Thompson e Poole a surgirem muito aquém das expectativas.

Sacramento Kings

Com mais derrotas do que vitórias, a verdadeira surpresa é o quão competitivos os Kings se apresentaram para esta temporada. À procura de quebrarem um enguiço que já leva quase duas décadas, os Kings foram ao mercado buscar shooters para complementar Fox e Sabonis. E a aposta em Huerter e Monk não poderia ter sido mais acertado, responsáveis por 6 dos 14 triplos concretizados, em média, por jogo (um dos melhores registos da liga). Também a seleção de Keegan Murray no draft parece ter sido um tiro certeiro.

Constantemente uma das piores defesas da NBA, o 25º lugar em defensive rating não é o mais animador, ainda que haja potencial para melhorias. Por outro lado, uma diferença pontual de -1.2, pode ser um indicador de que estes Kings são mais competitivos do que o registo indica, com 3 derrotas a serem decididas por 3 pontos ou menos.


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